Crítica | A Moça da Limpeza (The Cleaning Lady, 2018)

Amizade vira pesadelo em 'A Moça da Limpeza', filme de terror do diretor Jon Knautz estrelado por Alexis Kendra e Rachel Alig


Alexis Kendra e Rachel Alig como Alice e Shelly no filme 'A Moça da Limpeza', de Jon Knautz. Foto: © RLJE Films
Alexis Kendra e Rachel Alig como Alice e Shelly no filme 'A Moça da Limpeza', de Jon Knautz. Foto: © RLJE Films


Em 2014, o diretor canadense Jon Knautz entregou Girlhouse, slasher divertido e apimentado sobre camgirls que passam apuros para se livrar de um assassino mascarado em uma mansão remota. Agora ele retorna ao sub-gênero com The Cleaning Lady, sobre duas mulheres que iniciam uma amizade com consequências mortais.

O filme, lançado no Brasil com o título de A Moça da Limpeza, é baseado em um curta-metragem que o próprio Knautz dirigiu em 2016 a partir do roteiro que co-escreveu com a atriz Alexis Kendra, com quem também trabalhou em Goddess of Love. Os dois repetem a parceria como roteiristas de A Moça da Limpeza, e Kendra estrela como a elegante estilista Alice, uma doppelgänger da Barbie que vive em um mundo aparentemente perfeito.

PUBLICIDADE

Essa linda loira entusiasta de Pilates só não é completamente feliz porque é apaixonada por um homem casado. Ele a agrada com presentes (incluindo uma turnê de três semanas pela Itália) mas não dá sinais de que está disposto a abandonar a esposa para ficar com ela. Alice está se esforçando para terminar o caso. Enquanto não consegue, participa de um grupo de apoio a viciados em amor. E não, eu não sabia que isso existia.

Imagem do filme 'A Moça da Limpeza', de Jon Knautz. Foto: © RLJE Films
Imagem do filme 'A Moça da Limpeza', de Jon Knautz. Foto: © RLJE Films


A protagonista atarefada contrata os serviços de Shelly (Rachel Alig, de Os Reis da Pegadinha), uma jovem faxineira tímida e quieta que teve o rosto desfigurado por queimaduras. As duas acabam desenvolvendo um vínculo improvável. Mas quando Shelly começa a manifestar um comportamento estranho, Alice percebe que as cicatrizes de sua nova amiga podem ser mais profundas do que aparentam.

PUBLICIDADE

Knautz reserva boa parte de seu filme para desenvolver a amizade das duas. Isso é bom, porque podemos conhecer detalhes sobre suas personalidades e sobre como cada uma lida com seus próprios demônios pessoais. Por outro lado, a demora para chegar onde precisa deixa o filme arrastado. Lá pela marca dos 40 minutos eu já estava entediado com o que me meu pareceu menos um filme de terror e mais um melodrama dos anos 90.

Mykayla Sohn como Shelly no filme 'A Moça da Limpeza', de Jon Knautz. Foto: © RLJE Films
Mykayla Sohn como Shelly no filme 'A Moça da Limpeza', de Jon Knautz. Foto: © RLJE Films


Coisas estranhas acontecem depois disso, e quando nossa vilãzinha aciona o modo de insanidade total, A Moça da Limpeza fica realmente divertido. Facadas, tesouradas e cabeças esmagadas fazem parte do cardápio de horrores servido na metade final. Mesmo que nem todas as cenas sejam explícitas, acredito que há o suficiente para deixar os fãs de filmes slasher satisfeitos. E se você prestar atenção no que está implícito, ficará chocado com esse olhar horripilante nas profundezas da alma humana.

PUBLICIDADE

Algo que realmente me impressionou em A Moça da Limpeza foram os flashbacks impiedosos que revelam a história de Shelly. Em sua versão pré-adolescente, ela é interpretada pela atriz Mykayla Sohn (Ladrões de Mentes). Seu relacionamento com a mãe abusiva Colleen (JoAnne McGrath, de Dog - A Aventura de Uma Vida) rende cenas perturbadoras, e acho até que o diretor tem nem mãos um bom rascunho para o que pode se tornar uma prequel.

A cena final de A Moça da Limpeza pode decepcionar, mas isso vai depender da intepretação de cada um. Independente disso, somando prós e contras, acho que o filme de Knautz merece uma espiada.

Nota: 6/10

Título original: The Cleaning Lady.
Gênero: Drama, terror, suspense.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 90 minutos.
Roteiro: Alexis Kendra, Jon Knautz.
Direção: Jon Knautz.
Elenco: Alexis Kendra, Rachel Alig, Stelio Savante, Elizabeth Sandy, Mykayla Sohn, JoAnne McGrath, Keri Marrone, Robert Hugh Starr, Carla Wynn, Kim Marie Cooper, Logan Garretson, Zarif, Nicole Watts, Kai Cofer, Skye Sea.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

15 Comentários

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

  1. Nossa vilaozinha só entra em modo insanidade total depois de 1 hora de filme ! Isso me fez ver o filme.adorei

    ResponderExcluir
  2. que merda, eu daria uma classificação negativa se fosse possível, obrigado!

    ResponderExcluir
  3. Seria um bom filme se ñ fosse o final...

    ResponderExcluir
  4. Detestei o final, eu queria ver ela sendo morta, ela é um monstro.

    ResponderExcluir
  5. Nada criativo, uma cópia triste da série Dexter, nos momentos em que ela começa a praticar a morte e o sequestro

    ResponderExcluir
  6. Como pode ser "um ótimo filme", se ele termina sem sentido nenhum? Conseguiu ser tão ruim quanto "Vende-se esta casa", coisa que eu achava impossível. Tinha tudo pra ser ótimo, não fosse o final. Péssimo!

    ResponderExcluir
  7. Perdi uma hora e meia para não ter final isso e sacanagem a Alice tinha que ser solta continuou presa não gostei pois não teve final

    ResponderExcluir
  8. Que final péssimo mds

    ResponderExcluir
Postagem Anterior Próxima Postagem