Motoqueiros sombrios aterrorizam grupo de amigo na aventura de terror do diretor Vicente Amorim
Imagem do filme 'Motorrad', de Vicente Amorim |
Por Ed Walter
Vicente Amorim já dirigiu filmes como O Caminho das Nuvens (2003) e Irmã Dulce (2014), e também comandou episódios de séries como As Canalhas e Romance Policial: Espinosa. Agora ele está de volta com Motorrad, longa-metragens que combina cenas de ação com elementos típicos do cinema slasher. O filme é estrelado por Guilherme Prates (Confissões de Adolescente), Emilio Dantas (A Força do Querer) e Carla Salle (Malhação).
Prates interpreta Hugo, um jovem que quase perde a vida ao tentar furtar um carburador de um ferro-velho. Tudo para que possa consertar sua moto a tempo de se juntar ao irmão Ricardo (Dantas) e seus amigos, em um passeio por uma região desértica. Eles encontram a misteriosa Paula (Salle), que se apressa em guiá-los através de uma área remota que o grupo nem sabia que existia. Só que além das belas paisagens e da água que a Bia não pode beber, essa área também é o território de um grupo de motoqueiros sombrios, que gosta de matar quem encontra pela frente.
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Visualmente o filme é competente. A escolha de dessaturar o máximo possível a fotografia ajuda a dar ao cenário da Serra da Canastra, em Minas Gerais, o clima de mundo desolado que a trama pede. As rodovias vazias, os ambientes internos empoeirados e o visual estiloso dos personagens reforçam esse sentimento. Enquanto isso, os diálogos (ou a ausência deles, já que não há conversas nos primeiros 15 minutos) fazem com que filme flerte com o cinema de arte.
Imagem do filme 'Motorrad', de Vicente Amorim |
Essa inclinação para o lado artístico também pode ser sentida nos vários mistérios que o roteiro levanta, e parece ter prazer em não responder. A história se passa em um mundo pós-apocalíptico? Que marca é aquela na mão do Hugo? O que tem dentro daquele poço? E por que Bia não pode beber daquela água?!? Não há respostas. Ou talvez elas existam e eu não consegui encontrá-las. Mas confesso que me diverti bastante com esses esquisitices.
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Já nas cenas de terror, eu não me diverti tanto. O filme até entrega duas mortes bem elaboradas. Uma terceira chega a causar impacto, mas perde a força por se prolongar demais. E todas elas decepcionam em matéria de gore, algo que faz bastante diferença em qualquer filme slasher. Também senti falta de um pouco de suspense. E acho que teria sido mais legal se a trilha sonora não tentasse criar tensão onde ela não existe.
Mas o que realmente atrapalhou minha experiência com Motorrad foram as cenas de ação. A edição frenética atrapalha a visão. A câmera também, tremendo tanto que quase passa a sensação de que estamos assistindo a found footage. A tremedeira se intensifica nas cenas de perseguição. E como os personagens fogem de moto durante boa parte do filme, a diversão fica bem limitada.
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O melhor: Visual bacana, personagens estilosos e algumas esquisitices divertidas.
O pior: A câmera que não pára de tremer nas cenas de ação.
E a água? Não pode beber, não.
Título original: Motorrad.
Gênero: Terror, ação.
Produção: 2017.
Lançamento: 2018.
País: Brasil.
Duração: 92 minutos.
Roteiro: LG Tubaldini Jr e André Skaf.
Direção: Vicente Amorim.
Elenco: Emilio Dantas, Juliana Lohmann, Guilherme Prates, Carla Salle, Pablo Sanábio, Rodrigo Vidigal, Alex Nader, Jayme del Cueto, Javier Lambert, Hannibal Neto, Marcondes Oliveira, Cristiano Sousa.
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