Crítica | Amores Canibais (The Bad Batch, 2017)

Suki Waterhouse, Jason Momoa, Keanu Reeves e Jim Carrey estrelam drama sombrio de Ana Lily Amirpour

Jason Momoa e Suki Waterhouse em imagem do filme 'Amores Canibais'

Por Ed Walter

Em uma realidade alternativa, o governo dos Estados Unidos optou por banir cidadãos indesejáveis para uma área deserta do Texas que, oficialmente, não faz parte do país. O lugar reúne assassinos, traficantes de drogas, imigrantes ilegais, etc. São o tal "Lote Ruim" do título original. E eles terão que aprender a sobreviver em um deserto hostil onde a escassez de alimentos forçou muitos de seus habitantes a recorrer ao canibalismo.

É para essa terra de ninguém que é mandada nossa heroína Arlen (Suki Waterhouse). E logo de cara, ela já é capturada por uma tribo de canibais que planeja servi-la como prato principal no jantar. Mas isso é apenas o início de uma jornada repleta de novas descobertas que levarão Arlen e dois membros da tribo até Confort — uma cidade utópica comandada por um misterioso líder de um culto formado por mulheres.

Imagem do filme 'Amores Canibais'

O filme é o segundo trabalho da iraniana Ana Lily Amirpour, que estreou na direção de longas em 2014 com seu filme independente de vampiros Garota Sombria Caminha Pela Noite. Visualmente seu trabalho é impecável. Boa parte do filme se sustenta sem diálogos, fazendo uso apenas das imagens e de uma trilha sonora matadora. E a diretora também aproveita a oportunidade para fazer alguns comentários políticos e sociais interessantes

Suki Waterhouse está muito bem. Sua protagonista é carismática e sua beleza se destaca naquele mundo tão devastado. Keanu Reeves interpreta o líder do culto que comanda Confort. Seu visual inclui um belo bigode que o faz parecer o Pablo Escobar da série Narcos, da Netflix. Jason Momoa se sai melhor que o esperado no papel do canibal com talentos artísticos. E Jim Carrey rouba a cena, mesmo estando quase irreconhecível no papel de um viajante misterioso que serve para unir todas as histórias.

Suki Waterhouse em imagem do filme 'Amores Canibais'

O primeiro ato é impactante. Mas conforme a história avança Amirpour encontra algumas dificuldades para conciliar tantas idéias em um mesmo produto. P filme se torna um pouco arrastado. O roteiro dá algumas viajadas, recorre a uma série de conveniências desnecessárias. Há encontros improváveis demais. E os personagens começam a tomar decisões questionáveis. Tudo culmina em um terceiro ato que muitos vão considerar decepcionante.

Eu me decepcionei um pouquinho. Mas confesso que dei boas risadas depois de ouvir os diálogos finais.

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O melhor: Visual e trilha sonora matadores, ótimas atuações e roteiro cheio de boas idéias.
O pior: Nem todas as idéias são bem desenvolvidas. E o final pode decepcionar.

Título original: The Bad Batch.
Gênero: Drama, terror, romance.
Produção: 2016.
Lançamento: 2017.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 118 minutos.
Roteiro: Ana Lily Amirpour.
Direção: Ana Lily Amirpour.
Elenco: Suki Waterhouse, Jason Momoa, Jayda Fink, Keanu Reeves, Jim Carrey, Yolonda Ross.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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