Crítica | Habitantes: Eles Estão Aqui (Occupants, 2015)

Briana White e Michael Pugliese interpretam um casal que abre um portal para outra dimensão em 'Habitantes: Eles Estão Aqui', um suspense de ficção científica dirigido por Russ Emanuel


Michael Pugliese e Briana White como Neil e Annie no filme 'Habitantes: Eles Estão Aqui', de Russ Emanuel
Michael Pugliese e Briana White como Neil e Annie no filme 'Habitantes: Eles Estão Aqui', de Russ Emanuel


A possibilidade da existência de dimensões paralelas já foi explorada em diversas obras literárias, servindo de base para livros e quadrinhos. Além disso, esse conceito tem sido um tema recorrente na sétima arte, abrangendo desde obras como Julia e Julia (1987) e O Confronto (2001) até séries televisivas como Sliders e Fringe. Agora, esse intrigante tópico volta a ser explorado em Habitantes: Eles Estão Aqui, um filme do diretor Russ Emanuel que mescla elementos de drama, mistério e terror em um formato de found footage, um subgênero cinematográfico que utiliza filmagens supostamente encontradas.

Briana White (série Criminal Minds: Beyond Borders) interpreta Annie, uma diretora de documentários premiada que convence seu marido Neil (Michael Pugliese, da série Nikita) a instalar câmeras em todos os cômodos de sua casa. A intenção é registrar os hábitos alimentares do casal para um projeto chamado '30 Dias Vivendo Limpo', que essencialmente é uma dieta vegetariana composta unicamente por alimentos crus, não cozidos e água.

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Inicialmente, o experimento se desenrola como planejado, com o casal morrendo de fome e perdendo a paciência com seu novo estilo de vida. Entretanto, as coisas tomam um rumo mais sinistro quando as câmeras começam a captar imagens de uma versão alternativa da casa. A situação se torna ainda mais perturbadora quando as filmagens revelam versões alternativas de Annie e Neil, totalmente alheias à presença deles, vivendo no mesmo espaço.
 
Briana White como Annie no filme 'Habitantes: Eles Estão Aqui', de Russ Emanuel
Briana White como Annie no filme 'Habitantes: Eles Estão Aqui', de Russ Emanuel


Emanuel merece reconhecimento por criar um filme found footage que evita os clichês frequentemente associados ao subgênero, como a câmera que falha nos momentos cruciais ou a imagem trêmula que prejudica a compreensão do espectador. Embora encontre alguns desafios para construir o suspense e momentos de tensão e entregue um desfecho que não alcança as expectativas, o filme tem um terceiro ato bastante sombrio.

Além de oferecer um ponto de partida intrigante, o roteiro de Julia Camara (Área Q) funciona bem ao traçar paralelos entre as duas versões do casal. É especialmente eficiente ao questionar se a vida de Annie e Neil teria tomado um rumo mais trágico se suas circunstâncias fossem ligeiramente diferentes. Em tais momentos, roteiro, direção e elenco se alinham para criar impactos emocionais convincentes.

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No entanto, a naturalidade com a qual o casal reage à descoberta de um portal dimensional aberto em sua sala carece de lógica. Annie e Neil passam boa parte do tempo observando as versões alternativas de si mesmos como se estivessem assistindo a um reality show. Somente quando os dois mundos começam a interagir é que eles buscam ajuda do Dr. Alan Peter, interpretado por ninguém menos que Robert Picardo (série Star Trek: Renegades).
 
Michael Pugliese e Briana White como Neil e Annie no filme 'Habitantes: Eles Estão Aqui', de Russ Emanuel
Michael Pugliese e Briana White como Neil e Annie no filme 'Habitantes: Eles Estão Aqui', de Russ Emanuel


Peter é apresentado como um “renomado estudioso de parapsicologia e metafísica”, mas não parece muito impressionado com a descoberta do casal. Na verdade, o renomado doutor sequer visita a casa, pois está ocupado com uma reunião e aparentemente não tem tempo para lidar com assuntos sem importância como a existência de portais para outros mundos.

O personagem também serve como um guia para o público, explicando alguns dos mistérios do filme. Pelo menos na teoria, porque, na prática, sua resposta para a maioria das perguntas é um sonoro “Eu não sei”. Isso quando não está soltando pérolas hilárias, como quando revela que erupções vulcânicas são conhecidas por selar portais dimensionais e sugere que o casal incendeie sua própria casa.

É difícil discernir onde o humor intencional termina e o humor involuntário começa. Em meio à incerteza, dei boas risadas.

Nota: 4/10

Título Original: Occupants.
Gênero: Ficção científica, suspense, terror.
Produção: 2015.
Lançamento: 2015.
País: EUA, Canadá, Brasil, Pilipinas, Singapura, UK, Alemanha.
Duração: 81 minutos.
Roteiro: Julia Camara.
Direção: Russ Emanuel.
Elenco: Briana White, Michael Pugliese, Robert Picardo, Chalet Lizette Brannan.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

6 Comentários

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  1. Não acho que seria Maior Descoberta da Historia pq o personagem de Robert Picardo deixa claro que isso e comum. Eles não levaram muito a serio talvez por não terem real noção do que estava acontecendo. Acho que so quem e pesquisador ou curioso sobre esse tipo de assunto teria noção e levaria a serio acontecimentos como esse.

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  2. O filme diz que isso aconteceu na vida real.

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  3. Muitos filmes desse tipo usam esse apelo de "história real"... Achei razoavel, mas a nota poderia ser melhor.

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  4. esse filme é tão ruim que eu achei que era algum tipo de trabalho de fim de curso universitário de cinema...(sério). tipo, se for trabalho de estudante, nota 10. se for sério mesmo, nota -10 kkkkkkkkkkkkkkkkk

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  5. No início é ruim … vai piorando e fica péssimo .. nota -4

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  6. Muito bom, explica sobre o entrelaçamento das dimensões. Nota 9 .Final deixou um pouco a desejar

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