Crítica | Depois do Apocalipse (Hostile, 2017)

Brittany Ashworth interpreta jovem tentando sobreviver aos ataques de criaturas mortais em 'Depois do Apocalipse', do diretor e roteirista Mathieu Turi

Brittany Ashworth como Juliet no filme 'Depois do Apocalipse', de Mathieu Turi

Depois do Apocalipse é um filme de terror que conta a história de uma jovem que luta para sobreviver contra a fome, a sede, uma perna quebrada e algumas criaturas estranhas e perturbadoras. E a heroína precisa fazer isso no espaço apertado de um veículo acidentado, o que acrescenta uma boa dose de claustrofobia à situação.

Conhecemos a protagonista, Juliet (Brittany Ashworth, de Exorcismos e Demônios), enquanto vagueia por um mundo devastado, em busca de água e comida para as dezenas de sobreviventes que vivem com ela em um abrigo. Após uma viagem de um dia, Juliet perde o controle de seu jipe e acaba presa no veículo capotado. Como seus amigos só poderão resgatá-la pela manhã, Juliet terá que se defender sozinha dos ataques dos horríveis monstros que chegam com a noite.

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O longa-metragem é dirigido por Mathieu Turi, que mais tarde entregaria o ainda mais claustrofóbico Labirinto do Terror. Ele aproveita bem o espaço apertado do veículo para criar uma sensação de isolamento, enquanto o cenário aberto e escuro do deserto garantem uma sensação de insegurança constante. Turi estabelece um tom sombrio e melancólico, reforçado pela trilha sonora opressiva. A cinematografia também se destaca, transmitindo a desolação do mundo pós-apocalíptico.

Brittany Ashworth como Juliet no filme 'Depois do Apocalipse', de Mathieu Turi

Quando a ameaça se revela, o diretor entrega algumas situações assustadoras que provavelmente deixarão a maioria do público com os nervos à flor da pele. Também entrega alguns efeitos práticos efetivos, além de uma dose razoável de sangue e violência. O design de produção é competente. Os cenários desolados e os detalhes dos monstros criam uma sensação de realismo que torna a ameaça mais palpável.

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A criatura horripilante que inferniza a vida de Juliet é interpretada pelo ator Javier Botet, conhecido por suas participações em filmes como Sobrenatural: A Última Chave e It: A Coisa. O roteiro, escrito pelo próprio Turi, usa a jornada da heroína para explorar temas como a solidão, a resiliência humana e a necessidade de conexão em um mundo caótico.

Brittany Ashworth como Juliet no filme 'Depois do Apocalipse', de Mathieu Turi

A batalha pela sobrevivência é intercalada por flashbacks que revelam parte da história de Juliet antes dos eventos que resultaram no cenário assustador do presente. A química entre Ashworth e o ator Grégory Fitoussi (Guerra Mundial Z), que interpreta seu par romântico nos flashbacks, não é das melhores, mas a atriz se sai muito bem nas cenas de ação, transmitindo a dor, o desespero e a determinação de Juliet com uma intensidade que é difícil de ignorar.

Acredito que o filme ganharia com uma montagem mais elaborada, pois existem flashbacks inseridos em momentos errados que quebram a tensão de algumas cenas. A revelação que acontece nos minutos finais é geograficamente questionável e um pouco mais melodramática do que eu esperava. Mas pode funcionar, dependendo do envolvimento de cada um com a história.

Nota: 6/10

Título original: Hostile.

Gênero: Terror.

Produção: 2017.

Lançamento: 2018.

País: França.

Duração: 1h 23min.

Roteiro: Mathieu Turi.

Direção: Mathieu Turi.

Elenco: Brittany Ashworth, Grégory Fitoussi, Javier Botet, Jay Benedict, David Gasman, Laura D'Arista Adam, Carl Garrison, Mohamed Aroussi, Richard Meiman, Aton.