Clare Durant e Iván Pellicer estrelam o terror psicológico de Laura Alvea e Jose F. Ortuño
Por Ed Walter
Laura Alvea e Jose F. Ortuño já trabalharam juntos na direção de Relojes de arena (2003) e The Extraordinary Tale of the Times Table (2014). Agora eles fazem uma nova parceria para nos entregar Ánimas, terror psicológico estrelado por Clare Durant (I Love Her) e Iván Pellicer (série Fugitiva). Alvea e Ortuño também assinam o roteiro do longa, que já está disponível no catálogo de filmes da Netflix.
A trama acompanha Alex e Abraham (Durant e Pellicer), dois amigos de infância cuja adolescência está sendo marcada por uma série de problemas. Abraham é tímido e inseguro, e tem que lidar com um pai violento. Alex tem uma existência vazia e gosta de se auto-mutilar. A situação se complica ainda mais quando a jovem passa a ser atormentada por figuras sombrias. E esse evento arrastará ambos para um pesadelo sem volta.
Ánimas chama a atenção imediatamente com seu visual carregado de luzes dramáticas. A mistura de cores desorienta o espectador, dando à obra um aspecto quase onírico. E os planos inclinados, zooms e movimentos inesperados de câmera contribuem para potencializar esse efeito. O filme homenageia o cinema de Lynch, de Carpenter e de Hitchcock. E também de Wes Craven. Isso é sugerido através do uso recorrente do verde e vermelho. E fica explícito através de um divertido easter egg na cena do hospital.
Mas apesar das referências e do cuidado visual, a primeira metade do filme não me empolgou muito. As cenas parecem intencionalmente desconectadas. Os diálogos entre Alexa e Abraham dão muitas voltas e sempre terminam no mesmo lugar. E a subtrama que envolve os pais do garoto só fica interessante no final. Felizmente há também algumas cenas de terror. E mesmo que a maioria delas se resuma a jump scares inofensivos, elas servem para quebrar a monotonia até que o filme chegue ao terceiro ato, que é o que realmente interessa.
Mas apesar das referências e do cuidado visual, a primeira metade do filme não me empolgou muito. As cenas parecem intencionalmente desconectadas. Os diálogos entre Alexa e Abraham dão muitas voltas e sempre terminam no mesmo lugar. E a subtrama que envolve os pais do garoto só fica interessante no final. Felizmente há também algumas cenas de terror. E mesmo que a maioria delas se resuma a jump scares inofensivos, elas servem para quebrar a monotonia até que o filme chegue ao terceiro ato, que é o que realmente interessa.
Iván Pellicer e Clare Durant em imagem do filme 'Ánimas' |
A resposta para o mistério não chega a ser original, mas tem potencial para surpreender. E a revelação é seguida de situações bizarras o suficiente para causar impacto e fechar o filme de maneira positiva, mesmo com o roteiro entregando mais explicações do que o necessário. No final, quase tudo que assistimos e que parecia aleatório, passa a fazer sentido. E quando não faz, o roteiro também já tem uma desculpa preparada para justificar os furos.
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O melhor: Visual estiloso e terceiro ato bizarro.
O pior: Demora para fazer sentido. E depois explica mais do que precisava.
Apesar disso: A cena pós-crédito deixa o filme aberto a interpretações.
Título original: Ánimas.
Gênero: Drama, suspense, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
Pais: Espanha, Bélica.
Duração: 83 minutos.
Roteiro: Laura Alvea e Jose F. Ortuño.
Direção: Laura Alvea e Jose F. Ortuño.
Elenco: Clare Durant, Iván Pellicer, Ángela Molina, Luis Bermejo, Chacha Huang, Liz Lobato.
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