Crítica | Predador: Assassino de Assassinos (Predator: Killer of Killers, 2025)

O caçador mais temido do universo apanha de todo mundo em diversos períodos da história nesta animação fraca dirigida por Dan Trachtenberg e Joshua Wassung


Imagem do filme 'Predador: Assassino de Assassinos'
O caçador alienígena exibe suas presas para impor respeito, sem saber que vai virar saco de pancadas de todo mundo em 'Predador: Assassino de Assassinos'


Em 1987, o diretor John McTiernan e os roteiristas Jim Thomas e John Thomas não apenas impressionaram como também assustaram o público com a história de um grupo de soldados perseguidos por um inimigo invisível: um caçador alienígena que, aparentemente, visitava a Terra de tempos em tempos, em busca dos melhores guerreiros para matar.

A mistura de ação, terror e ficção científica, somada ao clima de mistério e suspense — e a uma das lutas finais mais memoráveis do cinema — fez de O Predador um clássico dos anos 80. Mas a franquia foi perdendo seu charme nos filmes posteriores, cada vez mais voltados para a ação, até chegar ao fundo do poço em 2018, no soft reboot tosco dirigido por Shane Black.


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O alienígena retornou às telas em 2022, com O Predador: A Caçada, de Dan Trachtenberg, filme que dividiu radicalmente a base de fãs do original. Muitos reviraram os olhos ao ver uma jovem comanche chamada Naru sendo feminista nos anos 1700, e descendo o cacete no Predador de uma forma que Arnold Schwarzenegger jamais imaginaria ser possível. Mas defendo que o filme tem ótimas cenas de ação e perseguição, e acho até que, se você passar um pano para as chatices de Naru, pode se divertir bastante com ele.

Imagem do filme 'Predador: Assassino de Assassinos'
'Predador: Assassino de Assassinos': esconda-se em sua nave, Predador, porque essa mulher idosa vai te dar uma surra


O mesmo não pode ser dito de Predador: Assassino de Assassinos, animação dirigida por Trachtenberg em parceria com Joshua Wassung, lançada esta semana nos Estados Unidos pelo Hulu e, internacionalmente, pelo Disney+. Na teoria, o longa-metragem deveria mostrar o Predador aterrorizando a civilização humana em diversos períodos da história. Na prática, porém, o que vemos é o alienígena apanhando de todo mundo, não importa a época em que surja. E por "todo mundo", leia-se "qualquer um que não seja um homem branco".

Logo de cara, na Escandinávia do ano 841, uma viking chamada Ursa lidera seu clã em uma expedição para se vingar do homem responsável pela morte de seu pai. Provavelmente impressionado com a facilidade como as mulheres humanas (mesmo as idosas) derrotam exércitos, um Predador resolve desafiá-la — apenas para levar uma surra quase tão vexatória quanto aquela que seu parente distante levou da comanche Naru.


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O filme dá um salto no tempo para mostrar outro Predador, que resolve fazer graça no Japão feudal e tem seu traseiro chutado pelos filhos de um senhor da guerra samurai. Por fim, um terceiro caçador alienígena resolve derrubar aviões (e nem me pergunte por quê) no ano de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, sem saber que entre os pilotos há um rapaz latino chamado Torres — que, claro, irá humilhá-lo também, mesmo que para isso precise desafiar todas as leis da física e os limites da suspensão de descrença do espectador.

Imagem do filme 'Predador: Assassino de Assassinos'
Predador, até uma idosa chutou seu traseiro, e você vai mesmo pagar de machão contra ninjas e samurais?


Embora essas três histórias façam com que Predador: Assassino de Assassinos pareça uma antologia, elas acabam se conectando no ato final. E se você já achava que o roteiro estava subestimando sua inteligência apresentando personagens que trucidam o Predador sem nem ao menos entender com o que estão lidando, espere até ver as situações sem pé nem cabeça que tomam conta da tela quando os três finalmente se encontram.

A cena final estabelece conexões com os filmes anteriores, expande o universo da franquia e até prepara o terreno para um possível novo confronto entre o Predador e um certo alienígena que gostava de aterrorizar Sigourney Weaver no espaço. Mas eu realmente não me importei. Por que deveria, agora que ficou claro que os outrora temidos caçadores espaciais se transformaram em pamonhas que apanham de idosas e são hackeados por adolescentes? Pior ainda, esses predadores modernos levam surras históricas até em seu próprio planeta!

Predador: Assassino de Assassinos só não é um desastre completo porque o trecho ambientado no Japão feudal eleva o nível da obra. A história dos irmãos Kenji e Kiyoshi é bem construída, o roteiro não força tanto a barra, há uma sensação crescente de ameaça no ar, e ver o Predador enfrentando ninjas e samurais é muito legal. Talvez a animação funcionasse melhor se tivesse focado apenas nessa história. Do jeito que ficou, leva nota 3 — e já é muito.

Nota: 3/10

Título Original: Predator: Killer of Killers.

Título Nacional: Predador: Assassino de Assassinos.

Gênero: Ação, ficção científica.

Produção: 2025.

Lançamento: 2025.

País: Estados Unidos da América.

Duração: 1 h 25 min.

Roteiro: Micho Robert Rutare, Dan Trachtenberg.

Direção: Dan Trachtenberg, Joshua Wassung.

Elenco: Michael Biehn, Doug Cockle, Rick Gonzalez, Damien C. Haas, Lauren Holt, Lindsay LaVanchy, Jeff Leach, Cherami Leigh, Alessa Luz Martinez, Piotr Michael, Andrew Morgado, Louis Ozawa, Brock Powell, Felix Solis, Britton Watkins.



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Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. Critica patética. Parece ter sido elaborada por uma criança de 12 anos. Lamentavel

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