Crítica | Vozes da Escuridão (A Dark Song, 2016)

Catherine Walker e Steve Oram realizam ritual de ocultismo no drama de terror 'Vozes da Escuridão', do diretor e roteirista Liam Gavin


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Steve Oram e Catherine Walker em imagem do filme 'Vozes da Escuridão', de Liam Gavin


Vozes da Escuridão é um drama de terror sobre uma mulher determinada e um ocultista problemático que arriscam suas vidas para realizar um ritual de ocultismo. É o longa-metragem de estreia do diretor Liam Gavin, responsável pelo curta Day of Reckoning. Steve Oram (Vestido Maldito) e Catherine Walker (O Lado Sombrio) estrelam o filme, roteirizado pelo próprio Gavin.

O cenário é uma casa remota, onde os protagonistas passarão seis meses trancados sozinhos. O sucesso do ritual concederá a cada um deles, um desejo impossível. No início o experiente praticante de ocultismo Joseph Solomon (Oram) se mostra relutante em aceitar a tarefa. Mas ele acaba sendo convencido por Sophia (Walker), uma mulher psicologicamente fragilizada pela perda de seu único filho.

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O ritual é perigoso. Pode conjurar anjos reais, mas também demônios reais. Curiosamente, os demônios psicológicos são os primeiros que se manifestam em Vozes da Escuridão, e a maioria do filme se concentra neles. O diretor espertamente mantém as motivações e a moralidade dos dois personagens fora do alcance um do outro e do próprio público, garantindo alguns momentos de tensão e muitas dúvidas.

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A atriz Catherine Walker em imagem do filme 'Vozes da Escuridão', de Liam Gavin


Joseph e Sophia estão sendo sinceros um com o outro? O que está acontecendo é real ou apenas delírios de um charlatão que acredita em suas próprias fantasias e de uma mulher à beira de uma crise psicológica? Bons diálogos e a ótima performance de Oram e Walker garantem que a jornada dos dois se torne cada vez mais complexa e fascinante, mesmo que seu ritmo seja um pouco mais lento do que eu esperava.

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Enquanto o ritual testa os limites físicos e mentais dos protagonistas, Gavin vai introduzindo elementos sobrenaturais de maneira muito discreta. Não há sustos ou mortes sangrentas, o que certamente vai decepcionar parte do público. Mas eu confesso que uma das cenas me impressionou bastante, não por ser assustadora, mas pelo seu impacto visual e pela mensagem poderosa que carrega.

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Catherine Walker e Steve Oram em imagem do filme 'Vozes da Escuridão', de Liam Gavin


Também é preciso destacar o cuidado absurdo que o diretor dispensa com os detalhes do ritual. Não entendo nada sobre confecção de símbolos ou sobre invocações de deuses antigos, mas ao assistir Vozes da Escuridão, a impressão que tive foi de que o diretor Liam Gavin sabia muito bem o que estava fazendo.

Nota: 6.3/10

Título original: A Dark Song.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2017.
País: Irlanda, Reino Unido.
Duração: 1h 40m.
Roteiro: Liam Gavin.
Direção: Liam Gavin.
Elenco: Catherine Walker, Steve Oram, Susan Loughnane, Mark Huberman, Nathan Vos.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

21 Comentários

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  1. Esse filme é absurdamente incrível. E o final...QUE FINAL.

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  2. Amei o filme. E aquele anjo no final? Grandioso! Me emocionei.

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  3. algum outro filme igual esse?

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  4. Não passa de ritual satânico encenado. Na realidade o que se invocaria com um ritual assim, seriam demônios, anjos caídos, os soldados do capeta. Na de anjos bons. Pra começar, o Satanás não tem poder para ressuscitar os mortos. Seria també um pouco hirônicoa pedira ajuda do pai da morte, da mentira e tudo que é desgraça, e o causador da "morte" indireta do filho.

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    1. No filme ela não quer a ressureição do filho e sim se vingar das pessoas que o mataram ;)

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    2. Na verdade nada disso existe amigo, é só um filme.

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    3. Na verdade existe sim, e o diretor foi bem fiel em algumas partes, só pesquisar sobre o Ritual de Abramelim, que foi o que me levou a achar esse filme.

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  5. Filme incrível no final me emocionei

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  6. Esse ritual do filme é a Invocação e conversação com o anjo guardião o ritual de abramelim.

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  7. O filme é bom, os atores representam até que bem, porém o roteiro é meio lento, faltou criatividade no roteiro para construir algo mais concreto e mais objetivo. A cena final foi criada para trazer emoção, mas como o filme se arrasta tanto o final só demonstra que aquela parte foi a única parte que pensaram em construir de verdade para o filme.

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  8. Estamos juntos nessa ... Curioso para saber que perdão e esse

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  9. no começo eu não entendi e no final parecía que tava no começo

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  10. O filho dela foi sequestrado por ocultistas e morto. No começo ela diz a aquele homem que quer ter contato com o filho morto há três anos, ouvir sua voz, ela o ama - segundo o ocultista, isso é um motivo sincero para iniciar o ritual. Ao desenrolar do enredo, o ritual parece não dar resultados, então sob pressão, ela fala seu verdadeiro desejo - vingança aos que mataram seu filho. No final, quando o ritual de invocação do anjo guardião dá certo, ela pede ao anjo o poder de perdoar. (Durante o processo do ritual ela tem que beber sangue humano como meio de purificar a alma, já que ela não consegue perdoar).

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    1. No caso perdoar quem? No caso quem matou o filho dela? Não entendi

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    2. Perdoar quem matou o filho ou perdoar o anjo pq ela disse "para te perdoar", não sei se ela estava indignada por ele não ter protegido o filho dela. Só entendi que o filme é uma grande porcaria

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  11. Só gostei da cena do final....não recomendo. Filme muito lento ..

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  12. Eu gostei queria fude com o gordo

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  13. A questão não é o filme ser lento e sim ruim mesmo, não acontece absolutamente nada de interessante a não ser as conversas sem graça dos protagonistas, nem o final que geralmente se salvam nesses filmizinhos atuais, nesse aqui não funciona

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