Crítica | The Lodgers (2017)

Charlotte Vega e Bill Milner interpretam gêmeos amaldiçoados no drama gótico de terror de Brian O'Malley

Charlotte Vega em imagem do filme 'The Lodgers', de Brian O'Malley

Por Ed Walter

O irlandês Brian O'Malley é responsável pelos curta-metragens Screwback (2004) e Crossing Salween (2010). Ele estreou na direção de longas em 2014 com o thriller Aprisionados. E agora está de volta com The Lodgers, drama gótico de terror ambientado em 1920, estrelado por Charlotte Vega e Bill Milner.

Eles interpretam os gêmeos Rachel e Edward, que vivem isolados em uma mansão nos arredores de uma pequena vila no interior da Irlanda. Ambos acreditam que são amaldiçoados por espíritos que supostamente habitam o subterrâneo da propriedade. E para não despertar a fúria do além precisam respeitar três regras: nunca deixar o outro sozinho, estar na cama antes do relógio marcar meia-noite e nunca permitir que um estranho entre na casa. As regras serão quebradas. E coisas estranhas vão acontecer.

Charlotte Vega e Bill Milner em imagem do filme 'The Lodgers', de Brian O'Malley

A direção elegante de O'Malley aproveita bem as locações irlandesas e entrega cenas externas belíssimas, em especial aquelas ambientadas na floresta e nas proximidades do lago. As cenas internas são luxuosas, mas também contam com aquele clima sombrio e sufocante típico dos filmes antigos. Os efeitos sonoros ajudam na criação da atmosfera. E os efeitos especiais, embora discretos, são eficientes.


Além da trama sobrenatural, o roteiro de David Turpin entrega drama, romance e algumas metáforas. A sugestão de uma relação incestuosa entre os irmãos remete imediatamente a A Marca da Pantera (1982), de Paul Schrader. Mas a história também tem muitas semelhanças com o conto A Queda da Casa de Usher (1939), de Edgar Allan Poe. Independente das inspirações, o filme consegue caminhar com as próprias pernas.

Charlotte Vega em imagem do filme 'The Lodgers', de Brian O'Malley

A bela Charlotte Vega (Meu Outro Eu) se destaca no papel de Rachel, cuja determinação em escapar da maldição é o que move boa parte da trama. Bill Milner (Operação Anthropoid) acha um bom equilíbrio entre a amargura e a psicopatia de Edward. Eugene Simon (série Game of Thrones) está ok no papel de Sean, um jovem que acabou de voltar da Primeira Guerra Mundial e que acaba despertando os desejos de Rachel. E David Bradley (série The Strain) faz uma participação rápida mas muito bem vinda no papel de Bermingham, o representante legal da família.

O ritmo lento, a ausência de tensão nos momentos de terror e o final anti-climático comprometeram um pouco minha experiência com The Lodgers. O fato do roteiro deixar muitas perguntas sem respostas também. Mas apesar dos problemas, acho que o filme ainda pode ser um passatempo interessante.

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O melhor: Premissa curiosa e atmosfera sombria.
O pior: Pouco suspense, ritmo lento e muitas perguntas sem resposta.

Título Original: The Lodgers.
Gênero: Drama, Terror.
País: Irlanda.
Produção: 2017.
Lançamento: 2018.
Duração: 92 minutos.
Roteiro: David Turpin.
Direção: Brian O'Malley.
Elenco: Charlotte Vega, David Bradley, Moe Dunford, Bill Milner, Eugene Simon, Deirdre O'Kane, Roisin Murphy, Emmet Kelly, Anthony Murphy, Brendan O'Rourke, Elijah Egan, Matthew Sludds, Ronan Byrne, Jack O'Malley.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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