Crítica | Melanie - A Última Esperança (The Girl With All Gifts, 2016)

Sennia Nanua interpreta menina que se une a sobreviventes em mundo pós-apocalíptico em 'Melanie - A Última Esperança', drama de terror do diretor Colm McCarthy


Arte do filme 'Melanie - A Última Esperança'
Arte do filme 'Melanie - A Última Esperança', de Colm McCarthy


Melanie - A Última Esperança é um drama de terror sobre um grupo de sobreviventes que se aventura em uma Inglaterra devastada por uma infecção que dizimou a maioria da população. Ou melhor, transformou quase todo mundo em criaturas raivosas, comedoras de carne humana. O longa-metragem dirigido pelo escocês Colm McCarthy (série O Filho Bastardo do Diabo) é baseado no best-seller do autor britânico Mike Corey, lançado no Brasil com o título de A Menina Que Tinha Dons.

O filme começa em um laboratório que guarda um segredo que pode dar à humanidade uma chance de recomeçar. Como já era esperado, o lugar é fortemente protegido por militares. Ou talvez não tão fortemente assim, pois os infectados furiosos não demoram para aparecer por lá e colocar todo mundo para correr. O filme passa a focar em alguns sobreviventes em busca de um lugar seguro. Eles levam consigo uma menina chamada Melanie (Sennia Nanua, da série A Rainha Serpente) que, como o título nacional revela, acaba se tornando sua única esperança de salvação.

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Para evitar spoilers, vou dizer apenas que a atriz mirim Sennia Nanua é talentosa e entrega uma personagem carismática. O resto do elenco também convence, com destaque para Gemma Arterton (Mistério no Mediterrâneo) no papel da professora Justineau, por quem Malanie desenvolveu uma profunda afeição. Por motivos que também não vou revelar, Justineau tem algumas tretas com a Dra. Caroline Caldwell (Glenn Close, de Atração Fatal), uma cientista que busca o antídoto para o que essencialmente acabou com a existência humana normal.

Imagem do filme 'Melanie - A Última Esperança'
Imagem do filme 'Melanie - A Última Esperança', de Colm McCarthy


Melanie: A Última Esperança tem um primeiro ato sólido, que situa o espectador no novo mundo de maneira eficaz. Há surpresas e até revelações chocantes. E há ecos tanto de Dias dos Mortos, de George A. Romero, quanto de Extermínio, de Danny Boyle. A cena em que os infectados invadem a instalação militar é intensa, e ouso dizer que se firma como o melhor momento do filme. Já a jornada dos sobreviventes pelo mundo devastado não é tão empolgante assim.

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Até gostei do visual, que ocasionalmente remete ao game The Last of Us. Também gostei dos momentos de "ei, temos que fugir daqueles comedores de carne ou encontrar uma maneira de passar despercebidos no meio deles". Mas acho que o filme se acomoda demais no terreno dramático e nos debates filosóficos, que acaba ficando um pouco arrastado. O último ato, mesmo tomando um rumo inesperado, também não me agradou muito. Mas se você não se importar com o ritmo, que pende para o lado da fase ruim de The Walking Dead, pode ser que se divirta.

Nota: 5.2/10

Título Original: The Girl With All Gifts.
Gênero: Drama, ficção científica, terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
País: Inglaterra.
Duração: 111 minutos.
Roteiro: Mike Carey.
Direção: Colm McCarthy.
Elenco: Sennia Nanua, Gemma Arterton, Glenn Close, Fisayo Akinade, Paddy Considine, Dominique Tipper, Anamaria Marinca.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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