Crítica | Blood Paradise (2018)

Andréa Winter interpreta escritora de mistério que vai passar temporada em uma fazenda muito suspeita no filme de estreia do diretor Patrick von Barkenberg

Andréa Winter em imagem do filme 'Blood Paradise', de Patrick von Barkenberg

Por Ed Walter

O thriller de humor-negro Blood Paradise é o filme de estreia do diretor Patrick von Barkenberg, que antes havia realizado apenas curtas-metragens. Ele também assina o roteiro em parceria com Andréa Winter. E Winter estrela no papel de Robin Richards, uma famosa autora de livros de mistério cujo último trabalho, 'Return to Blood Paradise', não está fazendo sucesso nem com a crítica e nem com o público.

Para piorar, Robin está passando por uma fase de bloqueio criativo. E nem as sessões de bondage com o prestativo namorado Teddy (interpretado pelo próprio diretor) são suficientes para trazer de volta sua inspiração perdida. Nossa heroína decide aceitar os conselhos de sua agente, e parte de malas feitas para uma pequena fazenda na Suécia, onde pretende relaxar e voltar ao trabalho. Mas como em uma boa história de mistério, Robin descobre que é praticamente impossível caminhar pela fazenda sem tropeçar em alguma coisa suspeita.

Christer Cavallius em imagem do filme 'Blood Paradise', de Patrick von Barkenberg

Aliás, há tantas coisas suspeitas nessa fazenda que é difícil não rir. Alguém observa a protagonista através da mira de uma arma. Alguém a observa em um de seus passeios pela floresta também. Os telefones nunca funcionam. E há até um ladrão de roupas femininas nas redondezas, o que obriga nossa protagonista azarada a voltar para casa nua depois de um inocente mergulho no lago. Mas o mistério maior parece girar em torno dos vultos e sons estranhos que surgem de um galpão trancado onde Robin está proibida de entrar.

O filme também apresenta uma quantidade considerável de personagens suspeitos, como o dono da fazenda, Rolf (Rolf Brunnström) e sua irmã silenciosa interpretada por Ingrid Hedström. Há uma trama paralela envolvendo uma esposa ciumenta (Linda Dahlin) e seu marido Hans (Christer Cavallius), um motorista desorganizado obcecado pela protagonista. Todos fazem um bom trabalho. Mas quem rouba o show é mesmo a maravilhosa Andréa Winter, que consegue dar credibilidade à elegante escritora mesmo quando os absurdos se acumulam em volta dela.

Andréa Winter em imagem do filme 'Blood Paradise', de Patrick von Barkenberg

Dei boas risadas acompanhando as trapalhadas de Robin, os diálogos estranhos e os personagens bizarros. Gostei da maneira como o roteiro e a direção extraem humor-negro de situações às vezes simples, às vezes surreais. E também gostei da fotografia, da trilha sonora e da edição, que trabalham em harmonia para criar um clima retrô fascinante.

Mesmo assim, acredito que o fato do diretor demorar demais para mostrar onde quer chegar (os elementos de terror só aparecem no último ato) vai decepcionar o público que espera por algo mais convencional. E da mesma forma, o final artístico pode não agradar todo mundo.

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O melhor: Acompanhar Robin tropeçando em coisas suspeitas.
O pior: Os elementos de terror só aparecem no último ato.
A cena das ovelhas: Demorou nada menos que sete dias para ser filmada!

Título original: Blood Paradise.
Gênero: Mistério, suspense, terror, comédia.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
Pais: Suécia, Estados Unidos.
Duração: 84 minutos.
Roteiro: Andréa Winter, Patrick von Barkenberg.
Direção: Patrick von Barkenberg.
Elenco: Andréa Winter, Christer Cavallius, Patrick von Barkenberg, Martina Novak, Greta, Ingrid Hedström, Ellinor Berglund, Lars Brunnström, Bauer, Rolf Brunnström, Frankie Batista, Jakob Brunnström Hedström, Linda Dahlin, Simon.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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