Crítica | Acampamento do Terror (Summer Camp, 2015)

Infecção misteriosa transforma jovens em monstros enlouquecidos em 'Acampamento do Terror', filme de estreia do diretor Alberto Marini


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Jocelin Donahue e Diego Boneta em imagem do filme 'Acampamento do Terror', de Alberto Marini | Foto: ©Filmax


Quatro anos após escrever o roteiro de um de meus filmes de suspense favoritos — Enquanto Você Dorme, de Jaume Balagueró —, Alberto Marini estreou na direção de longas-metragens com Acampamento do Terror (também conhecido como Acampamento de Verão) sobre um grupo de jovens que precisa lidar com os efeitos horripilantes de uma infecção misteriosa.

Diego Boneta (série Barrados no Baile: Nova Geração), Jocelin Donahue (Sono Mortal), Maiara Walsh (Me apaixonei por um psicopata) e Andres Velencoso (Fim dos Tempos) lideram o elenco de Acampamento do Terror, que mistura elementos de [REC], A Morte do Demônio e O Enigma de Outro Mundo. O próprio Marini assina o roteiro em parceria com Danielle Schleif, co-roteirista do drama Los condenados.

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Andrés Velencoso e Maiara Walsh em imagem do filme 'Acampamento do Terror', de Alberto Marini | Foto: ©Filmax


Acampamento do Terror acompanha quatro jovens americanos que viajam para a Europa para trabalhar como conselheiros em um acampamento de verão. O início frenético, a presença de figuras assustadoras na floresta e a tensão sexual entre os quatro protagonistas apontam que estamos diante de um camp slasher na linha de Sexta-Feira 13 ou Acampamento Sinistro. Mas as coisas mudam radicalmente assim que a ameaça é revelada.


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Ao invés de um assassino mascarado que quer matar todo mundo, o acampamento infernal esconde uma doença misteriosa, indutora de raiva, que se espalha rapidamente entre os quatro. Como o acampamento está localizado em uma área remota e não tem sinal de celular, a noite será marcada por uma luta selvagem pela sobrevivência.

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Imagem do filme 'Acampamento do Terror', de Alberto Marini | Foto: ©Filmax


A idéia da infecção que transforma pessoas em criaturas violentas não é original, mas o roteiro tem ótimas sacadas que tornam o filme imprevisível. A melhor delas é o fato do "vírus" desaparecer do corpo dos hospedeiros depois de algum tempo, deixando os coitados sem lembranças do que fizeram. Para piorar, se a pessoa for novamente exposta, corre o risco de retornar a seu estado monstruoso.


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A certa altura, os sobreviventes não sabem mais em quem confiar e a paranoia toma conta do acampamento. A troca constante de papéis amplifica a tensão e abre muitas possibilidades para o humor. Por diversas vezes, me peguei rindo alto das situações medonhas pela qual os personagens passam. A cena da furadeira por exemplo, consegue ser tensa, sangrenta e hilária, tudo ao mesmo tempo.

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A atriz Jocelin Donahue em imagem do filme 'Acampamento do Terror', de Alberto Marini | Foto: ©Filmax


Enquanto o sangue jorra e todo mundo desconfia de todo mundo, o roteiro ainda nos diverte fazendo com que tentemos adivinhar a origem da infecção. Ele até deixa brechas para a possibilidade de que uma força sobrenatural esteja possuindo as pessoas. O elenco funciona muito bem, com destaque para Boneta e Donahue, que têm uma ótima química e compartilham as melhores cenas do filme.

Acampamento do Terror tem algumas quedas de ritmo. Às vezes o diretor exagera demais no humor-negro e por pouco não perde o controle do filme. Mas mesmo surtando um pouco, ele dá um jeito de colocar as coisas no lugar novamente. Se você procura por um filme de terror divertido, Acampamento do Terror é uma boa opção.

Nota: 6/10

Título original: Summer Camp.
Gênero: Terror, comédia.
Produção: 2015.
Lançamento: 2016.
País: Espanha, México.
Duração: 1h 21m.
Roteiro: Alberto Marini e Danielle Schleif
Direção: Alberto Marini.
Elenco: Diego Boneta, Jocelin Donahue, Maiara Walsh, Andrés Velencoso, Àlex Monner, Xavier Capdet, Vivi Lepori, Rick Zingale, Montse Noales, Ainhoa Vázquez, Eric Masip, Marc Padró.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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