Crítica | Delirium (2018)

Jovens ficam presos em mansão assombrada no terror do diretor Johnny Martin

Imagem do filme 'Delirium', de Johnny Martin

Por Ed Walter

Depois de nos entregar filmes como Case#13 e Uma História de Vingança, Johnny Martin está voltando à cadeira de diretor com o terror sobrenatural Delirium. O longa se aventura pelo terreno acidentado do found footage, estilo popularizado em A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal e usado até a exaustão em produções de baixo orçamento recentes como Open Waters 3: Cage Dive e The Monster Project.

Na trama, o jovem Eddie (Ian Bramberg) quer ser aceito na Hell Gang, uma irmandade formada por rapazes descolados. Mas para isso ele precisa cumprir um desafio: entrar em uma mansão assombrada localizada no meio do nada. É claro que Eddie vai encontrar problemas por lá. E quando a irmandade resolve ir atrás dele para investigar o motivo de sua demora, está armado o palco para uma noite muito desagradável.

Imagem do filme 'Delirium', de Johnny Martin

O cardápio de horrores é variado, mas também repleto de clichês. E de falhas. Há espíritos nervosos que parecem estar usando fantasias de Halloween. Há possessões demoníacas. Há uma menininha fantasma escondida em um canto com a cabeça baixa esperando alguém se aproximar para se virar e tentar emplacar um jump scare. Às vezes o diretor coloca câmeras fixas em locais estratégicos para que possamos entender melhor a ação. Mas logo as imagens tremidas voltam a tomar conta de tudo e as coisas ficam chatas de novo.




O elenco masculino não se destaca, mas cumpre seu papel. Já o feminino não tem tempo para fazer nada. A Hell Gang é um clubinho só para garotos, o que de cara já anula a possibilidade de termos uma final girl. As participações femininas se resumem a pontas no início do filme, e algumas aparições fantasmagóricas. Há inclusive uma mulher fantasma que parece ter saído direto de O Iluminado. E agora que mencionei, há outras coisas "inspiradas" no clássico de Kubrick, incluindo um descarado plot twist final.

Imagem do filme 'Delirium', de Johnny Martin

Algo que eu gostei muito foi da ambientação. Essa mansão é realmente assustadora, e fica ainda mais tenebrosa conforme as luzes das lanternas projetam sombras em suas paredes. Pena que um cenário medonho e algumas lanternas não sejam suficientes para se fazer um bom filme de terror.

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O melhor: O cenário da mansão empolga.
O pior: O resto do filme não empolga.

Título original: Delirium.
Gênero: Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
País: Estados Unidos.
Duração: 88 minutos.
Roteiro: Francisco Castro, Johnny Martin, Lisa Clemens, Andy Chen.
Direção: Johnny Martin.
Elenco: Mike C. Manning, Griffin Freeman, August Roads, Ryan Pinkston, Seth Austin, Elena Sanchez.



Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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