Crítica | Monolith (2022)

Uma jornalista investiga um mistério assustador em 'Monolith', filme de estreia do diretor Matt Vesely, estrelado por Lily Sullivan


A atriz Lily Sullivan como a entrevistadora no filme 'Monolith'
A atriz Lily Sullivan como a entrevistadora no filme 'Monolith'



Em seu longa-metragem de estreia, Monolith, o diretor Matt Vesely nos conduz até uma bela casa modernista em Adelaide Hills, Austrália, para passar um tempo ao lado de uma jornalista investigativa sem nome. Ela lidera o projeto 'Beyond Believable', um podcast sobre crimes reais e mistérios aterrorizantes.

A vida da protagonista muda drasticamente quando ela recebe um e-mail anônimo com um nome, as palavras "o tijolo" e um número de telefone. Ao ligar, ela se depara com a voz de uma ex-governanta que compartilha uma história bizarra envolvendo um incidente traumático e uma pedra misteriosa. À medida que investiga, a jornalista adentra um labirinto onde a linha entre realidade e fantasia se entrelaça, desencadeando um horror que ameaça sua própria sanidade.


Os eventos se desenrolam em um ritmo mais lento que o habitual, mas isso não se torna um problema na metade inicial de Monolith. Parte do mérito é atribuído ao roteiro de Lucy Campbell, que, até então, havia escrito apenas curtas-metragens e colaborado na minissérie The Big Nothing. O espectador é guiado pelas informações obtidas pela protagonista em suas entrevistas telefônicas, uma técnica que adiciona camadas ao quebra-cabeça central do filme e mantém a curiosidade em alta.

A entrevistadora (Lily Sullivan) busca respostas para um mistério bizarro em 'Monolith'
A entrevistadora (Lily Sullivan) busca respostas para um mistério bizarro em 'Monolith'



Diferentemente de seu desempenho fisicamente impressionante em A Morte do Demônio: A Ascensão, a atriz Lily Sullivan está mais contida, transmitindo as emoções da entrevistadora por meio de expressões faciais capturadas de perto pela câmera. Os eventos que conduziram sua personagem à situação atual permanecem obscuros, mas há referências a um erro que a derrubou de uma posição elevada na imprensa. Agora, ela busca uma história poderosa o suficiente para recolocá-la no centro dos holofotes.

Sullivan ocupa quase todos os 94 minutos do filme, revelando as complexidades de sua personagem à medida que ela se aprofunda no mistério. Monolith poderia ser considerado um filme de uma atriz só, já que o elenco de apoio está presente apenas por meio de ligações telefônicas. Além de garantir uma dose extra de paranoia, esse detalhe proporciona a sensação de estarmos realmente ouvindo um podcast enquanto acompanhamos o processo de deterioração mental da protagonista.


O diretor Vesely utiliza eficientemente o espaço restrito da casa modernista, empregando close-ups para aumentar a tensão. A construção com janelas de vidro do chão ao teto oferece alguns vislumbres dos cenários exteriores cobertos por neblina, mas na maior parte do tempo ficamos confinados no interior sufocante, de uma forma que se alinha com a narrativa. A paleta de cores e o design de produção contribuem para criar uma atmosfera fria e sinistra, reforçando a sensação de confinamento.

Lily Sullivan como a entrevistadora no filme 'Monolith': quanto mais ela investiga, mais mistérios aparecem
Lily Sullivan como a entrevistadora no filme 'Monolith': quanto mais ela investiga, mais mistérios aparecem



Infelizmente, grandes perguntas exigem grandes respostas, e isso Monolith não oferece. Na metade final, o roteiro começa a flertar com o terror social, martelando uma mensagem sobre privilégios e consciência de classe que desvia o foco dos mistérios inicialmente estabelecidos. Em seguida, abraça os clichês do pós-terror, entregando um final frustrante que deixa sem resposta as perguntas levantadas.

Alguns choques visuais garantem que o ato final seja, ao menos, visualmente impactante. No entanto, a sensação após os créditos finais é que Monolith perdeu o rumo, desperdiçando parte do potencial de sua intrigante premissa. Em sua jornada pela casa enigmática, o filme revela um mistério intrigante, mas sua conclusão deixa um gosto agridoce na busca pelo desconhecido.

Nota: 5/10

Título Original: Monolith.
Gênero: Ficção científica, mistério, suspense, terror.
Produção: 2022.
Lançamento: 2023.
País: Austrália.
Duração: 1 h 34 min.
Roteiro: Lucy Campbell.
Direção: Matt Vesely.
Elenco: Lily Sullivan, Ling Cooper Tang, Ansuya Nathan, Erik Thomson, Terence Crawford, Matt Crook, Kate Box, Rashidi Edward, Brigid Zengeni, Belle Kalendra-Harding.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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