Crítica | The Haunting of La Llorona (2019)

Dona de casa se une a moradora de rua e padre estressado para enfrentar a Chorona no terror do diretor Dennis Devine

Orlando McNary e Diana Acevedo em imagem do filme 'The Haunting of La Llorona', de Dennis Devine

Por Ed Walter

A lenda mexicana da Llorona ganhou tratamento hollywoodiano com o recente A Maldição da Chorona, de Michael Chaves. Mas os fãs do cinema bagaceira não precisam ficar tristes, porque o fantasma lamentoso também está ganhando o tratamento trash adequado em The Haunting of La Llorona, novo trabalho do realizador de Alice in MurderlandDennis Devine.

A origem da vilã é a mesma: uma mulher afogou os próprios filhos, se matou no rio e foi condenada a vagar como um fantasma chorão que persegue crianças pela noite afora. Mas as semelhanças com o folclore mexicano terminam por aí. O roteiro de Geno McGahee cuida de dar alguns poderes especiais à criatura, que em menos de 10 minutos já tomou posse de um corpo humano e está passeando pelas ruas em plena luz do dia, arrancando o coração de quem ousar cruzar seu caminho.

Kaylin Zeren em imagem do filme 'The Haunting of La Llorona', de Dennis Devine

A fantasma emotiva também gosta de assistir televisão. E é por isso mesmo que ela invade uma residência e se aloja confortavelmente no sofá do casal brigão Cassandra e Chadwick (Kaylin Zeren e Tyler Coleman). Um "acidente" fará com que o espírito da Chorona fique preso na residência. Como Chardwick vive trabalhando, caberá a Cassandra lidar com a ameaça sobrenatural lacrimejante. Mas não sem antes participar de longas sessões de cooper ao som de uma música chupada de O Exterminador do Futuro.

Outros personagens se juntam à dona de casa confusa, como a bela e prestativa moradora de rua Tiffany (Diana Acevedo), que se torna sua melhor amiga; e o padre Gomez (Orlando McNary), um sujeito estressado, com um passado traumático, cujos passatempos incluem tocar violão e espionar suas visitas trocando de roupa. Surgem também personagens aleatórios, como um amigo que visita nossa recatada heroína munido de propostas indecorosas; e um cara esquisito que vive abordando Cassandra na rua com intenções pouco amigáveis.


Diana Acevedo e Kaylin Zeren em imagem do filme 'The Haunting of La Llorona', de Dennis Devine

Dá para notar que os envolvidos no projeto levaram o filme muito a sério, mas a coisa simplesmente não funciona. The Haunting of La Llorona sofre com uma montagem problemática, que faz boa parte das cenas parecerem eventos aleatórios. Os efeitos sonoros e a maquiagem são muito fracos. A Chorona, por exemplo, é só uma mulher (Mari Mijangos) com um pouco de sujeira no rosto. Também é seguro dizer que o elenco não vai ser indicado ao Oscar. E os diálogos terríveis não contribuem para mudar esse fato.

Mas embora não tenha chance de agradar o público que exige qualidade, The Haunting of La Llorona pode ser um prato cheio para quem gosta de uma tosqueira nível hardEu mesmo dei boas risadas, principalmente quando percebi a estranha disposição dos personagens em resolver os problemas na base do soco. Chadwick sai no tapa com a Chorona. Tiffany sai no tapa com um assaltante. No final o padre Gomez apela para o bom e velho exorcismo. E sim, rola pancadaria no meio do ritual também.

_______________

O melhor: Ver os personagens resolverem tudo na base do tapa.
O pior: Só vai agradar quem gosta de tosqueira nível hard.

Título original: The Haunting of La Llorona.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 71 minutos.
Roteiro: Geno McGahee.
Direção: Dennis Devine.
Elenco: Kaylin Zeren, Diana Acevedo, Orlando McNary, Tyler Coleman, Mari Mijangos, Rosa Arjelia Javier, Malcolm Tucker, Laura Dromerick, Wayne Allen, Art Roberts, Shannon Kraemer. Danielle McGahee.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

Postar um comentário

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

Postagem Anterior Próxima Postagem