Crítica | Exorcismos e Demônios (The Crucifixion, 2017)

Sophie Cookson é repórter que investiga exorcismo que terminou muito mal no terror de Xavier Gens

Imagem do filme de terror 'Exorcismos e Demônios', de Xavier Gens

Exorcismos e Demônios é o novo trabalho do diretor Xavier Gens, o mesmo realizador do elogiado terror francês (A) Fronteira. Chad Hayes e Carey Hayes (Invocação do Mal) escreveram o roteiro do filme, também conhecido pelo título de A Crucificação: Demônios São Reais.

Sophie Cookson (O Caçador e a Rainha do Gelo) estrela como Nicole Rawlins, uma repórter americana que viaja para a Romênia para investigar o caso de um padre acusado de matar uma mulher durante um ritual de exorcismo. Quanto mais ela investiga, mais se convence de que o padre perdeu uma batalha contra as forças das trevas. E para complicar, uma série de eventos inexplicáveis indicam que ela própria pode estar sendo alvo de uma ataque sobrenatural.

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A metade inicial de Exorcismos e Demônios lembra um pouco o terror O Chamado, de Gore Verbinski. Nicole entrevista várias pessoas ligadas ao caso. Entra sorrateiramente em salas escuras em busca de material para escrever sua matéria. E também arrasta as azinhas para o lado de Anton (Corneliu Ulici, de Filha do Mal), um padre motoqueiro apreciador de vinhos finos que a ajuda a desvendar os mistérios sobrenaturais.

Imagem do filme de terror 'Exorcismos e Demônios', de Xavier Gens

O roteiro recicla idéias que os fãs do gênero vão reconhecer de filmes como Stigmata, O Exorcismo de Emily Rose e, é claro, do próprio clássico O Exorcista. Há alguns debates religiosos e científicos, mas a abordagem é superficial. A reviravolta final não chega a ser tão surpreendente. Mas pelo menos os mistérios são mentidos por um bom tempo, o que ajuda a nos manter presos na história, mesmo nos momentos de lentidão.

O filme tem uma fotografia bem cuidada. Os efeitos sonoros são bons, assim como a maquiagem. O diretor consegue entregar dois ou três momentos que causam um certo impacto, principalmente nas cenas de flashbacks. Já quando recorre ao som estridente para tentar assustar o público, a coisa não funciona muito bem. São jump scares genéricos e sem nenhuma consequência para a trama. E acho até que o filme funcionaria melhor sem eles.

Imagem do filme de terror 'Exorcismos e Demônios', de Xavier Gens

Como não poderia deixar de ser, o final entrega o aguardado confronto entre o bem e o mal: uma cena de exorcismo com direito a garota possuída flutuando de cabeça para baixo, e detalhes curiosos como uma chuva que cai apenas dentro de casa. Não vou dizer que é uma batalha empolgante. Mas não vou negar que gostei da maneira com que o padre casca-grossa encara a situação.

Título Original: The Crucifixion.
Gênero: Terror, mistério, suspense.
País: EUA, Reino Unido, Romênia.
Produção: 2017.
Lançamento: 2018.
Duração: 90 Minutos.
Direção: Xavier Gens.
Roteiro: Chad Hayes e Carey Hayes.
Elenco: Sophie Cookson, Corneliu Ulici, Brittany Ashwoth, Matthes Zajac, Diana Viadu, Florian Veicu, Radu Bânzaru, Maia Morgenstern, Andrei Aradits, Aurora Paunescu, Diana Vladu, Vanesa Gidel, Laura Vasiliu, Ana Popescu, Thea Grigorescu, Daria-Fiorella Dimitru, Valeriu Andriuta, Rudy Rosenfeld, Constantin Barbulescu, Radu Andrei Micu, George Remes, Adriela Morar, Lucia Maier, Olivia Nita, Rodica Margarit, Ioana Abur, Silviu Anton Burducea, Marian Pîrvu, Emil Mandanac, Alexis Rodney.

O melhor: Tem uma produção competente. Alguns mistérios prendem a atenção. E há pelo menos três cenas que causam desconforto.
O pior: Os jump scares não funcionam, não acrescentam nada à trama, e irritam ao invés de assustar.
Fique longe dos trailers: Porque eles mostram mais do que você precisa ver.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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