Crítica | Alien: Covenant (2017)

Equipe de exploração espacial enfrenta formas de vida mortais em 'Alien: Covenant', do diretor Ridley Scott


Imagem do filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: © 2017 - Twentieth Century Fox
Imagem do filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: © 2017 - Twentieth Century Fox


Alien: Covenant nos leva de volta ao universo claustrofóbico e aterrorizante da franquia Alien, explorando os horrores desconhecidos do espaço sideral e a natureza ambígua da humanidade. O filme funciona como uma prequel de Alien: O Oitavo Passageiro, clássico de 1978 do diretor Ridley Scott. É também uma continuação de Prometheus, filme de 2012 que abriu novos caminhos para a franquia.

A direção é novamente de Scott, que dessa vez tenta agradar a três públicos diferentes. Há um bom filme de terror aqui, que consegue capturar a essência sombria e perturbadora que tornou a série um marco do gênero de ficção científica. Há muitos momentos filosóficos, bem no estilo de Prometheus. E há também um filme de ação, que mira no público acostumado às produções atuais de Hollywood. Algumas dessas decisões funcionam muito bem. Outras, definitivamente não.

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No filme, durante uma viagem rumo ao distante planeta Origai-6, a nave colonizadora Covenant sofre um acidente e sua tripulação acorda antes da data programada. Surpreendidos por um sinal misterioso vindo de um planeta desconhecido, a equipe de exploração constata que o novo mundo reúne condições necessárias para servir de lar para a espécie humana. Infelizmente, ele também esconde horrores mortais que transformarão a missão de exploração em uma batalha pela sobrevivência.

Danny McBride e Katherine Waterston como Tennessee e Daniels no filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: Mark Rogers - © TM & © 2017 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved. Not for sale or duplication.
Danny McBride e Katherine Waterston como Tennessee e Daniels no filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: Mark Rogers - © TM & © 2017 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved. Not for sale or duplication.


A temática central de Alien: Covenant é a exploração da relação entre criador e criatura, abordando questões existenciais sobre a origem da vida e a natureza inerentemente violenta do ser humano. O primeiro ato se destaca pelo tom sombrio e opressor, combinando momentos de suspense arrepiante com cenas de horror visceral, mantendo o espectador à beira do assento. A claustrofobia gerada pelas perseguições nos corredores apertados de uma nave está de volta, e a sensação é a de estar realmente assistindo a um legítimo filme da franquia Alien.

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A direção de Scott é habilidosa e envolvente, capturando com maestria a tensão e o senso de desolação do espaço. Sua visão estética meticulosa se reflete na cinematografia impressionante e no design de produção detalhado, que dão vida a ambientes futuristas e aterrorizantes. A trilha sonora contribui para a atmosfera sinistra, com composições que evocam tensão e angústia, intensificando os momentos de suspense e horror.

Amy Seimetz, Benjamin Rigby e Carmen Ejogo como Faris, Ledward e Karine no filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: Mark Rogers - © TM & © 2017 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved. Not for sale or duplication.
Amy Seimetz, Benjamin Rigby e Carmen Ejogo como Faris, Ledward e Karine no filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: Mark Rogers - © TM & © 2017 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved. Not for sale or duplication.


No segundo ato, a história toma um rumo diferente, e a qualidade do filme cai consideravelmente. Além de personagens tomando decisões sem sentido, somos bombardeados com debates filosóficos sobre a criação e a natureza humana. Em alguns momentos, Alien: Covenant torna-se realmente enfadonho, afetando o envolvimento contínuo do espectador.

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Próximo do final, Scott tem a chance de se redimir, mas acaba piorando a situação. O tão aguardado confronto com o alienígena, que deveria ser tenso e assustador, revela-se um amontoado de cenas de ação espalhafatosas. Ocasionalmente é divertido, mas o excesso de efeitos digitais se encarrega de tirar a credibilidade de tudo, deixando as cenas com aparência de cutscene de jogo eletrônico.

Katherine Waterston e Demián Bichir como Daniels e Lope no filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: Mark Rogers - © TM & © 2017 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved. Not for sale or duplication.
Katherine Waterston e Demián Bichir como Daniels e Lope no filme 'Alien: Covenant', de Ridley Scott. Foto: Mark Rogers - © TM & © 2017 Twentieth Century Fox Film Corporation. All Rights Reserved. Not for sale or duplication.


Alien: Covenant conta com performances notáveis, com destaque para Michael Fassbender. Katherine Waterston também se destaca como Daniels, uma protagonista corajosa e determinada que se torna o centro emocional do filme. Ainda assim, mesmo não chegando ao ponto de ser um filme ruim, Alien: Covenant é um dos capítulos mais fracos da franquia.

Nota: 5.8/10

Título original: Alien: Covenant.
Gênero: Ficção científica, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
Pais: Estados Unidos, Reino Unido.
Duração: 2 h 2 min.
Roteiro: John Logan, Dante Harper.
Direção: Ridley Scott.
Elenco: Michael Fassbender, Katherine Waterston, Billy Crudup, Danny McBride, Demián Bichir, Carmen Ejogo, Jussie Smollett, Callie Hernandez, Amy Seimetz, Nathaniel Dean, Alexander England, Benjamin Rigby, Uli Latukefu, Tess Haubrich, Lorelei King, Goran D. Kleut, Andrew Crawford.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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