Crítica | Madre (2016)

Daniela Ramírez suspeita que a babá de seu filho autista não é flor que se cheire no suspense psicológico do diretor e roteirista Aaron Burns

Daniela Ramírez em imagem do filme 'Madre', de Aaron Burns

O ator, roteirista e supervisor de efeitos especiais Aaron Burns estreou na direção em 2011 com a comédia Blacktino. Agora ele está de volta à cadeira de diretor com Madre, suspense psicológico chileno que coloca a atriz Daniela Ramírez (La Prima Luce) no papel de uma mãe que descobre uma trama maligna que ameaça a vida de sua família. Ou talvez não, e ela apenas esteja imaginando tudo.

Diana (Ramirez) é uma mulher que precisa cuidar sozinha do filho autista, Martin, enquanto o marido trabalha na Ásia. Grávida e à beira de um ataque de nervos, ela encontram esperança na figura de Luz, uma mulher filipina cujas palavras parecem acalmar o menino. Luz é contratada para cuidar de Martin. Mas Diana não demora para desconfiar que existem intenções sombrias por trás das boas ações da mulher.

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Será que Luz estava influenciando o comportamento do menino para ganhar acesso à casa? Será que ela está envolvida com magia negra? Cabe ao público descobrir. Mas saiba que o roteiro, também assina por Burns, é eficiente em brincar com nossa percepção das história. Às vezes deixa claro que as suspeitas de Diana têm fundamento. Logo em seguida surge um argumento sólido que desconstrói tudo e planta novamente a dúvida sobre a sanidade da protagonista.

Imagem do filme 'Madre', de Aaron Burns

Daniela Ramírez está maravilhosa no papel da mãe estressada. Seus gestos e expressões são discretos, mas escondem uma variedade absurda de sentimentos. A atriz também cuida de conferir uma inesperada carga de humor à personagem. O diretor destaca isso, estendendo algumas de suas cenas. E a fotografia varia de tons sombrios a um colorido vibrante, acompanhando os sentimentos da personagem.

Cristobal Tapia Montt (Shortwave) interpreta Tomás, o marido que não pára em casa. Ele funciona como o lado racional da história e também serve para potencializar as reações engraçadas da protagonista. Matias Bassi (série Pulseras Rojas) faz um bom trabalho no papel de Martin. E o menino é bem assustador em algumas cenas.

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Não dá para defender a atuação de estreante Aida Jabolin. Ela é inexpressiva. Mas isso até ajuda a dar um ar de mistério à sua personagem, Luz, além de dar ao filme aquela cara de filme B que tanto amamos. Nicolás Durán (série Preciosas), que faz David, o filho de Luz, tem uma participação pequena. Mas entrega um monólogo divertido.

Daniela Ramírez em imagem do filme 'Madre', de Aaron Burns

Burns não trabalha tão bem os momentos de tensão. O segundo ato é um pouco arrastado. Os minutos finais decepcionam. E quando os letreiros finais aparecem, basta uma pequena reflexão para notar que as peças da história não se encaixaram como deveriam. Apesar de tudo isso, eu me diverti bastante aqui.

Talvez seja porque o filme tem algumas cenas incômodas de body horror. Talvez seja porque a história fez com que eu me lembrasse de A Mão que Balança o Berço. Ou talvez o fato de eu ter me apaixonado pela atuação de Daniela Ramírez tenha contribuído para que eu relevasse a maior parte dos problemas do filme.

Título original: Madre.
Gênero: Drama, suspense.
Produção: 2016.
Lançamento: 2017.
Pais: Chile.
Duração: 95 minutos.
Roteiro: Aaron Burns.
Direção: Aaron Burns.
Elenco: Daniela Ramírez, Cristobal Tapia Montt, Aida Jabolin, Matías Bassi, Nicolás Durán, Ignacia Allamand, Cristián Carvajal, Ignacio Furman.

O melhor: Daniela Ramírez, com certeza.
O pior: Fica um pouco repetitivo no segundo ato e o final não convence.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

17 Comentários

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  1. Eu amei esse filme do começo ao fim. Espero que tenha o 2 para Diana fazer vingança

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  2. Decepcionante o final....e aquele marido dela q não acredita nada q ela fala afff espero q o dois seja bem melhor...espero mesmo q tenho o dois pq se não pelo amor neh o filme perde totalmente o sentido.

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  3. Como mãe de autista me decepcionei, não condiz com a realidade
    Pra começar autismo não tem cura e nem essa melhora tão expressiva e rápida
    Na cena em que ela leva um susto na banheira por causa do filho que aparece é bem estranha , já que não tem pq se assustar com a pessoa que ela mais ama

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    1. O enfoque dado ao tema do autismo foi medonho. O menino é tratado como m bicho pela mãe. está tudo errado nesse filme.

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    2. Se a intenção era massacrar psicologicamente mães, país e responsáveis por autistas ; cumpriu bem esse papel , fiquei muito triste com o enredo e os absurdos do filme ...

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  4. Uma pena que o final deixa a desejar, o resto eu gostei.

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  5. Fiquei decepcionada com esse filme. Gente que final foi esse? Me deu tanta indignação! Fico até sem palavras, ridículo esse final, tosco, sem noção! :(

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  6. Gente não percam tempo assistindo essa porcaria de filme. Que filme ridiculo, sem noção, macabro horrivel.

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  7. Gostei do filme,apesar que ficaram muitas incógnitas . E o final ficou horrível, inconclusivo.

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  8. Aff! O pior final da vida.
    Totalmente sem noção, ela luta sozinha o filme todo, passa tudo sozinha e ainda acaba assim.
    Ridículo! Não recomendo.

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  9. Filme foi bom, com um final horrível. Fiquei com várias dúvidas, talvez uma sequência explicaria melhor.

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  10. No final fiquei sem saber se tudo era real ou se era alucinação kkk q filme louco😟 gostei não.

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  11. Eu odiei esse filme. Achei extremamente irresponsável com todos que fazem parte do espectro autista, reforçando sempre a ideia de doença e cura, de maneira inexplicável e escrota. Além disso, reforça esteriótipos associados à religião, cultos. Enfim, achei o filme todo um desserviço, só não digo q perdi tempo pq exercitou minha raiva, no mais não deem visibilidade a essa porcaria. É isso.

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  12. Um dos filmes mais ruim que assisti até hoje!
    Péssimo!

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  13. Falta de respeito com as mães, e com quem assistiu, horrível esse filme. Não disse para qie veio...

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