Dois irmãos querem cavar um buraco até o inferno em 'Antrum - A Cova do Demônio', de Michael Laicini e David Amito
Rowan Smyth e Nicole Tompkins em imagem do filme de terror 'Antrum - A Cova do Demônio'
Dizem haver um filme de terror cuja trajetória foi marcada por incidentes mortais. Seu nome é Antrum, e foi aparentemente produzido por um cineasta da Europa Oriental, no final da década de 1970. Relatos afirmam que organizadores de festivais que o assistiram morreram em circunstâncias misteriosas. Além disso, conta-se que um cinema que se atreveu a exibi-lo pegou fogo, resultando em várias mortes.
Na década de 1990, o filme desapareceu. No entanto, agora, dois entusiastas de cinema encontraram o que acreditam ser a cópia original desse filme amaldiçoado e decidiram lançá-lo para aqueles que tiverem coragem de assistir. Lá fora, o filme ganhou o título de Antrum: The Deadliest Film Ever Made. No Brasil, foi lançado como Antrum - A Cova do Demônio.
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Obviamente, essa história de maldição é tão verdadeira quanto unicórnios cor de rosa carregando uma carteira cheia de notas de três reais. Mas os diretores Michael Laicini e David Amito levam a brincadeira muito a sério. Eles até filmaram um mini-documentário (igualmente falso) de introdução, onde “especialistas” e organizadores de eventos cinematográficos debatem sobre as supostas mortes em torno do filme.
Nicole Tompkins e Rowan Smyth em imagem do filme de terror 'Antrum - A Cova do Demônio'
Após a sinistra introdução, o filme começa. O garotinho Nathan (Rowan Smyth, de Eu Acredito) perdeu seu cãozinho Maxine e está atormentado pela ideia de que a alma do animal possa estar presa no inferno. Sua irmã mais velha, Oralee (Nicole Tompkins, de Amityville: O Terror), decide ajudá-lo, levando o garoto para uma região rural que supostamente é o lendário local onde Lúcifer caiu na Terra. Eles têm a intenção de cavar um buraco até o inferno (!) para resgatar a alma de Maxine. E é claro que essa aventura terminará muito mal.
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Como Antrum foi filmado em 2018, os diretores precisam recorrer (ou ao menos simular) técnicas de filmagens antigas para garantir aquele clima de produção dos anos 70. Imagens desbotadas, filtros granulados e as famosas marcas de “queimaduras de cigarro” ajudam nesse processo. O figurino também é preciso. O filme ganha pontos extras por sua trilha sonora sufocante, repleta de cânticos e áudios distorcidos. E, é claro, pelo cuidado dispensado aos detalhes durante a execução de alguns rituais.
Rowan Smyth e Nicole Tompkins em imagem do filme de terror 'Antrum - A Cova do Demônio'
Após gastar um tempinho tentando estabelecer a conexão emocional entre os irmãos, os diretores mergulham no terreno do terror psicológico. Conforme Nathan e Oralee cavam a terra suja e vão ganhando acesso a novas camadas do que acreditam ser o inferno, vultos, imagens subliminares e barulhos de correntes arrastando criam a constante sensação de que algo está muito errado. No entanto, os protagonistas só vão correr perigo real na metade final, quando novos personagens entram em cena e a trama começa a seguir por um caminho não explorado.
Antrum tem alguns momentos bizarros aqui e ali, mas confesso que o ritmo arrastado atrapalhou bastante minha experiência. O filme vale uma espiada por seu conceito interessante e pela campanha publicitária curiosa. Mas como estamos falando de uma obra que carrega o subtítulo de “o filme mais mortal já realizado”, e que começa advertindo o público de que seu conteúdo é perturbador, eu esperava muito mais.
Nota: 4/10
Título original: Antrum: The Deadliest Film Ever Made.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
País: Canadá.
Duração: 95 minutos.
Roteiro: David Amito, Michael Laicini.
Direção: David Amito, Michael Laicini.
Elenco: Nicole Tompkins, Rowan Smyth, Dan Istrate, Circus-Szalewski, Shu Sakimoto, Kristel Elling, Lucy Rayner, Pierluca Arancio, A.J. Bond, Nathan Fleet, Brock Fricker, Assen Gadjalov.
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