Crítica | The Hollow Child (2018)

A atriz  Hannah Cheramy em imagem do filme 'The Hollow Child'

Por Ed Walter

Depois de passar por vários lares adotivos, a adolescente Samantha parece ter finalmente encontrado seu lugar na residência do casal Garrett e Liz. Mas seu sonho de ser aceita é interrompido quando sua irmã adotiva Olivia, que estava sob seus cuidados, desaparece na floresta. Para sua sorte, Olivia reaparece sã e salva, três dias depois. Mas uma série de acontecimentos estranhos fazem com que Samantha desconfie que a menina que voltou da floresta talvez não seja sua irmã.

O filme busca inspiração no folclore europeu, em especial na crença popular sobre as "crianças trocadas". É um assunto interessante, raramente explorado no cinema de terror, e por isso The Hollow Child chama a atenção logo de início. Tudo bem que o roteiro de Ben Rollo aproveita muito pouco do folclore. Mas pelo menos ele não cai na armadilha de tentar "modernizar" ou "explicar cientificamente" a ameaça, o que acaba contando como um ponto positivo para o filme.

Genevieve Buechner e Jessica McLeod em imagem do filme 'The Hollow Child'

A história se foca no drama da protagonista interpretada pela atriz Jessica McLeod, mas o roteiro deixa muito a desejar nesse ponto. Existe até uma certa complexidade na personagem, mas nada a seu redor contribui para seu desenvolvimento. A tensão com seus pais adotivos (John Emmet Tracy e Jana Mitsoula) não é aprofundada. Seu relacionamento com Logan (Connor Stanhope) não sai da friend zone. E seu romance com Emily (Genevieve Buechner) não leva a lugar nenhum.

A atriz mirim Hannah Cheramy, que interpreta Olivia, bem que tenta criar uma personagem assustadora, mas nem o roteiro e nem a direção permitem que ela vá muito longe. Ela faz suas malvadezas, mas a personagem nunca chega ao ponto de ser de fato ameaçadora. Já Johannah Newmarch não tem muita coisa a fazer no papel de Allison. É apenas um clichê, na forma da vizinha que sabe a verdade sobre os eventos sobrenaturais e, é claro, vai dar todas as dicas para que a protagonista possa combatê-los.

Imagem do filme de terror 'The Hollow Child'

Não há o que se destacar nas cenas de terror. Elas estão lá mas não fazem diferença. O trabalho de Jeremy Lutter — que já dirigiu vários curtas-metragens e também dois episódios da série Ana e os Robôs — não tem ritmo, não tem ousadia e raramente transmite emoção. O suspense é mal trabalhado, as raríssimas cenas de violência são totalmente desinteressantes, e tanto a trilha como os efeitos sonoros contribuem para dificultar nossa imersão.

The Hollow Child vale como curiosidade, por explorar um assunto que ainda não ganhou destaque no cinema de terror. Mas não vai muito além disso.

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Título original: The Hollow Child.
Gênero: Terror. Lançamento: 2018.
País: Canadá. Duração: 92 minutos.
Direção: Jeremy Lutter.
Roteiro: Ben Rollo.
Elenco: Jessica McLeod, Hannah Cheramy, John Emmet Tracy, Jana Mitsoula, Genevieve Buechner, Connor Stanhope.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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