Andréa Winter interpreta escritora de mistério que vai passar temporada em uma fazenda muito suspeita no filme de estreia do diretor Patrick von Barkenberg
Por Ed Walter
O thriller de humor-negro Blood Paradise é o filme de estreia do diretor Patrick von Barkenberg, que antes havia realizado apenas curtas-metragens. Ele também assina o roteiro em parceria com Andréa Winter. E Winter estrela no papel de Robin Richards, uma famosa autora de livros de mistério cujo último trabalho, 'Return to Blood Paradise', não está fazendo sucesso nem com a crítica e nem com o público.
Para piorar, Robin está passando por uma fase de bloqueio criativo. E nem as sessões de bondage com o prestativo namorado Teddy (interpretado pelo próprio diretor) são suficientes para trazer de volta sua inspiração perdida. Nossa heroína decide aceitar os conselhos de sua agente, e parte de malas feitas para uma pequena fazenda na Suécia, onde pretende relaxar e voltar ao trabalho. Mas como em uma boa história de mistério, Robin descobre que é praticamente impossível caminhar pela fazenda sem tropeçar em alguma coisa suspeita.
Aliás, há tantas coisas suspeitas nessa fazenda que é difícil não rir. Alguém observa a protagonista através da mira de uma arma. Alguém a observa em um de seus passeios pela floresta também. Os telefones nunca funcionam. E há até um ladrão de roupas femininas nas redondezas, o que obriga nossa protagonista azarada a voltar para casa nua depois de um inocente mergulho no lago. Mas o mistério maior parece girar em torno dos vultos e sons estranhos que surgem de um galpão trancado onde Robin está proibida de entrar.
O filme também apresenta uma quantidade considerável de personagens suspeitos, como o dono da fazenda, Rolf (Rolf Brunnström) e sua irmã silenciosa interpretada por Ingrid Hedström. Há uma trama paralela envolvendo uma esposa ciumenta (Linda Dahlin) e seu marido Hans (Christer Cavallius), um motorista desorganizado obcecado pela protagonista. Todos fazem um bom trabalho. Mas quem rouba o show é mesmo a maravilhosa Andréa Winter, que consegue dar credibilidade à elegante escritora mesmo quando os absurdos se acumulam em volta dela.
O filme também apresenta uma quantidade considerável de personagens suspeitos, como o dono da fazenda, Rolf (Rolf Brunnström) e sua irmã silenciosa interpretada por Ingrid Hedström. Há uma trama paralela envolvendo uma esposa ciumenta (Linda Dahlin) e seu marido Hans (Christer Cavallius), um motorista desorganizado obcecado pela protagonista. Todos fazem um bom trabalho. Mas quem rouba o show é mesmo a maravilhosa Andréa Winter, que consegue dar credibilidade à elegante escritora mesmo quando os absurdos se acumulam em volta dela.
Dei boas risadas acompanhando as trapalhadas de Robin, os diálogos estranhos e os personagens bizarros. Gostei da maneira como o roteiro e a direção extraem humor-negro de situações às vezes simples, às vezes surreais. E também gostei da fotografia, da trilha sonora e da edição, que trabalham em harmonia para criar um clima retrô fascinante.
Mesmo assim, acredito que o fato do diretor demorar demais para mostrar onde quer chegar (os elementos de terror só aparecem no último ato) vai decepcionar o público que espera por algo mais convencional. E da mesma forma, o final artístico pode não agradar todo mundo.
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O melhor: Acompanhar Robin tropeçando em coisas suspeitas.
O pior: Os elementos de terror só aparecem no último ato.
A cena das ovelhas: Demorou nada menos que sete dias para ser filmada!
Título original: Blood Paradise.
Gênero: Mistério, suspense, terror, comédia.
Produção: 2018.
Lançamento: 2019.
Pais: Suécia, Estados Unidos.
Duração: 84 minutos.
Roteiro: Andréa Winter, Patrick von Barkenberg.
Direção: Patrick von Barkenberg.
Elenco: Andréa Winter, Christer Cavallius, Patrick von Barkenberg, Martina Novak, Greta, Ingrid Hedström, Ellinor Berglund, Lars Brunnström, Bauer, Rolf Brunnström, Frankie Batista, Jakob Brunnström Hedström, Linda Dahlin, Simon.
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