Crítica | O Demônio da Rua Willow (From a House on Willow Street, 2016)

Criminosos sequestram mulher com segredo sombrio em 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr


Imagem do filme 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr
Imagem do filme 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr


Em 2011, a atriz Sharni Vinson conquistou o coração dos fãs de filmes de terror no papel de Erin, a final girl que inferniza a vida de assassinos mascarados que interromperam a reunião familiar de seu noivo. Agora ela trilha o caminho inverso em O Demônio da Rua Willow, no papel de uma sequestradora que, tarde demais, descobre que provavelmente precisará de resgate.

O nome da criminosa é Hazel, e ela participa do sequestro ao lado do namorado, Ade (Steven John Ward, da minissérie Missão Resgate). O alvo da dupla e de seus amigos vilanescos é Katherine (Carlyn Burchell, de Ecos na Escuridão), a filha inocente de um rico distribuidor de diamantes de mora em uma casa assustadora no final da rua Willow. O que os sequestradores não imaginavam é que a moça não é tão inocente assim. Na verdade, ela esconde um segredo tão sombrio que pode fazer com que se aposentem do mundo do crime mais cedo do que planejavam.

PUBLICIDADE

O Demônio da Rua Willow é dirigido por Alastair Orr, mesmo realizador do found footage O Chupa-Cabra (2014). Apesar do baixo orçamento, é um filme relativamente bem produzido, com efeitos práticos divertidos que remetem a clássicos de terror B dos anos 80. As cenas-chave do são construídas em torno de momentos de susto e violência gráfica, visando provocar uma reação visceral no espectador. Há algumas mortes sangrentas, e até tentáculos à procura de bocas muito abertas.

Imagem do filme 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr
Imagem do filme 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr


A cinematografia é bem-feita, com sombreamento dramático que ajuda a aumentar a tensão. Os cenários, mesmo limitados à mansão sombria e ao armazém igualmente mal iluminado que serve como cativeiro, são detalhados e ajudam a contar a história. A trilha sonora também se destaca, com uma mistura de sons eletrônicos e orquestrais que acentua a atmosfera opressiva.

PUBLICIDADE

Já os efeitos digitais são fracos, e uma certa cena envolvendo fogo exemplifica bem suas falhas. Há alguns momentos que pendem demais para o lado da fantasia, destoando bastante do resto do filme. O diretor também abusa de jump scares, e embora alguns sejam eficientes, a frequente intrusão auditiva rapidamente torna-se desagradável e funciona contra o filme.

Imagem do filme 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr
Imagem do filme 'O Demônio da Rua Willow', de Alastair Orr


Tanto a apresentação dos personagens quanto o planejamento o sequestro acontecem bem rápido. Por um lado isso é bom, por manter nossa adrenalina alta no primeiro ato. Infelizmente, após os sequestradores descobrirem que sua vítima não é tão inofensiva quanto pensavam, há pouca história para contar e as cenas acabam ficando repetitivas. As reviravoltas são telegrafadas antecipadamente, roubando qualquer elemento de surpresa ou impacto emocional.

Mesmo que apresente algumas performances decentes e cenas isoladas que podem provocar uma sensação passageira de susto, O Demônio da Rua Willow ainda fica devendo.

Nota: 4/10

Título original: From a House on Willow Street.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2017.
Pais: África do Sul.
Duração: 1h 30min.
Roteiro: Jonathan Jordaan, Alastair Orr, Catherine Blackman.
Direção: Alastair Orr.
Elenco: Sharni Vinson, Carlyn Burchell, Steven John Ward, Gustav Gerdener, Zino Ventura, Gina Shmukler, Ter Hollmann, Ashish Gangapersad, Jonathan Taylor, Dimitri Bajlanis, Zelmia Bezuidenhout, Monica Ann Fourie, Nicole De Klerk, Mia Slabbert.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

Postar um comentário

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

Postagem Anterior Próxima Postagem