Crítica | O Paradoxo Cloverfield (The Cloverfield Paradox, 2018)

Estação espacial vira palco de eventos bizarros no suspense sci-fi de Julius Onah

Imagem do filme 'O Paradoxo Cloverfield', de Julius Onah

Por Ed Walter

O diretor Julius Onah é o mesmo realizador de The Girl Is in Trouble, de 2015. Agora ele volta à direção com a missão de dar sequência à franquia Cloverfield, de J.J. Abrams, que começou em 2008 com Cloverfield: Monstro e continuou em 2016 com Rua Cloverfield, 10. O primeiro filme era um terror no estilo found footage. O segundo era um thriller psicológico. E a nova produção, adquirida pela Netflix, abraça definitivamente a ficção científica.

A trama acompanha um grupo de cientistas de vários países (inclusive o Brasil) que é enviado para uma estação espacial com a missão de realizar testes com um acelerador de partículas que poderá resolver a crise de energia na Terra. Eles acabam provocando um acidente que dará início a eventos assustadores não apenas no espaço, mas também em todo o planeta.


Imagem do filme 'O Paradoxo Cloverfield', de Julius Onah

A primeira metade é bem executada. Os efeitos especiais são muito bons, e servem à história ao invés de se sobrepor a ela. Conceitos como universos paralelos e fusão de espaço-tempo são frequentemente abordados. E apesar de receberem um tratamento superficial, não deixam de gerar momentos divertidos e igualmente bizarros.

Já o nível de tensão não é lá essas coisas. Muitas coisas medonhas acontecem, mas tudo é muito rápido e o público não tem tempo de assimilar as consequências dos eventos. Com isso, boa parte das situações acabam perdendo o impacto. E algumas ganham um tom bem trashFalta sutileza do diretor. Falta uma reação apropriada do elenco. E sobram piadas desnecessárias nos momentos mais inapropriados possíveis. 


Imagem do filme 'O Paradoxo Cloverfield', de Julius Onah

Há algumas sequências ambientadas na Terra. Mas essas partes não acrescentam muita coisa à trama, deixando a sensação de que foram jogadas ali apenas para fazer uma conexão com o primeiro filme. Na metade final há muitas situações previsíveis e dramas intimistas. E tudo culmina em um último ato decepcionante.

O Paradoxo Cloverfield tem seus bons momentos e dá aos fãs combustível suficiente para formular algumas teorias. Mas é o filme mais fraco da franquia.

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O melhor: Tem uma premissa fascinante.
O pior: Se parte na metade final.

Título original: The Cloverfield Paradox.
Gênero: Ficção Científica, Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
País: Estados Unidos.
Duração: 102 minutos.
Roteiro: Oren Uziel, Doug Jung.
Direção: Julius Onah. 
Elenco: Gugu Mbatha-Raw, Elizabeth Debicki, Daniel Brühl, Chris O’Dowd, Ziyi Zhang, David Oyelowo, John Ortiz, Aksel Hennie, Roger Davies.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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