Crítica | A Mulher Mais Assassinada do Mundo (La femme la plus assassinée du monde, 2018)

Anna Mouglalis interpreta a icônica atriz Paula Maxa no novo filme da Netflix dirigido por Franck Ribière

Anna Mouglalis em imagem do filme 'A Mulher Mais Assassinada do Mundo', de Franck Ribière

Por Ed Walter

O novo filme da Netflix é baseado na história da icônica atriz francesa Paula Maxa, diva do Grand-Guignol, teatro de horror que aterrorizou as plateias de Paris entre os anos de 1897 e 1962. Paula se especializou no papel de vítima, e se submeteu a uma série de "torturas" únicas na história do teatro e cinema. Ela teria sido "morta" 358 vezes no palco, embora o filme garanta que a contagem chega a 10 mil. O fato é que seu trabalho lhe rendeu o título de "a mulher mais assassinada do mundo".

O filme começa com Paula (Anna Mouglalis) narrando algumas de suas performances, que incluem morrer queimada, baleada, estrangulada, guilhotinada, espancada e devorada por uma onça.  Enquanto isso, o repórter Jean (Niels Schneider) investiga uma possível ligação das peças teatrais com uma onda de assassinatos reais que está tomando conta da cidade. O relacionamento de Paula e Jean dará início a uma trama onde nada é o que aparenta.


Imagem do filme 'A Mulher Mais Assassinada do Mundo', de Franck Ribière

O roteiro acompanha a rotina agitada da atriz, discute a influência dos espetáculos de terror na sociedade, fala sobre os efeitos sofridos pelo teatro com a chegada do cinema. Há um visível carinho com a recriação das peças e dos bastidores do teatro. E há sangue, dentro e fora dos palcos. O diretor Franck Ribière exagera um pouquinho com a (falta de) iluminação, mas o visual é aceitável na maior parte do tempo.

Mas enquanto as apresentações de Paula divertem, a investigação dos assassinatos está longe de ser empolgante. O mesmo pode ser dito sobre o romance entre a protagonista e o repórter Jean. E sobre aquela sub-trama do marido traído também. Já a reviravolta final, além de pecar pela falta de emoção, é desnecessariamente confusa. A Mulher Mais Assassinada do Mundo vale como curiosidade. Mas é um filme cansativo.

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O melhor: Paula Maxa e todas as cenas ambientadas no Grand-Guignol.
O pior: Subtramas soníferas.
Ser assassinada 10 mil vezes no palco: Faz de Paula a maior scream queen de todos os tempos?

Título original: La femme la plus assassinée du monde.
Gênero: Biografia, drama, suspense.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
País: Bélgica, Reino Unido, Estados Unidos.
Duração: 102 minutos.
Roteiro: Franck Ribière, Vérane Frédiani, James Charkow, David Murdoch.
Direção: Franck Ribière.
Elenco: Anna Mouglalis, Niels Schneider, Eric Godon, André Wilms, Constance Dollé, Michel Fau, Sissi Duparc, Jean-Michel Balthazar, Michel Ferracci, Renaud Rutten.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

2 Comentários

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  1. Nao entendi muito bem o final. Sobre o que aconteceu com Jean e o que realmente matou ela. Bem confuso

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  2. Parece que ele foi morto quando pegaram ele. Quem deve ter o matado foi o marido que ele tinha falado.

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