Elizabeth Banks e David Denman interpretam fazendeiros que adotam criança alienígena malvada em 'Brightburn - Filho das Trevas', filme de terror dirigido por David Yarovesky e produzido por James Gunn
O que aconteceria se, ao invés de usar seus poderes para proteger os fracos e oprimidos, o Superman tocasse o terror em todos eles? O diretor David Yarovesky (A Colméia) responde em Brightburn - Filho das Trevas, filme de terror produzido por James Gunn (Guardiões da Galáxia). Antes que você pergunte, não, o Brightburn não tem ligação com o homem de aço. Mas a inspiração está clara do início ao fim.
Tori (Elizabeth Banks, de Seres Rastejantes) e Kyle (David Denman, de O Presente) são um simpático casal que vive feliz em uma fazenda nos arredores da pequena cidade de Brightburn. Bem, eles não são totalmente felizes, porque não conseguem ter um filho. Mas as preces de Tori são atendidas quando uma nave cai na mata próxima da fazenda, trazendo um bebê como único tripulante.
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Uma montagem bem sacada mostra o casal, agora sim completamente feliz, acompanhando o crescimento do filho, que recebe o nome de Brandon (Jackson A. Dunn, de Vingadores: Ultimato). Descobriremos que o menino tem habilidades além da compreensão humana. E também que o fato dele ter super-poderes e usar uma capa vermelha não o torna necessariamente um super-herói.
Elizabeth Banks e David Denman em imagem de 'Brightburn - Filho das Trevas', de David Yarovesky |
O alienígena rebelde inicia sua jornada rumo ao lado negro da força aterrorizando galinhas e fazendo visitas indiscretas a sua assustada coleguinha de escola, Caitlyn (Emmie Hunter, de Minha Garota para Sempre). Como ninguém se lembra de dizer ao moleque que grandes poderes trazem grandes responsabilidades, não demora para que ele se torne uma ameaça não apenas para seus pais, mas também para os tios Noah e Merilee (Matt Jones, de Deu ruim, e Meredith Hagner, de O Plano Imperfeito).
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A verdade é que qualquer um que ouse desafiar os desejos do aspirante a vilão corre perigo, e os olhares inexpressivos e quase sempre arrepiantes do ator mirim Jackson A. Dunn dão a Brandon um delicioso ar de ameaça constante. Quando as mortes acontecem, elas são audaciosamente horríveis, com direito a pelo menos duas cenas com potencial para fazer o público cobrir os olhos ou, no mínimo, desviar os olhos da tela.
Elizabeth Banks e Jackson A. Dunn em imagem de 'Brightburn - Filho das Trevas', de David Yarovesky |
Não espere pelas cenas de ação grandiosas presentes em filmes de super-heróis, porque o diretor não tem muito dinheiro para gastar com CGI e prefere investir o orçamento limitado em elementos de suspense terror, o que é bom. Também não espere pelas piadas típicas dos filmes da Marvel, porque os roteiristas Brian Gunn e Mark Gunn levam a história muito a sério, a ponto de Brightburn se revelar uma obra mais sombria do que muitos filmes de terror lançados recentemente.
É possível identificar alguns furos no roteiro, mas nada tão gritante que atrapalhe a diversão. Com seu ritmo consistente, boas atuações e cenas de terror bem feitas, Brightburn me divertiu bastante, e o mínimo que espero dos realizadores é uma sequência.
Nota: 7/10
Título original: Brightburn.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 90 minutos.
Roteiro: Brian Gunn, Mark Gunn.
Direção: David Yarovesky.
Elenco: Elizabeth Banks, David Denman, Jackson A. Dunn, Abraham Clinkscales, Christian Finlayson, Jennifer Holland, Emmie Hunter, Matt Jones, Meredith Hagner, Becky Wahlstrom, Terence Rosemore, Gregory Alan Williams, Elizabeth Becka, Annie Humphrey, Steve Agee.