Crítica | Velvet Buzzsaw (2019)

Jake Gyllenhaal investiga um mistério sobrenatural no thriller de humor-negro de Dan Gilroy

Zawe Ashton e Jake Gyllenhaal em imagem do filme 'Velvet Buzzsaw'

Por Ed Walter

Dan Gilroy já trabalhou nos roteiros de filmes como Uma Loira Em Apuros (1994), Gigantes de Aço (2011) e O Legado Bourne (2012). Ele estreou na direção em 2014 com O Abutre, suspense estrelado por Jake Gyllenhaal que lhe valeu uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Original. Agora Gilroy e Gyllenhaal voltam a se unir em Velvet Buzzsaw, thriller de humor-negro que usa vários elementos do cinema de terror para satirizar a superficialidade do mundo das artes. O filme é uma produção original da Netflix e já está disponível no serviço de streaming.

Gyllenhaal interpreta Morf Vandewalt, um crítico de arte bissexual cujo prestígio pode alavancar a carreira de um artista. Ou destruí-la de vez, dependendo de sua avaliação. Ele é arrastado para o centro de eventos sombrios quando as obras de um pintor desconhecido, falecido recentemente, se tornam a sensação do concorrido mercado de arte de Los Angeles. Muita gente quer lucrar com as telas do artista. Mas todos que comercializam sua arte acabam encontrando uma morte horrível.

Rene Russo e Jake Gyllenhaal em imagem do filme 'Velvet Buzzsaw'

O filme é dividido em várias subtramas. Temos a história da agente Rhodora Haze (Rene Russo, de Thor: O Mundo Sombrio) e sua ambiciosa assistente Josephina (Zawe Ashton, de Animais Noturnos), que encontra as obras do pintor misterioso e dá início às esquisitices da trama. Temos a história da dona da galeria, Gretchen (Toni Collette, de Hereditário), do artista Piers (John Malkovich, de Bird Box) e da assistente Coco (Natalia Dyer, da série Stranger Things). Outros personagens entram em cena de vez em quando. E Gilroy reserva a primeira hora de seu filme para apresentar e desenvolver cada um deles.

O elenco é bom e parece se divertir entregando personagens bizarros que chegam bem perto da caricatura. Os diálogos são carregados de humor-negro. O design de produção é elegante, assim como o figurino. O problema é que acompanhar a galera conversando sem parar durante uma hora é extremamente cansativo. A sensação que tive foi a de estar assistindo ao episódio piloto de uma série dramática de TV. E o curioso é que isso parece ser intencional: tanto a fotografia suave quanto a montagem que transita entre diversos núcleos trazem influência da estética televisiva.

Toni Collette em imagem do filme 'Velvet Buzzsaw'

O mar de monotonia é parcialmente desfeito na metade final, quando os corpos começam a se acumular e as investigações de Vandewalt vão dando sinais de que talvez as obras sejam amaldiçoadas. Gilroy adota uma estrutura semelhante à dos filmes slashers e entrega mortes bizarras. Algumas vêm acompanhadas de bons efeitos digitais. Outras ficam implícitas devido a cortes bruscos. E há uma cena em que o diretor finalmente resolve soltar o freio de mão e deixar o sangue rolar solto. Esse foi um dos raros momentos em que Velvet Buzzsaw realmente me empolgou.

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O melhor: Elenco competente, bom design de produção e mortes bizarras.
O pior: Os momentos divertidos se perdem no meio da lentidão.

Título original: Velvet Buzzsaw.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 112 minutos.
Roteiro: Dan Gilroy.
Direção: Dan Gilroy.
Elenco: Jake Gyllenhaal, Rene Russo, Zawe Ashton, Tom Sturridge, Toni Collette, Natalia Dyer, Daveed Diggs, John Malkovich, Billy Magnussen, Alan Mandell, Mig Macario, Nitya Vidyasagar, Sedale Threatt Jr, Keith Bogart, Sofia Toufa.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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