Crítica | Pânico no Lago: O Legado (Lake Placid: Legacy, 2018)

Ativistas ambientais enfrentam um crocodilo gigante no novo capítulo da franquia 'Panico no Lago', dirigido por Darrell Roodt


Imagem do filme 'Pânico no Lago: O Legado'
Imagem do filme 'Pânico no Lago: O Legado'


A franquia Pânico no Lago começou em 1999 com uma proposta divertida: misturar suspense, terror animal e humor ácido em torno de um lago habitado por um crocodilo gigante. Ao longo dos anos, a série se afastou cada vez mais do espírito original, apostando em continuações de baixo orçamento e roteiros que reciclavam fórmulas sem muito cuidado. Pânico no Lago: O Legado, lançado diretamente para a televisão, tenta resgatar a seriedade da premissa, mas o resultado é irregular e, em muitos momentos, desinteressante.

Dirigido por Darrell Roodt (que já teve dias melhores com Caçados), o filme acompanha um grupo de jovens ativistas ambientais que aceita explorar uma ilha isolada, supostamente palco de experimentos ilegais conduzidos por uma empresa malvada. O lugar não aparece nos mapas modernos, não é encontrado em sistemas de GPS, e é protegido por cerca eletrificada. Mas a maior ameaça para nossos eco-guerreiros não vem de lá, e sim do lago, que aparentemente é o lar de um crocodilo muito grande que gosta de devorar pessoas.


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A ideia de ligar o monstro a laboratórios e segredos governamentais poderia ser um caminho interessante, mas a execução não empolga muito. O roteiro prefere priorizar o suspense e o relacionamento dos personagens. Infelizmente, os protagonistas, interpretados por jovens atores pouco conhecidos, não são muito interessantes. Falta profundidade no desenvolvimento do grupo, o que torna difícil criar empatia ou torcer pela sobrevivência deles. Quando as mortes acontecem, soam mais como convenções obrigatórias do que como momentos de impacto dramático.

Imagem do filme 'Pânico no Lago: O Legado'
Imagem do filme 'Pânico no Lago: O Legado'


Visualmente, o filme também enfrenta limitações claras. Os efeitos especiais variam entre aceitáveis e quase amadores, com um crocodilo digital que raramente convence, quase sempre escondido em cenas noturnas mal iluminadas. Em alguns trechos, o monstro aparece de forma tão breve ou desfocada que a tensão perde força, deixando a sensação de que a produção evita mostrar demais não para criar suspense, mas para não expor suas fragilidades.

Apesar disso, há tentativas de criar atmosfera. A ilha isolada, cercada por florestas e ruínas de instalações abandonadas, é um cenário promissor que remete a filmes de terror de sobrevivência. Em momentos pontuais, a direção consegue transmitir a ideia de claustrofobia e perseguição, principalmente quando os personagens ficam presos em corredores apertados ou túneis inundados. Infelizmente, essas sequências são breves e não conseguem sustentar um ritmo constante de suspense.


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O maior problema talvez seja a falta de identidade. Enquanto o original de 1999 se destacava pelo humor irônico e pela presença de atores carismáticos como, Pânico no Lago: O Legado insiste em uma abordagem mais sombria, mas sem a intensidade necessária para funcionar como terror sério. Ele não é engraçado como os primeiros, nem tenso o bastante para agradar quem busca adrenalina genuína. Fica em uma zona morna, onde pouco se destaca.

Imagem do filme 'Pânico no Lago: O Legado'
Imagem do filme 'Pânico no Lago: O Legado'


Para fãs dedicados de filmes de criatura, pode haver um certo charme em acompanhar mais uma aventura envolvendo crocodilos gigantes. A franquia, mesmo em seus piores momentos, mantém um apelo trash que pode divertir quem assiste com expectativas moderadas. Pânico no Lago: O Legado não renova a série, mas também não é o desastre absoluto que poderia ter sido. É apenas mais um capítulo esquecível, que dificilmente atrairá novos admiradores.


Nota: 3,6/10


Título original: Lake Placid: Legacy.

Título Nacional: Pânico no Lago: O Legado.

Gênero: Terror, ficção científica.

Produção: 2018.

Lançamento: 2018.

Pais: África do Sul.

Duração: 90 minutos.

Roteiro: Jonathan Walker.

Direção: Darrell Roodt.

Elenco: Katherine Barrell, Tim Rozon, Sai Bennett, Luke Newton, Craig Stein, Joe Pantoliano, Alisha Bailey, Maxim Baldry, Greg Kriek, Gavin Lee Gomes.


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Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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