Crítica | Belas e Mortais (Kiss Kiss, 2019)

Prisioneiras são obrigadas a participar de batalhas mortais em câmera lenta no thriller de ação do diretor Dallas King

Nathalia Castellon em imagem do filme 'Belas e Mortais', de Dallas King

Depois de realizar o terror Demon (2017) e o drama de fantasia Ink & Rain (2018), o diretor Dallas King está de volta com o thriller Belas e Mortais. A pérola pega emprestado elementos de filmes B de cientistas loucos, mistura com batalhas teatrais de WWE e joga tudo em uma estrutura semelhante à do WIP (sigla para Women in Prison), subgênero ligado ao cinema exploitation muito popular nos anos 70.

Natascha Hopkins (Office Uprising) Tamra Dae (Ink & Rain), Janey Bolina (série Tosh.0) e Nathalia Castellon (Bachelors) interpretam Kiss, Treasure, Kurious e Tia, profissionais do entretenimento adulto que resolvem relaxar um pouco depois de uma semana estressante de trabalho em um strip club. A busca por diversão as leva até um evento de degustação de vinhos, onde pretendem gastar seu vale-presente de 500 dólares que uma delas ganhou de um cliente.

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O que nossas heroínas não sabem é que foram escolhidas para servir como cobaias em um experimento maligno ultra-secreto comandado pelo cientista Gibson (Rob Wagner, de Nowhereland), que quer usar seu soro do super-soldado para transformar mulheres bonitas em assassinas impiedosas. "Mas por que não usar o soro em soldados treinados?", pergunta um dos personagens. E Gibson dispara: "Se eu puder transformar mulheres sem treinamento em máquinas de matar, imaginem o que não posso fazer com soldados". Então tá.

Imagem do filme 'Belas e Mortais', de Dallas King

O cientista espalhafatoso precisa de patrocinadores para concretizar seu plano vilanesco, e por isso convida o general Dixon (John Ross Clark, da série Bosch) e a senadora Graham (Julia Farino, de Eve of Abduction) para testemunhar um teste, sob condições laboratoriais rigorosamente controladas. Hmmm...tá bom, as condições não são tão controladas assim. Na verdade o vilão apenas injeta o soro nas moças e faz com que elas lutem até a morte em uma arena improvisada perto de um celeiro.

Mas não sem antes fazê-las rabiscar o rosto com pinturas de guerra e espremê-las dentro de biquínis esportivos apertados, enquanto filma tudo em slow motion. Câmera lenta e mulheres bonitas com roupas curtas, aliás, são duas coisas muito presentes no filme. A cena de dança inicial, por exemplo, dura cerca de sete minutos. E boa parte do tempo restante mostra as guerreiras involuntárias saindo no tapa.

Imagem do filme 'Belas e Mortais', de Dallas King

Não vou reclamar desse detalhe, até porque uma de minhas séries favoritas, Spartacus, mostrava homens com roupas curtas saindo no tapa em slow motion. Mas bem que o diretor poderia ter caprichado um pouco nas coreografias. Ou providenciado uma edição mais ágil para disfarçar os problemas. Sem isso as lutas ficam fajutas, mesmo com o sangue jorrando de vez em quando e com a equipe de iluminação se esforçando para emplacar uma atmosfera de video clip dos anos 80.

Não dá para elogiar as atuações das protagonistas, até porque elas passam quase todo o filme sob efeito do soro, que as obriga a ficar rosnando ou paradas com cara de madeira. Já o trio de vilões é caricato e seus planos não fazem sentido, como você já deve ter percebido pela sinopse acima.  Belas e Mortais se equilibra naquela área perigosa entre o ruim e o "tão tão ruim que é bom". Mas ocasionalmente ele consegue ultrapassar a fronteira, e eu não posso dizer que não me diverti nesses momentos. Guilty pleasure.

Título original: Kiss Kiss.
Gênero: Suspense, ação.
Produção: 2019.
Lançamento: 2019.
País: Estados Unidos.
Duração: 95 minutos.
Roteiro: Dallas King.
Direção: Dallas King.
Elenco: Natascha Hopkins, Rob Wagner, Nathalia Castellon, Julia Farino, Nick Denbeigh, Thai Edwards, Kiersten Hall, Essam Ferris, Tamra Dae, Janey Bolina, John Ross Clark, Kylie Rae, Jill Rudison, Marcus Natividad, Alton Demore, Henry Layton, Patrick Tagudar, Rich Young Lee, Aleeto Lee, Josell Mariano, Val Victa, Robin Acal, Randy Boo, Randel Cuevas, Kenny Nguyen, Steven Chum, Stephan Choi, Howard Chan.

O melhor: Ás vezes atinge o cobiçado nível de "tão ruim que é bom".
O pior: Na maior parte do tempo, é apenas ruim mesmo.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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