Crítica | The Resonator: Miskatonic U (2021)

Dane Oliver e Christina Hélène Braa estrelam 'The Resonator: Miskatonic U', do diretor William Butler; filme é sequência do clássico 'Do Além', de Stuart Gordon


Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U'
Christina Hélène Braa e Dane Oliver em imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U', de William Butler


Em 1987, o icônico diretor Stuart Gordon apresentou ao público a assustadora história do cientista que inventa uma máquina capaz de estimular a glândula pineal das pessoas ao seu redor, permitindo-lhes perceber planos alternativos de existência. O problema é que o aparelho, batizado de Resonator, também torna as pessoas visíveis para criaturas de outras dimensões, e a maioria delas são extremamente mal-intencionadas.

Estrelado por Jeffrey Combs, Barbara Crampton e Ted Sorel, Do Além se tornou um clássico do cinema de terror B dos anos 80. Muitos fãs (e eu me incluo nesse grupo) colocam o filme lado a lado com Re-Animator: A Hora dos Mortos-Vivos (1985), também dirigido por Gordon, no topo da lista das melhores adaptações de um conto do mestre do horror cósmico, H.P. Lovecraft.


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Agora Do Além ganha uma sequência: The Resonator: Miskatonic U, que reimagina alguns personagens dos contos de Lovecraft e dos filmes de Gordon como jovens estudantes da Miskatonic, universidade fictícia citada nas obras do autor. O projeto foi filmado como dois episódios separados de uma série do serviço de streaming da Full Moon, e posteriormente combinado em um filme, para lançamento em DVD e Blu-ray.

Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U'
Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U', de William Butler


Dane Oliver (Nazi Overlord) estrela The Resonator: Miskatonic U como Crawford Tillinghast, aluno brilhante da Universidade Miskatonic e filho do cientista interpretado por Combs no filme original. Além de ter o mesmo nome, ele quer recriar e aperfeiçoar o trabalho de seu falecido pai. Isso acaba atraindo a atenção de pessoas indesejadas, o que leva o filme para um caminho parecido com o de Re-Animator.


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A cena de abertura mostra Crawford realizando um teste desastroso com a máquina. Mas ele se mantém focado mesmo depois que seu melhor amigo literalmente perde a cabeça durante um encontro desagradável com algo que o Resonator trouxe para nosso mundo. A cena da decapitação é criada com CGI. É uma tosqueira de doer os olhos, e já indica que a verba liberada pela Full Moon para o diretor William Butler trabalhar não foi generosa.

Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U'
O ator Michael Paré em imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U', de William Butler


Butler se sai ligeiramente melhor quando lida com efeitos práticos, ainda que a maioria deles seja comprometida por uma fosforescência púrpura exagerada. Isso quando eles são mostrados, pois na maioria das cenas de batalha o diretor se contenta em dar um zoom nos personagens enquanto eles fingem que estão brigando com algo fora do alcance da câmera. A melhor criatura do filme acaba sendo aquela monstruosidade com formas femininas (Hannah Hueston, de Dança Fatal), que usa um capacete de borracha com tentáculos que se revela inconveniente na hora de beijar.

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A atriz, dançarina e cantora Christina Hélène Braa surge como Mara, a namorada carente de Crawford que anda meio preocupada com o comportamento do rapaz. Ela fica feliz quando Crawford a convida, com seus amigos, para presenciar as maravilhas que o Resonator consegue realizar. Sua alegria só dura até o momento em que a máquina infernal abre as portas para novas criaturas gosmentas, que começam a tocar o terror em todo mundo.

Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U'
Christina Hélène Braa e Dane Oliver em imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U', de William Butler


Além dos monstros, a máquina bombardeia Mara e seus amigos com flashes de imagens aleatórias que me fizeram ficar com dor nos olhos. Águas vivas e lesmas flutuantes acompanham as sessões com o Resonator. E temos gemidos, muitos gemidos. Como este é um filme da Full Moon, você pode esperar por algumas cenas de nudez. De sexo também, embora esses momentos pareçam mais sessões de fotos para capa de revista masculina dos anos 90.

Você não poderá dizer que essas cenas são gratuitas, pois uma das características do Resonator é justamente despertar o desejo sexual em todos ao seu redor. Quem assistiu ao filme original com certeza se lembra de como a máquina afetou a Dra. Katherine McMichaels, personagem interpretada pela musa do terror dos anos 80, Barbara Crampton.

Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U'
Imagem do filme 'The Resonator: Miskatonic U', de William Butler


Por falar na personagem de Crampton, The Resonator: Miskatonic U também tem sua McMichaels. Só que aqui ela é uma professora interpretada por Amanda Wyss, a Tina Gray de A Hora do Pesadelo. Outra participação que merece destaque é a de Michael Paré (série Super-Herói Americano), que faz o ambicioso professor Wallace, figura que ganha bastante destaque na metade final.

A presença deles não salva o filme, que passa longe de ser a sequência que eu esperava de uma obra tão marcante quanto Do Além. Na verdade, passa longe de ser a sequência que eu gostaria de ver de qualquer filme. Mas acredito que os fãs do clássico de Gordon vão querer dar uma olhada mesmo assim, mesmo que seja por curiosidade.

Nota: 4/10

Título original: The Resonator: Miskatonic U.
Gênero: Ficção científica, terror, fantasia.
Produção: 2021.
Lançamento: 2021.
País: Estados Unidos.
Duração: 1h 8min.
Roteiro: William Butler.
Direção: William Butler.
Elenco: Dane Oliver, Christina Hélène Braa, Amanda Jones, Alex Keener, Austin Woods, Amanda Wyss, Michael Paré, Jeffrey Byron, Kyle Carrion, Josh Cole, Brooks Davis, Michael Deak, Hannah Hueston, Darius Reed, Tom Shevela, Brynn Sicard, Chris Zulch.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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