Documentaristas são perseguidos por família de assassinos no slasher 'Os Esquecidos', de Nicolás e Luciano Onetti
![]() |
Arte do filme 'Os Esquecidos', de Luciano Onetti e Nicolás Onetti |
Os irmãos Nicolás e Luciano Onetti são conhecidos por filmes que homenageiam subgêneros antigos do cinema de suspense e terror. Francesca (2013) e Sonno Profondo (2015), por exemplo, abraçam elementos do giallo, subgênero italiano que teve seu auge entre as décadas de 1960 e 1980. O giallo é considerado uma das bases do slasher, e Nicolás e Onetti também fazem essa transição em seu novo trabalho, Os Esquecidos.
O filme se passa trinta anos após o rompimento de uma barragem destruir a cidade de Epecuén, na Argentina. Acompanha uma equipe que vai até o local para realizar um documentário. A jovem Carla (Victoria Maurette), que presenciou a inundação quando era criança, conduzirá os documentaristas através das ruínas da cidade. Mas eles descobrirão que os destroços não foram as únicas coisas que as águas deixaram para trás.
PUBLICIDADE
Os Esquecidos começa bem, com os diretores brincando com diversos clichês divertidos do subgênero slasher. A velha perua que transporta os protagonistas, somado à clássica paradinha no posto de gasolina, remete imediatamente a O Massacre da Serra Elétrica, de Tobe Hooper. Há também uma vibe de Quadrilha de Sádicos, de Wes Craven, e não falta sequer o banheiro imundo onde uma das personagens inevitavelmente terá que entrar.
![]() |
Imagem do filme 'Os Esquecidos', de Luciano Onetti e Nicolás Onetti |
A fotografia é bonita, com cores vibrantes que se destacam no meio do cenário desolado que, por si só, já é espetacular. Há duas pequenas tramas paralelas envolvendo triângulos amorosos, uma cena de sexo sem nudez e sequências que parecem ter saído de um videoclip. É claro que isso não leva a lugar algum, mas serve para nos distrair até que o filme chegue no ponto que interessa, que é o encontro entre os protagonistas e os vilões.
PUBLICIDADE
Curiosamente, é justamente nesse ponto que Os Esquecidos começa a apresentar problemas que comprometem a diversão. Se por um lado o filme tem momentos de violência, aborda temas pesados e apresenta uma boa quantidade de sangue, por outro a edição pouco fluída e os efeitos sonoros fracos tiram o peso da maioria das cenas. Os próprios diretores estragam o resto, providenciando para que boa parte do terror aconteça fora da tela, e dando pouca ou nenhuma atenção para a construção de suspense, o que poderia ter feito uma boa diferença no resultado geral.
![]() |
Imagem do filme 'Os Esquecidos', de Luciano Onetti e Nicolás Onetti |
O elenco é esforçado, mas os personagens são desinteressantes. Na maior parte do tempo, não reagem às ameaças e são facilmente abatidos, mesmo com um deles carregando uma espingarda. Quando agem, tomam decisões idiotas que me fizeram torcer pelos vilões. Falando nos vilões, os membros da família de assassinos canibais tem um visual assustador, mas, na prática, são mais irritantes do que ameaçadores. Há uma revelação final, mas ela não chega a surpreender. Mesmo se surpreendesse, a essa altura eu já estava suficientemente entediado para me importar.
Nota: 4/10
Título Original: Los Olvidados / What the Waters Left Behind.
Gênero: Terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2018.
País: Argentina, Nova Zelândia.
Duração: 98 Minutos.
Roteiro: Luciano Onetti, Nicolás Onetti e Carlos Goitia.
Direção: Luciano Onetti e Nicolás Onetti.
Roteiro: Luciano Onetti, Nicolás Onetti e Carlos Goitia.
Elenco: Paula Brasca, Mirta Busnelli, Victoria Maurette, Pablo Guisa Koestinger, Victorio D'Alessandro, Chucho Fernandez, Damián Dreizik, Tamara Garzón, Agustín Pardella.
Ruim de doer...
ResponderExcluirHorrível, o que salvou foi o cenário maravilhoso.
ResponderExcluirÉ por uma coisa dessas que tenho um desanimo incrível quando descubro que o filme é latino americano :/
ResponderExcluirAcabei de assistir este filme (17/02/22) e minha opinião passa por várias fases. 1) Ponto negativo. Ao ver que era Terror e argentino, já fiquei logo com o pé atrás. De todo o continente americano, somente os EUA sabem fazer filme de Horror (gênero correto) e olhe lá. 2) Positivo. Concordo que a fotografia do filme é boa e o cenário ajuda até demais. O desenrolar da trama parece bom. 3) Negativo. E à media que se desenrola dá para perceber que o filme é uma cópia aos famosos filmes americanos de Horror e suas sequências que muito conhecemos sem precisar citar nomes. Tanto Brasil como outros países do continente não sabem, nunca souberam fazer filmes do gênero, e quando fazem algo mediano... é cópia. 4) Positivo. Até que o elenco não atuou ruim, especialmente os protagonistas que souberam fazer uma boa expressão de terror, pois já vi muitos filmes americanos de classe C cujo elenco é péssimo em tal expressão. Nem parecem que estão aterrorizados. Parece com alguns dos filmes que passam no SYFY. 5) Negativo e positivo ao mesmo tempo. Como eu disse, outros países fazendo gênero do filme não presta porque tendem a fazer algo fraco e cópia, mas mesmo sendo esse bem cópia, até que agrada. Dá pra assistir ao filme. É tragável. E eu sei que a explicação no fim do filme é exagerada, mas finjamos que o motivo faz sentido. Tem coisas pior no cinema. Uma cena chamou-me a atenção. O antagonista colocando a perna da moça do moedor de carne. Sai carne moída, óbvio, mas... cadê o osso? Até onde eu saiba, ser humano não é medusa, caracol sem casco. 6) MUITO POSITIVO e o motivo principal para eu entrar nesse comentário. Como eu disse no 1º motivo, temia logo de cara ao ser filme argentino tentando fazer Horror. Confesso que o preconceito bateu, e mesmo com todo clichê, eu devo me ajoelhar e erguer os braços estirados para a frente para cima para baixo como um índio venerando as entidades deles. Motivo? É inevitável que não pensamos nos filmes brasileiros, pelo menos para mim. Brasil aprendeu muito a fazer todo tipo de gênero, mas uma coisa que não aprendeu nem acho que NUNCA vai aprender é a fazer terror. Cada um pior que o outro e sem o menor sentido. Esse foi o ponto máximo que me agradou no filme: a comparação com os filmes de terror do Brasil que mais parece comédia que não provoca risos. Só a comparação foi motivo de salvação, pois concordo com vocês, o filme é muito cópia sem boa explicação para os motivos, mas eu tolero a explicação dada, por mais que não convença. A atuação do elenco não é sofrível como no Brasil. Eu já disse que tinha o preconceito ao ver que era argentino antes de começar o filme, e não deixa de confirmar o motivo do preconceito, mas se compara com o Brasil, meus amigos, superou e muito. Enfim, o que posso dizer é... mesmo comparando... latinos e sul americanos... não tentem fazer filme deste gênero. Não nos mate de vergonha! Parabéns argentinos por fazerem melhor do que os brasileiros, mas o filme desagrada sim.
ResponderExcluir