Crítica | Fobia (Most Beautiful Island, 2017)

O sonho americano se transforma em pesadelo no drama sombrio de Ana Asensio

Ana Asensio em imagem do filme "Most Beautiful Island"

Por Ed Walter

Na tentativa de superar as dolorosas lembranças de uma tragédia familiar, uma mulher chamada Luciana deixa a Espanha para tentar a vida em Nova York. Sua rotina se divide entre a função de babá e um emprego em tempo parcial onde é obrigada a se fantasiar de galinha. A solução para seus problemas financeiros surge quando sua colega — uma imigrante russa chamada Olga (Natasha Romanova) — lhe convida para trabalhar em uma festa privada, organizada por milionários. Sem perceber, Luciana acaba mergulhando em um mundo de objetificação. E as consequências disso poderão ser mortais.

Fobia marca a estréia na direção da atriz Ana Asensio, que já atuou em filmes como The Archive e Like Me. Aqui ela faz uma alegoria interessante sobre as armadilhas das experiências de imigração. Asensio também interpreta a personagem principal e encontra uma bom equilíbrio para fazer de Luciana uma figura complexa, mas nem sempre agradável. Pelo contrário, em momento algum seu roteiro força a barra para tornar a protagonista simpática. Destaca tanto suas qualidades quanto seus defeitos. E deixa que o público tire suas próprias conclusões.


A primeira meia hora funciona quase como se fosse um documentário, que acompanha passo a passo a rotina de Luciana. O ritmo é bem lento, marcado por momentos contemplativos. Não tive problemas com isso, até porque as cenas servem para nos dar uma idéia sobre o estado psicológico da personagem. E isso é importante para entender suas ações nos últimos minutos do filme. Depois disso Fobia começa a mostrar seu lado sombrio, e decide transformar de vez o sonho americano em um pesadelo. É quando Luciana chega à tal festa privada e se depara com um mistério que ditará o rumo de todo o restante do filme.

Estaria Luciana diante de uma rede de tráfico sexual? Sua vida estaria em perigo? O que existe por trás daquela porta trancada? Todo o suspense que se segue se constrói em cima dessas e de muitas outras perguntas que, inevitavelmente, começam a martelar na cabeça do público. A idéia é muito simples, o grupo de atores envolvido nela é muito pequeno e o cenário que os cerca é minimalista. Mas o nível de tensão que Asensio consegue construir a partir disso é impressionante.


Infelizmente, tanto suspense exige uma resposta à altura. E é aí que Fobia pode decepcionar muita gente. É claro que a maneira como você interpretar a mensagem do filme pode influenciar em sua experiência. Mas a intensidade de sua diversão também vai depender de como você reagirá quando descobrir as respostas para os mistérios e, principalmente, se essa descoberta despertará ou não uma de suas fobias.

Tanto o impacto das imagens quanto a mensagem funcionaram muito bem comigo. E levando em consideração que esse efeito foi desencadeado por uma idéia tão simples, Fobia merece elogios.

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O melhor: Um único mistério consegue gerar momentos de muita tensão.
O pior: A resposta talvez não esteja à altura da expectativa criada.

Título original: Most Beautiful Island.
Gênero: Drama, suspense.
Produção: 2017.
Lançamento: 2017.
Pais: Estados Unidos.
Duração: 80 minutos.
Roteiro: Ana Asensio.
Direção: Ana Asensio.
Elenco: Ana Asensio, Natasha Romanova, David Little, Nicholas Tucci, Larry Fessenden, Caprice Benedetti, Anna Myrha, Ami Sheth, Miriam A. Hyman.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

3 Comentários

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  1. Pior filme que já vi na vida!!!

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  2. Me poupe que filme sem noção, não coencendi com o que fala a cima... Não há forma de interpretação coerente.

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  3. Filme muito ruim,qdo se acha que vai acontecer algo o filme acaba.
    Péssimo filme.

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