Crítica | Vestido Maldito (In Fabric, 2018)

Marianne Jean-Baptiste, Leo Bill e Hayley Squires são assombrados por vestido amaldiçoado no novo filme do diretor e roteirista Peter Strickland


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A comédia de terror Vestido Maldito é o novo trabalho de Peter Strickland, diretor inglês responsável por filmes como Berberian Sound Studio e O Duque de Burgundy, além do segmento 'The Cobblers' Lot' da antologia de terror Mentes Malignas. Ele também assina o roteiro do longa, sobre um vestido vermelho amaldiçoado que cobra um preço alto de quem o experimenta.

A primeira proprietária da roupa endemoniada é Sheila (Marianne Jean-Baptiste), uma mulher divorciada que divide seu tempo entre procurar um novo amor, ouvir sermões de seus superiores e aguentar as chatices da candidata a nora, Gwen (Gwendoline Christie). O segundo proprietário é Reg (Leo Bill), um homem especializado no reparo de máquinas de lavar roupas. Ele repassa o vestido para a esposa Babs (Hayley Squires). E todos terão muitos problemas.


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A trama é ambientada em algum lugar de Londres, aparentemente na década de 1980. Mas Strickland busca inspiração no visual hiper estilizado dos giallos e na atmosfera dos filmes europeus dos anos 70. Cores fortes tomam conta da tela, enquanto a trilha sonora estranha potencializa a sensação de filme retrô. O elenco entrega boas atuações, com destaque para Marianne Jean-Baptiste no papel da fragilizada mãe solteira; e para Fatma Mohamed como Miss Luckmoore, a assistente de vendas que fala frases bonitinhas e se veste como se tivesse saído de um baile de Halloween.

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A narrativa, na maior parte do tempo, é incompreensível. Strickland parece estar mais preocupado com o estilo do que com a lógica. Dá até para se divertir com uma ou duas travessuras do vestido maligno, com as brincadeiras sobre as teorias de Freud, ou com a maneira irônica como o diretor trata alguns elementos do consumismo. Mas se o roteiro é genial ou apenas sem pé nem cabeça, cabe a cada um decidir.


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Meu interesse pelo filme diminuiu consideravelmente depois que a história de Sheila foi encerrada de forma pouco recompensadora. Não consegui me envolver com nenhum dos novos personagens. E acho até que a segunda metade do filme foi desnecessária. Ela apenas repete situações já vistas. E isso deixa a experiência dolorosamente cansativa.

Título original: In Fabric.
Gênero: Comédia, terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Reino Unido.
Duração: 118 minutos.
Roteiro: Peter Strickland.
Direção: Peter Strickland.
Elenco: Marianne Jean-Baptiste, Fatma Mohamed, Gwendoline Christie, Jaygann Ayeh, Sidse Babett Knudsen, Caroline Catz, Julian Barratt, Hayley Squires, Richard Bremmer, Leo Bill, Susanna Cappellaro, Steve Oram, Simon Manyonda, Kim Benson, Barry Adamson.

O melhor: Direção e visual estilosos, atmosfera retrô e elenco muito bom.
O pior: A narrativa é quase sempre incompreensível. E a metade final é um teste de paciência.


Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

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  1. A 2º metade com o cara que conserta máquinas de lavar roupas até tem algumas cenas divertidas, mas mesmo assim o filme é ruim.

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