Crítica | Perigo na Escuridão (Inside, 2016)

Miguel Ángel Vivas dirige 'Perigo na Escuridão'; Rachel Nichols e Laura Harring estrelam o remake do slasher francês 'A Invasora'


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Arte do filme 'Perigo na Escuridão', de Miguel Ángel Vivas


Produção conjunta entre Espanha, Estados Unidos, França e Reino Unido, Perigo na Escuridão é o remake tardio de À l'intérieur, clássico do cinema de terror francês de 2007 dirigido por Alexandre Bustillo e Julien Maury, sobre uma mulher grávida que precisa lutar para sobreviver a uma horrível invasão domiciliar.

O filme original, lançado no Brasil com o título de A Invasora, tornou-se um dos maiores representantes do New French Extremity, movimento cinematográfico francês que também rendeu filmes perturbadores como Martyrs (2007), de Pascal Laugier, A Fronteira (2007), de Xavier Gens, e Eles (2006), de David Moreau e Xavier Palud.


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Rachel Nichols (Obsessão Perigosa) e Laura Harring (Return to Babylon) estrelam Perigo na Escuridão. A direção é de Miguel Ángel Vivas, mesmo realizador de Horas de Medo. Ele também assina o roteiro do remake, em parceria com Jaume Balagueró e Manu Díaz.

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A atriz Rachel Nichols em imagem do filme 'Perigo na Escuridão', de Miguel Ángel Vivas


Nichols interpreta Sarah Clark, uma mulher grávida cujo marido morreu recentemente em um acidente de carro. Abalada pela perda e pela idéia de que talvez não consiga ser uma boa mãe, Sarah é obrigada a deixar suas dúvidas momentaneamente de lado quando recebe uma visita inesperada: uma mulher misteriosa (Harring), disposta a tudo para roubar seu bebê que ainda não nasceu.

A premissa é praticamente idêntica à do filme francês. A diferença está no estilo. Enquanto Alexandre Bustillo e Julien Maury sabiam nos deixar apreensivos mesmo nos momentos de calmaria, a direção de Vivas é bem menos inspirada. Ele conduz o filme com passos lentos quando deveria estar criando suspense. E quando o confronto entre Sarah e a invasora começa, as coisas não melhoram muito.


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Mas embora encontre dificuldades para lidar com cenas de suspense e tensão, o diretor até que se sai bem durante os momentos de violência. Não é nada que se compare ao banho de sangue horrível e impiedoso do slasher francês, mas as cenas são bem filmadas e os efeitos especiais ajudam a torná-las um pouco mais impactantes.

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A atriz Laura Harring em imagem do filme 'Perigo na Escuridão', de Miguel Ángel Vivas


Em sua meia hora final, Perigo na Escuridão se distancia da obra original e entrega um filme de terror completamente novo. Acredito que poderia ter funcionado se a mudança fosse bem trabalhada, mas o excesso de clichês ruins, que incluem tentativas de jump scares, conveniências e diálogos expositivos, acabou comprometendo minha experiência.

Rachel Nichols e Laura Harring se esforçam para dar credibilidade à viúva em apuros e à invasora enlouquecida, e acredito que aqueles que não assistiram A Invasora podem se envolver com o confronto das duas e até se surpreender com a reviravolta final. Já aqueles que assistiram, provavelmente chegarão à conclusão que este é um remake que não precisava ser feito.

Nota: 4.5/10

Título Original: Inside.
Gênero: Suspense, terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2018.
País: Espanha, Reino Unido, Estados Unidos, França.
Duração: 1h 29m.
Roteiro: Jaume Balagueró, Manu Díez, Miguel Ángel Vivas.
Direção: Miguel Ángel Vivas.
Elenco: Rachel Nichols, Laura Harring, Ben Temple, Gillian Apter, Andrea Tivadar, Craig Stevenson, Stany Coppet, Richard Felix, Steve Howard, Babou Cham, Maarten Swaan, David Chevers, Núria Valls, Mar Cecelia Valls.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

2 Comentários

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  1. Concordo plenamente, o filme foi bem fraco, muitos clichês e com certeza duvidaram da nossa inteligência, ou da dos policiais, não é possível que alguém seja tão tapado mesmo sendo novato rs Bom saber que tem um filme original, vou procurar!

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  2. Filme muito ruim. AF. dá pra passar tempo com coisas melhor.

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