Crítica | Hell of a Night (2019)

Irmãs viram alvo de fantasmas furiosos no filme de estreia do diretor e roteirista Brian Childs

Grace Powell e Rachael Hevrin em imagem do filme 'Hell of a Night', de Brian Childs

Por Ed Walter

Brian Childs trabalhou no departamento de edição do curta-metragem Don't Shoot (2017) e, em 2018, estreou na direção com outro curta: o ainda inédito The Dream Heist. Agora ele faz seu debut em longas com Hell of a Night, terror sobrenatural sobre duas irmãs que conseguem a proeza de irritar dois fantasmas diferentes em duas casas assombradas diferentes.

A bela colegial Blake (Rachael Hevrin) aluga uma casa no campo para passar duas semanas refletindo sobre a vida. Ela encontra uma tábua Ouija, sem saber que o objeto está amaldiçoado e a colocará na mira de forças sobrenaturais. Enquanto isso, sua irmã Shaine (Grace Powell) está sozinha na nova casa da família e encontra um colar misterioso durante um de seus passeios pelo sótão. O objeto está amaldiçoado também, e a menina será atormentada por outro espírito vingativo.

Rachael Hevrin em imagem do filme 'Hell of a Night', de Brian Childs

Mas se engana quem pensa que fantasmas nervosos são a única potencial ameaça que cruza o caminho de nossas heroínas. As férias no campo de Blake também serão interrompidas pela chegada de uma amiga falsiane que está de olho no seu dinheiro; um vilão pervertido que aparece do nada e que quer dinheiro também; e uma garotinha que pode ou não ser um fantasma, e que eu não faço a menor idéia de onde saiu.

Enquanto esses novos personagens deixam a história confusa, as ameaças sobrenaturais não impressionam muito. Uma das aparições se contenta em empurrar pessoas de um lado para o outro. O outro tem um machado, que maneja sem dificuldades para eliminar coadjuvantes. Mas tem uma certa dificuldade em fazer a mesma coisa quando precisa enfrentar a final girl.


Imagem do filme 'Hell of a Night', de Brian Childs


O filme é prejudicado pelo trabalho sonoro, que além de permitir que o espectador ouça o eco dos microfones durante alguns diálogos, também compromete as cenas de confronto e as eventuais tentativas de criar jump scares. Já as cenas noturnas sofrem com o uso excessivo de iluminação colorida, um recurso que parece bacana no início mas não demora para deixar a ambientação artificial e enjoativa.

Já nas cenas diurnas, Childs faz um trabalho muito bom. Ele também maneja bem a câmera, acerta na escolha da trilha sonora e do elenco também. Rachael Hevrin (curta The Aftermath) e Grace Powell (The Girl) são carismáticas. Diferente do que acontece na maioria dos filmes de terror, as atrizes realmente parecem adolescentes. E às vezes até se comportam como tal.


Rachael Hevrin em imagem do filme 'Hell of a Night', de Brian Childs


Colocando erros e acertos na balança, Hell of a Night sai perdendo. Mas o diretor tem talento. Com um roteiro mais focado, mais empenho na pós-produção e menos iluminação colorida, acho que ele pode nos surpreender no futuro.

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O melhor: O diretor maneja bem a câmera.

O pior: História confusa, som problemático e muitas luzes coloridas.
Quem é: Aquela menininha da boneca?
Que é: O tal de Ray?!?

Título original: Hell of a Night.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 84 minutos.
Roteiro: Brian Childs.
Direção: Brian Childs.
Elenco: Rachael Hevrin, Grace Powell, Ella Taylor, Kristin McKenzie Rice, Jordyne Visser, Deborah Kay Hooker, Kaylee King, Tori Carew, Alyssa Copley, Robert Hooker, Alexandra Mauro, Jack Emmell.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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