Crítica | A Cura (A Cure for Wellness, 2016)

Dane DeHaan interpreta executivo que descobre segredos assustadores em SPA nos Alpes Suíços em 'A Cura', do diretor Gore Verbinski


A atriz Mia Goth como Hannah no filme 'A Cura'
A atriz Mia Goth como Hannah no filme 'A Cura', de Gore Verbinski | ©Twentieth Century Fox


Suspense psicológico com elementos de terror B, A Cura segue um jovem executivo ambicioso que embarca em uma viagem com destino a um SPA remoto nos Alpes Suíços. Seu nome é Lockhart, e sua missão é trazer de volta a Nova York um dos membros do alto escalão da empresa onde trabalha, cuja assinatura é necessária para a conclusão de um negócio milionário. O lugar guarda alguns segredos bizarros que colocarão em risco primeiro sua sanidade, e depois sua própria vida.

A Cura é dirigido por Gore Verbinski, mesmo realizador do remake americano de O Chamado. Ele recorre novamente ao diretor de fotografia Bojan Bazelli, que entrega um visual deslumbrante. A harmonia de cores vivas proporciona cenas externas belíssimas. Tons pálidos contrastam com o verde-escuro dos cenários internos, cujo design parece buscar inspiração no expressionismo alemão.

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Esse cuidado com a produção ajuda a criar uma atmosfera propícia para as visões fantasmagóricas que logo começam a fazer parte da rotina dos personagens. Mas você também pode esperar por ameaças físicas, algumas delas bem desagradáveis. A cena do "exame dentário", por exemplo, é de dar agonia. E Verbinski ainda ganha crédito por conseguir fazer com que as enguias pareçam mais assustadoras do que geralmente são.

O ator Dane DeHaan como Lockhart no filme 'A Cura'
O ator Dane DeHaan como Lockhart no filme 'A Cura', de Gore Verbinski | ©Twentieth Century Fox


O protagonista Lockhart não é exatamente agradável, mas o ator Dane DeHaan (Poder Sem Limites) tem carisma de sobra e não é difícil torcer por ele durante sua jornada de redenção. Jason Isaacs (série The OA) convence como o administrador do SPA, o médico com sotaque alemão Heinrich Volmer. Mia Goth (Ninfomaníaca) combina mistério, inocência e glamour para compor a personagem Hannah, que tem a chave para solucionar um dos muitos mistérios guardados pelo roteiro de Justin Haythe (Operação Red Sparrow).

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O primeiro ato de A Cura flui perfeitamente. O segundo tem problemas, tanto de ritmo quanto de foco. Acredito que pelo menos 20 minutos poderiam ter sido eliminados do corte final, pois há muitas situações repetitivas que acabam não trazendo consequência alguma para os personagens. Mas o diretor se redime no último ato, quando finalmente abraça a extravagância e liberta a insanidade que manteve presa em seus cenários bem cuidados.

O ator Jason Isaacs como Heinrich no filme 'A Cura'
O ator Jason Isaacs como Heinrich no filme 'A Cura', de Gore Verbinski | ©Twentieth Century Fox


Os minutos finais de A Cura remetem a clássicos do cinema de terror das décadas de 1930 a 1970, com direito a atos heroicos, mocinhas em perigo e um vilão que não tem vergonha de ser espalhafatoso. Obviamente, se clássicos de terror antigos não forem a sua praia, a mudança de tom pode comprometer sua experiência. Mas eu realmente me diverti com o que vi.

Nota: 6.4/10

Título original: A Cure for Wellness.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2017.
País: Estados Unidos, Alemanha.
Duração: 146 minutos.
Roteiro: Justin Haythe, Gore Verbinski.
Direção: Gore Verbinski.
Elenco: Dane DeHaan, Jason Isaacs, Mia Goth, Ivo Nandi, Adrian Schiller, Celia Imrie, Harry Groener, Tomas Norström, Ashok Mandanna, Magnus Krepper, Peter Benedict, Michael Mendl, Maggie Steed, Craig Wroe, David Bishins.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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