Crítica | Além da Morte (Flatliners, 2017)

Estudantes de medicina querem descobrir se existe vida após a morte no remake de 'Linha Mortal' dirigido por Niels Arden Oplev

Imagem do filme 'Além da Morte', de Niels Arden Oplev

Cinco estudantes de medicina estão dispostos a encontrar evidências científicas sobre a existência de vida após a morte nesse remake de Linha Mortal (1990), de Joel Schumacher. E assim como no filme original, eles se arrependem amargamente. Niels Arden Oplev, responsável pela versão original de Os Homens Que Não Amavam as Mulheres, dirige o remake roteirizado por Peter Filardi e Ben Ripley.

O método utilizado pelos estudantes liderados pela dra. Courtney Holmes para bisbilhotar o mundo do além é semelhante ao do filme original: parada cardíaca, mapeamento do cérebro e reanimação. A galera retorna relatando uma série de visões e sensações, que apontam que a experiência não é tão inútil quanto parece. Só que o projeto fica um pouco assustador quando essas mesmas visões começam a assombrá-los no mundo dos vivos.

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Embora tenha pequenas alterações aqui e ali, a mudança mais notável dessa nova versão está no último ato, que mostra que agora as consequências de se brincar com o além são muito mais graves. Aliás, dessa vez existe até uma espécie de entidade maligna, a quem é atribuída a culpa por todos os problemas. Esse detalhe deixa o final do filme de Oplev mais frenético. Mas elimina elimina aquela deliciosa mistura de poesia e breguice que marcou o longa de Schumacher.

Ellen Page em imagem do filme 'Além da Morte', de Niels Arden Oplev

O fato do diretor abusar do CGI não acrescenta pontos favoráveis a Além da Morte. A ausência quase completa de tensão, muito menos. As cenas de terror não vão muito além de aparições repentinas e de momentos de "ei, foi só um pesadelo". Mas pelo menos Oplev entrega um visual elegante. Consegue bons resultados na condução de um ou outro momento dramático. E isso significa muita coisa, já que se aprofundar em dilemas éticos, escrúpulos morais e questões legais não estão entre as prioridades do roteiro.

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O elenco talentoso e carismático certamente tem papel importante na missão de impedir que o filme fique (muito) monótono. Ellen Page (Os Curados) e Diego Luna (Se a Rua Beale Falasse) fazem um trabalho competente representando o lado obsessivo e racional do grupo. James Norton (Adoráveis Mulheres) e a encantadora Kiersey Clemons (O Mistério da Ilha) cuidam de entregar alguns momentos engraçados. E Nina Dobrev (série The Vampire Diaries) manda bem demais como a protagonista da subtrama mais sombria de todas.

Nina Dobrev em imagem do filme 'Além da Morte', de Niels Arden Oplev

Kiefer Sutherland faz uma participação especial, mas é relegado a um papel sem nenhum impacto significativo na história, e sem nenhuma ligação com o personagem que interpretou no filme de 1990. Se o ator reprisasse seu papel e o filme se assumisse como uma continuação, provavelmente eu teria gostado mais dele.

Título Original: Flatliners.
Gênero: Drama, mistério, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
País: EUA.
Duração: 109 minutos.
Roteiro: Peter Filardi e Ben Ripley.
Direção: Niels Arden Oplev.
Elenco: Ellen Page, Diego Luna, Nina Dobrev, James Norton, Kiersey Clemons, Kiefer Sutherland, Madison Brydges, Jacob Soley, Anna Arden.

O melhor: Visual elegante, elenco talentoso e carismático.
O pior: Falta ritmo e tensão, sobram clichês e efeitos digitais.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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