Crítica | A Hora do Exorcismo (The Cleansing Hour, 2019)

Exorcismo fake vira possessão real no terror sobrenatural do diretor e roteirista Damien LeVeck


Alix Angelis em imagem do filme 'A Hora do Exorcismo', de Damien LeVeck


O terror sobrenatural A Hora do Exorcismo é a adaptação de um curta-metragem homônimo que o diretor Damien LeVeck dirigiu em 2016. O próprio LeVeck assume a direção do longa, estrelado por Ryan Guzman (O Garoto da Casa ao Lado), Kyle Gallner (série Outsiders) e Alix Angelis (Sete Homens e um Destino).

Guzman e Gallner interpretam Max e Drew, dois amigos que comandam a web-série 'A Hora do Exorcismo'. Drew cuida dos equipamentos eletrônicos. Max encarna um padre que realiza exorcismos falsos, enquanto uma legião de fãs assiste tudo ao vivo, e acredita que está realmente acompanhando batalhas do bem contra o mal.

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A picaretagem rende muitos views, comentários e likes, até o dia em que a atriz que deveria interpretar a possuída da semana não comparece, e uma das integrantes da equipe precisa assumir seu lugar. A substituta é a doce Lane (Angelis), a noiva de Drew. O único problema é que a garota está possuída de verdade.

Kyle Gallner em imagem do filme 'A Hora do Exorcismo', de Damien LeVeck


Para um filme de orçamento modesto, A Hora do Exorcismo tem efeitos especiais muito bons. Tá bom, o CGI tem seus problemas. Mas os efeitos práticos são um show à parte, principalmente nas cenas mais sangrentas. Objetos gosmentos que saem de bocas muito abertas fazem parte do show de horrores. Um demônio muito grande, com visual clássico, também. E o fato da equipe do programa ter vários membros garante uma contagem de corpos razoável, o que diferencia o filme de outras produções sobre exorcismo.

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O roteiro que LeVeck escreveu com Aaron Horwitz mira na cultura da internet, enquanto procura manter um equilíbrio entre o terror e humor. Em parte eles conseguem. Mas muitas piadas e frase de efeito parecem deslocadas, especialmente quando saem da boca do tal demônio que não apenas se recusa a abandonar o corpo de Lane, mas também está disposto a revelar ao vivo os segredinhos sujos da dupla.

Ryan Guzman em imagem do filme 'A Hora do Exorcismo', de Damien LeVeck


Algumas cenas dramáticas inseridas na hora errada atrapalham ainda mais os momentos de terror. E alguns furos de roteiro também: se o demônio conhece os segredos mais íntimos dos protagonistas, por que ele não consegue ouvir a galera ali no cantinho da sala, arquitetando planos para um contra-ataque? Ou será que ele ouve, e está apenas fingindo ser bobo?

Conforme segredos são expostos e vamos conhecendo a verdadeira face dos personagens, vai ficando cada vez mais difícil torcer por eles. Mas eu gostei das atuações. Guzman e Gallner convencem como melhores amigos. E Alix Angelis consegue ser assustadora quando não está fazendo gracinhas.

Ana Udroiu e Jynarra Brinson em imagem do filme 'A Hora do Exorcismo', de Damien LeVeck


Também gostei de alguns coadjuvantes, como aquele menininho que assiste horrorizado o programa na mesa de jantar. E as amigas Brenda e Desiree (Ana Udroiu e Jynarra Brinson), duas fãs que conhecem o "padre" Max em um bar, depois de uma apresentação deprimente de karaokê. No início esses personagens parecem aleatórios. Mas eles terão importância para o plot twist final, quando o demônio finalmente revela suas verdadeiras intenções.

A Hora do Exorcismo não aproveita todo potencial de sua premissa, tem alguns problemas de ritmo e alguns clichês desnecessários. Mas pode até divertir se você não exigir muito dele.

★★★★★★

Título original: The Cleansing Hour.
Gênero: Terror.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 94 minutos.
Roteiro: Damien LeVeck, Aaron Horwitz.
Direção: Damien LeVeck.
Elenco: Kyle Gallner, Ryan Guzman, Alix Angelis, Joanna David, Emma Holzer, Tara Karsian, Giulia Nahmany, Chris Lew Kum Hoi, Matt Raimo, Amrou Al-Kadhi, Daniel Hoffmann-Gill, Zara McDowell, Dan Ursu, Ana Udroiu, Sam Hale.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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