Crítica | Brahms: Boneco do Mal II (Brahms: The Boy II, 2020)

Família é atormentada pelo boneco Brahms na continuação de 'Boneco do Mal' dirigida por William Brent Bell.

Família é atormentada pelo boneco Brahms na continuação de 'Boneco do Mal' dirigida por William Brent Bell

A continuação de Boneco do Mal nos leva para um novo passeio pela mansão Heelshire, aquela construção antiga que parece um castelo medieval, onde a babá Grace (Lauren Cohan) passou muitos apuros no filme de 2016. William Brent Bell retorna à cadeira de diretor. E ele trás de volta o roteirista do filme original, Stacey Menear.

Katie Holmes (A Justiceira) estrela como Liza, uma mulher que foge da violência da cidade grande e vai morar em uma casa numa região rural do Reino Unido. O marido Sean (Owain Yeoman, de Dia de Trabalho Mortal) e o filho Jude (Christopher Convery, da série Gotham) a acompanham. A casa fica bem pertinho da mansão Heelshire. E coisas muito estranhas começam a acontecer depois que o menino encontra um boneco de porcelana, que ele chama de Brahms.

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Uma das boas sacadas de Boneco do Mal foi fazer com que o público tivesse acesso apenas às informações que eram fornecidas à protagonista Greta. Isso nos aproximava dela, e fazia com que compartilhássemos de suas dúvidas sobre a natureza sobrenatural de Brahms. Isso não acontece na continuação. Sabemos de coisas que a família não sabe. E não apenas porque o mistério do boneco foi revelado no filme anterior, mas porque a câmera insiste em nos mostrar imagens que os personagens não podem ver.

É claro que isso dá ao diretor a oportunidade de criar alguns jump scares. E às vezes eles até funcionam, fornecendo uma ligeira carga de adrenalina para suportar o ritmo lento do filme. Mas sem um mistério para aguçar minha curiosidade e com uma ameaça que, embora sempre presente, raramente trás consequências para os personagens, meu interesse por Boneco do Mal 2 diminuiu bastante.

Saber demais também tirou o impacto do terceiro ato, onde temos o que deveria ser uma grande reviravolta. Até admiro a cara-de-pau do diretor ao chutar o balde e pender para o lado do trash. Mas acho que ele faz isso tarde demais. E o plot twist contraria boa parte da mitologia estabelecida no primeiro filme, o que muito provavelmente vai desagradar os fãs de Brahms.

Boneco do Mal 2 tem uma produção bem cuidada. O elenco é esforçado, com destaque para Holmes e para Ralph Ineson (A Bruxa), que interpreta o vizinho misterioso Joseph. Mas na soma geral, o filme fica devendo. Se o diretor pretende mesmo seguir pelo caminho aberto aqui, acho que deveria considerar a possibilidade de deixar o drama de lado e começar a entregar filmes divertidos. De preferência com um pouquinho de sangue, coisa que o original também ficou devendo.

Título original: Brahms: The Boy II.
Gênero: Terror, drama, mistério.
Produção: 2020.
Lançamento: 2020.
País: Estados Unidos, China, Canadá, Austrália.
Duração: 86 minutos.
Roteiro: Stacey Menear.
Direção: William Brent Bell.
Elenco: Katie Holmes, Owain Yeoman, Christopher Convery, Ralph Ineson, Daphne Hoskins, Keoni Rebeiro, Joely Collins, Oliver Rice, Anjali Jay, Natalie Moon, Karl Mercer.

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