Crítica | Romina (2018)

Filme do diretor Diego Cohen acompanha o depoimento de uma jovem que sobreviveu a um massacre em uma floresta no México.

Imagem do filme 'Romina', de Diego Cohen

Romina é o novo trabalho do diretor e roteirista Diego Cohen, responsável pelo found footage Perdidos, pelo thriller Luna de Miel e pelo segmento "Paidós Phobos", da antologia México Bárbaro II. O longa reúne elementos de filmes slashers e do cinema exploitation, mas o faz de uma forma tão pouco inspirada que dificilmente agradará aos fãs de qualquer um desses subgêneros.

A trama gira em torno de uma tragédia ocorrida no dia 27 de julho de 2016, quando um grupo de jovens foi assassinado em uma região do México conhecida como Lago de Cristal — uma cristalina referência ao lago favorito do velho Jason, o morto-vivo psicótico que aterrorizava adolescentes na franquia Sexta-Feira 13. A polícia quer saber o que aconteceu e, para isso, recorre ao relato da jovem Romina, a única sobrevivente. Seria ela uma testemunha, vítima ou participante do massacre?

PUBLICIDADE

Cohen começa aceitável, com uma sequência de abertura bem feitinha, um flashback bizarro e um plano-sequência que flerta com o cinema de arte. Porém, basta o grupo de jovens chegar ao tal Lago de Cristal para que o filme revele sua cara feia. Primeiro, temos diálogos que se estendem muito além do necessário e não levam a lugar algum. Depois, surgem a montagem e a edição confusas, que dificultam entender o que está acontecendo, especialmente nas cenas noturnas.

Imagem do filme 'Romina', de Diego Cohen

Os maiores prejudicados são os atores, que acabam entregando personagens muito chatos. Apesar do esforço, o suspense não funciona, e a sensação de ameaça é praticamente inexistente. O assassino só aparece após os 50 minutos de filme, e sua presença não contribui em nada. As cenas de violência nunca são mostradas diretamente; o espectador vê apenas as consequências dos ataques. A maquiagem, que talvez funcionasse em cenas rápidas, perde o impacto ao ser excessivamente destacada.

Quando o filme terminou, eu tinha mais perguntas do que respostas. Se os crimes foram motivados por vingança, por que o caseiro foi atacado? E as meninas, que nada tinham a ver com a história? Por que o diretor insiste em interromper a ação a cada dois minutos para filmar o céu, as árvores, a grama, a água e os passarinhos fofos nadando no rio? E por que os personagens não pedem ajuda aos vizinhos, sendo que claramente há várias casas do outro lado da rua?

PUBLICIDADE

Confesso que dei algumas risadas quando a câmera mostrou acidentalmente as casas e ao perceber que os personagens continuavam respirando mesmo após mortos. Se o filme tivesse mais desses momentos toscos, Romina poderia ter garantido um lugar na categoria de filmes que, de tão ruins, acabam sendo divertidos. Mas, do jeito que está, é apenas um filme ruim mesmo.

Nota: 2.6/10

Título original: Romina.

Gênero: Suspense, terror.

Produção: 2018.

Lançamento: 2018.

País: México.

Duração: 77 minutos.

Roteiro: Diego Cohen.

Direção: Diego Cohen.

Elenco: Francisca Lozano, Arantza Ruiz, Claudia Zepeda, Walter Bercht, Roberto Beck, Oliver Nava, Eduardo Negrete, Diego Cohen.