Crítica | Harbinger Down: Terror no Gelo (2016)

Tripulação de navio pesqueiro é ameaçada por organismo espacial no terror do diretor e roteirista Alec Gillis

Milla Bjor e Camille Balsamo em imagem do filme 'Harbinger Down: Terror no Gelo'

Por Ed Walter

Alec Gillis é um especialista em efeitos-especiais que já trabalhou em filmes como Alien: O Resgate (1986), Deu a Louca Nos Monstros (1987), O Ataque dos Vermes Malditos (1990), Skyline: A Invasão (2010), Um Monstro no Caminho (2016) e It: A Coisa (2017). Agora ele está estreando na direção com Harbinger Down: Terror no Gelo, onde mostra que tem talento para criar monstros bizarros. Mas fica devendo em outros aspectos.

A trama acompanha um grupo de pesquisadores que embarca no navio pesqueiro Harbinger com o objetivo de estudar os efeitos do aquecimento global nas baleias do mar de Bering. A descoberta de destroços congelados de uma capsula espacial soviética libera uma ameaça aterrorizante no navio. E a viagem torna-se uma luta pela sobrevivência.

Lance Henriksen em imagem do filme 'Harbinger Down: Terror no Gelo'

Não existe CGI em Harbinger Down. A exemplo de produções de terror recentes como o surpreendente The Void, tudo é feito na base dos efeitos práticos. As aparições das criaturas são palpáveis. E mesmo que Gillis exagere um pouquinho na concepção de algumas bizarrices (como na cena em que a parte de baixo de um marinheiro infectado sai correndo sem o corpo), o resultado consegue ser mais divertido do que o que seria obtido usando efeitos digitais.


A trama homenageia clássicos do cinema de terror dos anos 80. O mais óbvio é O Enigma do Outro Mundo (1982), de John Carpenter. A data da queda da nave russa inclusive faz referência ao ano de lançamento do clássico de Carpenter, que também é homenageado em cenas que mostram o computador Chess Wizard. Também há referências a Alien: O Oitavo Passageiro (1979), de Ridley Scott. E a Tubarão (1975) de Steven Spielberg, que tem uma de suas frases clássicas repetidas por um dos personagens do filme.

Imagem do filme 'Harbinger Down: Terror no Gelo'

Mas assim que deixamos a nostalgia de lado, notamos que Harbinger Down tem problemas. O diretor não consegue extrair a tensão necessária para tornar os momentos de terror memoráveis. A montagem providencia cortes intrusivos que quebram o rimo das cenas e anulam o senso de perigo. O roteiro não é gentil com os personagens, que parecem mais adolescentes inconsequentes do que cientistas. Os diálogos são fracos. As discussões não convencem. E o drama familiar, muito menos.

Camille Balsamo (Parasitic) e Lance Henriksen (A Vingança do Diabo) se esforçam nos papéis de Sadie e seu avô, Graff. Mas eu não consegui torcer por eles. Já os outros personagens são caricaturas e estão ali apenas para aumentar a contagem de corpos. Harbinger Down foi produzido com ajuda de uma campanha de financiamento coletivo, com a promessa do diretor de entregar um filme com efeitos visuais à moda antiga. Ele cumpre a promessa. Mas não vai muito além disso.

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O melhor: Efeitos práticos divertidos e gosmentos.
O pior: Roteiro fraco, personagens sem carisma e ausência de tensão.

Título original: Harbinger Down.
Gênero: Ficção Científica, Terror.
Produção: 2015.
Lançamento: 2015.
País: Estados Unidos.
Duração: 82 minutos.
Roteiro: Alec Gillis.
Direção: Alec Gillis.
Elenco: Lance Henriksen, Camille Balsamo, Matt Winston, Reid Collums, Winston James Francis, Milla Bjor, Giovannie Samuel, Michael Estime, Edwin H. Bravo, Kraig W. Sturtz, Jason Speer, Mick Ignis.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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