Crítica | The Hollow Child (2017)

Uma adolescente suspeita que sua irmã adotiva foi substituída por uma cópia maligna neste filme de terror com temática curiosa — e muito pouco além disso


Imagem do filme 'The Hollow Child', de Jeremy Lutter
Imagem do filme 'The Hollow Child', de Jeremy Lutter


The Hollow Child, do diretor Jeremy Lutter, conta a história de Samantha, uma adolescente que passou por diversos lares adotivos, mas agora parece ter finalmente encontrado seu lugar na casa do casal Garret e Liz. Seu sonho de ser aceita é interrompido quando sua irmã adotiva, Olivia, que estava sob seus cuidados, desaparece na floresta. Felizmente, a menina retorna, sã e salva, três dias depois. O problema é que Samantha começa a suspeitar que aquela menina possa não ser sua irmã.

O filme busca inspiração no folclore europeu, em especial na crença popular sobre as crianças trocadas, ou changelings. É um tema pouco explorado no cinema de terror, e por isso The Hollow Child chama a atenção logo de início. Tudo bem que o roteiro do estreante Ben Rollo explora muito pouco do folclore, mas ao menos não tenta modernizar ou explicar cientificamente a ameaça — o que já conta como um ponto positivo.

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Já quando tenta focar no drama da protagonista interpretada por Jessica McLeod (Irracional: A Ciência de um Crime), roteiro e direção deixam muito a desejar. A atriz até tenta dar um pouco de complexidade à personagem, mas nada ao redor contribui para seu desenvolvimento. A tensão com seus pais adotivos (John Emmet Tracy, da série iZombie, e Jana Mitsoula, de Perfil de Assassino), não é aprofundada; seu relacionamento com Logan (Connor Stanhope, da série Supernatural) é monótono; e seu romance com Emily (Genevieve Buechner, de A Lista do Amor) não leva a lugar nenhum.

Imagem do filme 'The Hollow Child', de Jeremy Lutter
Imagem do filme 'The Hollow Child', de Jeremy Lutter


A garota Olivia, interpretada por Hannah Cheramy (série Origem), faz suas maldades, mas novamente, nem roteiro, nem direção, permitem que ela vá muito longe, e o resultado é uma vilã que nunca chega a ser de fato ameaçadora. Já a Alison de Johannah Newmarch (Arquitetura do Amor) é a personagem genérica que todo fã de terror sobrenatural conhece muito bem: a vizinha que sabe a verdade e fornece todas as dicas necessárias para que a protagonista combata o mal no final.

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Não há nada digno de destaque nas cenas de terror. Lutter — que já comandou diversos curtas-metragens e também dois episódios da série Ana e os Robôs — não consegue trabalhar o suspense, e as raríssimas cenas de violência são totalmente esquecíveis. Enquanto isso, tanto a trilha quanto a mixagem de som dificultam a imersão do espectador, o que faz de The Hollow Child um filme com um tema curioso, mas que não vai além disso.

Nota: 3/10

Título original: The Hollow Child.

Gênero: Terror, drama.

Produção: 2017.

Lançamento: 2018.

País: Canadá.

Duração: 1 h 28 min.

Roteiro: Ben Rollo.

Direção: Jeremy Lutter.

Elenco: Jessica McLeod, Hannah Cheramy, John Emmet Tracy, Jana Mitsoula, Genevieve Buechner, Connor Stanhope, Johannah Newmarch, Craig March.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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