David Oakes e Ray Stevenson estrelam 'A Pele Fria' adaptação do romance de Albert Sánchez Piñol dirigida por Xavier Gens
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| A atriz Aura Garrido como Aneris no filme 'A Pele Fria', de Xavier Gens | ©Tiberius Film |
A Pele Fria é uma aventura com pitadas de terror e ficção científica, sobre um homem que descobre segredos inimagináveis em uma ilha desabitada. É a adaptação para as telas do romance de 2002 do autor catalão Albert Sánchez Piñol, descrito como "um conto lovecraftiano de isolamento e loucura".
A direção é de Xavier Gens, realizador do bom (A) Fronteira e do não tão bom assim Exorcismos e Demônios (2017). David Oakes (série Os Bórgias), Ray Stevenson (O Livro de Eli) e Aura Garrido (O Silêncio da Cidade Branca) estrelam o longa, roteirizado por Jesús Olmo e Eron Sheean. A Pele Fria já está disponível em plataformas digitais.
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Em 1914, um homem sem nome (Oakes) decide abandonar a civilização humana por um ano inteiro, para trabalhar como meteorologista em uma ilha desabitada em um canto gelado do Atlântico Sul. Sua única companhia é Gruner (Stevenson), o misterioso e pouco amigável guardião do farol, que passa a chamá-lo "Amigo". A ilha esconde alguns segredos, e cedo ou tarde eles literalmente baterão na porta do jovem visitante.
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| Os atores Ray Stevenson e David Oakes no filme 'A Pele Fria', de Xavier Gens | ©Tiberius Film |
A premissa lembra bastante a do recente O Farol (2019), conto visualmente impressionante mas um pouco sonolento dirigido por Robert Eggers, sobre dois faroleiros que precisam tentar conviver em harmonia em uma ilha na costa da Nova Inglaterra, do final do século XIX. Como A Pele Fria apresenta um romance entre um humano e uma criatura anfíbia, comparações com A Forma da Água, de Guillermo del Toro, também serão inevitáveis.
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A pegada em A Pele Fria, porém, é bem mais suja e sombria. Você provavelmente vai perceber isso no momento em que bater os olhos no farol, equipado com lanças de madeira que lhe dão um aspecto de fortaleza medieval. Suas suspeitas se concretizarão em uma cena tensa e muio bem filmada, que marca o primeiro encontro de "Amigo" com o horror que habita as profundezas da ilha.
A jornada de "Amigo" é valorizada pela cinematografia exuberante de Daniel Aranyó (Amor em Tempos de Guerra), que parece levemente inspirada em contos de fadas. O visual das criaturas é um pouco repetitivo durante as cenas de batalha, mas no geral a maquiagem é competente e o CGI não atrapalha a diversão. Não cheguei a me envolver com os personagens como gostaria, embora reconheça que os atores estão bastante comprometidos com seus papéis.
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| Imagem do filme 'A Pele Fria', de Xavier Gens | ©Tiberius Film |
Conforme "Amigo" faz amizade com uma fêmea anfíbia chamada Aneris (Garrido), a humanidade da criatura expõe a bestialidade dos homens e leva A Pele Fria para um terreno bem mais filosófico. Se "quando lutamos com monstros, corremos o risco de nos tornar um", como lembra a citação de Nietzsche no começo do filme, o roteiro otimista nos convida a considerar a possibilidade de que talvez os monstros também possam se tornar humanos.
Gostei dessa abordagem e dos debates morais que acontecem entre uma cena de batalha e outra. Mas não dá para dizer o mesmo da decisão do diretor de deixar a tensão de lado e adotar um ritmo de aventura, que praticamente domina a metade final de A Pele Fria. Isso nos leva a um terceiro ato sentimental e anticlimático, muito abaixo das possibilidades que a premissa curiosa prometia.
Nota: 5.6/10
Título Original: Cold Skin.
Gênero: Aventura, Terror.
País: Espanha, França.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
Duração: 1h 48m.
Direção: Xavier Gens.
Roteiro: Jesús Olmo, Eron Sheean.
Elenco: Ray Stevenson, David Oakes, Aura Garrido, Winslow M. Iwaki, John Benfield, Ben Temple, Iván González, Alejandro Rod, Julien Blaschke, Damián Montesdeoca, Israel Bodero, Roberto Rincón Sánchez.