Crítica | Aquaslash (2019)

Assassino aterroriza parque aquático em 'Aquaslash', slasher com clima oitentista do diretor e roteirista Renaud Gauthier


A atriz Lanisa Dawn como Kimberley no filme 'Aquaslash'
A atriz Lanisa Dawn como Kimberley no filme 'Aquaslash', de Renaud Gauthier


O diretor e roteirista Renaud Gauthier estreou na direção de longas-metragens em 2013 com um slasher ambientado nos anos 70: Discopathe, onde os ritmos pulsantes da discoteca servem como um gatilho para trazer à tona os traumas de infância de um rapaz, que se transforma em um serial killer.

Seu novo trabalho, Aquaslash, repete parte dessa fórmula. Temos um assassino, um trauma de infância e mortes sangrentas. E mesmo sendo ambientado na época atual, o clima de terror retrô está sempre presente, seja na fotografia desbotada, no figurino cafona ou na trilha sonora com vibe oitentista. Só que desta vez, ao invés de discotecas, o cenário do massacre é um parque aquático.


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A cena de abertura homenageia o camp slasher Sexta-Feira 13, mostrando um assassino misterioso aterrorizando um casal com os hormônios à flor da pele. A trama avança alguns dias para acompanhar a chegada dos formandos de 2018 do colégio Valley Hills no Wet Valley, o parque aquático que foi palco do assassinato. O assassino ainda está rondando por lá. Mas ele demora um pouco para aparecer.

Cameron Geller e Madelline Harvey como Chad e Alice no filme 'Aquaslash'
Cameron Geller e Madelline Harvey como Chad e Alice no filme 'Aquaslash', de Renaud Gauthier


Ok, na verdade, ele demora muito. E antes do sangue jorrar, o roteiro, também escrito por Gauthier, nos enrola com algumas tramas paralelas não muito interessantes. A principal delas acompanha um triângulo amoroso entre o músico Josh (Nicolas Fontaine, de Jeune Juliette), a salva-vidas Kim (Lanisa Dawn, de Tag, You're It) e seu namorado Tommy (Paul Zinno, de Happy Face).

Garotas lavam carros e exibem suas camisetas molhadas. Rapazes bebem e saem no tapa. Casais tiram a roupa sempre que possível. Assim, Aquaslash vai ganhando um tom de comédia apimentada da década de 1980. Mas como o relacionamento dos personagens ocupa quase o filme inteiro e os assassinatos são praticamente jogados para o último ato, não tem como negar que a experiência fica cansativa.

O ator Nicolas Fontaine como Josh no filme 'Aquaslash'
O ator Nicolas Fontaine como Josh no filme 'Aquaslash', de Renaud Gauthier


Os 20 minutos finais são divertidos. Não posso dizer como as mortes acontecem, pois seria um grande spoiler. Mas posso dizer que a equipe da Blood Brothers FX, mesma responsável pelos efeitos práticos de We Summon the Darkness, faz um ótimo trabalho. E que o diretor entrega um verdadeiro banho de sangue, com potencial para fazer o público pensar duas vezes antes de se aproximar de um toboágua. É justamente essa sequência insana que faz o filme merecer uma espiada.

Nota: 4.8/10

Título original: Aquaslash.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
País: Canadá.
Duração: 1h11m.
Roteiro: Renaud Gauthier.
Direção: Renaud Gauthier.
Elenco: Brittany Drisdelle, Paul Zinno, Lanisa Dawn, Madelline Harvey, Samantha Hodhod, Jessica Abruzzese, Nicolas Fontaine, Cameron Geller, Xavier Sotelo, Howard Rosenstein, Chip Chuipka, Suzanna Lenir, Nick Walker, Ryan Ali, Anne-Sophie Lamontagne, Ivan Ossa, Jonathan Emond, Charlotte Bourdeau Drouin, Owen Bruemmer, Jeremy Lavigne, Émile Azouri, Jean René Coulombe, Jennifer Garnett.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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