Crítica | O Lobo de Snow Hollow (The Wolf of Snow Hollow, 2020)

Policiais investigam assassinatos que podem ou não ser obra de um lobisomem no novo filme do diretor Jim Cummings

Chloe East em imagem do filme de terror 'O Lobo de Snow Hollow', de Jim Cummings

Em 2018, Jim Cummings roteirizou, dirigiu e estrelou a comédia Thunder Road, como um policial com problemas pessoais estressantes. Agora ele está de volta com O Lobo de Snow Hollow, onde assume um papel quase idêntico. A diferença é que dessa vez, além de questões domésticas e sentimentais, o protagonista terá que desvendar um mistério sangrento que pode ter origem sobrenatural.

O filme nos leva para Snow Hollow, cidadezinha gelada e sonolenta no interior do estado americano de Utah, cuja tranquilidade é abalada pela descoberta de corpos mutilados. O xerife novato John Marshall (Cummings) acredita que há um assassino matando jovens mulheres. Os peritos forenses encontram evidências de que as vítimas foram atacadas por um animal gigante. E não demora para que boatos sobre lobisomens se espalhem pela cidade.

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Híbrido estranho de terror, comédia e drama, o filme começa seguindo as regras do clássico Tubarão, escondendo a ameaça mesmo durante as cenas de assassinatos. Conforme os ataques se intensificam, podemos ter uma visão completa do suposto lobisomem. E suas aparições são muito bem filmadas, principalmente nas cenas ambientadas nas paisagens cobertas de neve que cercam a cidade.

Imagem do filme de terror 'O Lobo de Snow Hollow', de Jim Cummings

O fato da direção de Cummings buscar inspiração tanto nos clássicos de monstros da Universal quanto no cinema de John Carpenter certamente vai agradar os fãs do gênero. Com um pouco de boa vontade, dá até para encontrar alguns ecos de Fargo e de Seven - Os Sete Crimes Capitais. Tudo isso é temperado com momentos pontuais de violência gráfica, que os efeitos práticos cuidam de deixar ainda mais brutais.

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Alguns personagens se destacam, como o xerife Hadley (Robert Forster, que faleceu em 2019), que deixa a aposentadoria de lado para tentar ajudar a solucionar o pior caso de homicídios que Snow Hollow já viu; e a policial Julia Robson (Riki Lindhome, de A Última Casa), que parece ser a única com talento para investigação em uma cidade onde o que não faltam são policiais machistas e trapalhões.

Imagem do filme de terror 'O Lobo de Snow Hollow', de Jim Cummings

O ponto fraco do filme acaba sendo o próprio protagonista interpretado por Jim Cummings. Alcoólatra em recuperação, agressivo e à beira de um ataque de nervos, o xerife Marshall diverte no começo, mas rapidamente se torna um personagem antipático. E não ajuda muito o fato do roteiro se concentrar demais nele, ora investigando os assassinatos, ora lidando com a esposa irritada, ora tentando se conciliar com a filha adolescente rebelde.

Algumas liberdades estranhas do roteiro, como a de deixar a lua cheia se estender por mais noites do que o normal, podem ser facilmente relevadas. Já a decisão final do diretor me decepcionou bastante. Ela até funciona para reforçar algumas discussões do roteiro. Mas é o tipo de puxada de tapete que, embora possa agradar quem gosta de filmes que subvertem expectativas, provavelmente vai fazer muitos fãs de filmes de lobisomens torcerem o nariz.

Nota: 5/10

Título original: The Wolf of Snow Hollow.

Gênero: Terror, comédia.

Produção: 2020.

Lançamento: 2020.

País: Estados Unidos.

Duração: 83 minutos.

Roteiro: Jim Cummings.

Direção: Jim Cummings.

Elenco: Jim Cummings, Riki Lindhome, Robert Forster, Chloe East, Will Madden, Annie Hamilton, Jimmy Tatro, Hannah Elder, Kelsey Edwards, Skyler Bible, Anna Sward, Demetrius Daniels, Kevin Changaris, Chase Palmer, Daniel Fenton Anderson.