Crítica | Selvagem (Wildling, 2018)

Bel Powley e Liv Tyler estrelam o drama de terror do diretor Fritz Böhm

Bel Powley em imagem do filme 'Selvagem', de Fritz Böhm

Por Ed Walter

Durante toda sua vida, a jovem Anna (Bel Powley, de Mary Shelley) viveu isolada em uma casa na floresta na companhia de um homem que ela conhece apenas como "Papai". A menina cresceu ouvindo histórias assustadoras. E a mais assustadora delas é sobre o Wildling, uma criatura monstruosa que rondaria as matas e se alimentaria de crianças.

Quando um incidente a separa de seu pai, Anna é acolhida pela policial Ellen (Liv Tyler, de Os Estranhos). Mas as lembranças do passado irão retornar para atormentar a garota, levantando uma dúvida inquietante: o Wildling é apenas uma história para assustar as crianças, ou existe realmente um monstro espreitando na escuridão?

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O filme marca a estréia na direção do cineasta Fritz Böhm, que antes havia trabalhado apenas em dois curtas-metragens: Mondmann e Ein Brudermord. Aqui ele entrega uma obra que consegue ser um conto de fadas sombrio, um drama sobre maternidade, uma metáfora sobre a descoberta sexual e um romance adolescente. E ainda sobra tempo para ser um filme de monstros. Nem tudo isso se alinha adequadamente. Mas a maioria dos elementos é bem costurada.

Bel Powley em imagem do filme 'Selvagem', de Fritz Böhm

O roteiro de Böhm e Florian Eder guarda um pequeno plot twist que é revelado depois da metade do filme. O público que já tem uma certa experiência com filmes de terror provavelmente vai descobrir o segredo logo no início, mas isso não chega a ser um problema. Há situações interessantes que prendem a atenção. E eu gostei principalmente dos momentos dedicados às descobertas de Anna durante seu contato com a civilização. Bel Powley é uma boa atriz, e tem uma ótima química com Liv Tyler, com quem protagoniza os momentos mais sensíveis do filme.

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Quando o diretor decide transformar o filme em um drama adolescente, a qualidade cai bastante. Há boas sequências, como a festa seguida pela caminhada na floresta que leva a um evento bizarro. Mas o relacionamento entre Anna e Ray, interpretado por Collin Kelly-Sordelet, é bem artificial e estraga bastante o clima sombrio da história.

Brad Dourif (que interpreta a voz de Chucky na franquia Brinquedo Assassino) faz uma boa participação no papel de pai de Anna. Infelizmente, no final ele acaba sendo prejudicado pelo roteiro que não sabe ao certo se quer fazer dele um pai amoroso, um suicida ou um vilão vingativo. Ao mesmo tempo, Liv Tyler vai sendo cada vez mais abandonada pela história, até se tornar quase uma coadjuvante.

Liv Tyler em imagem do filme 'Selvagem', de Fritz Böhm

O último ato conta com bons efeitos-especiais, uma pequena quantidade de sangue e uma conclusão melancólica. Nada muito especial, mas também não faz feio. Eu esperava um pouco mais de terror e um pouco menos de drama. Mas colocando tudo na balança, foi um passatempo divertido.

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O melhor: Consegue unir vários gêneros em um mesmo filme.
O pior: Nem todos os gêneros funcionam como deveriam.

Título Original: Wildling.
Gênero: Drama, Terror.

Produção: 2018.

Lançamento: 2018.

País: Estados Unidos.

Duração: 92 Minutos.

Roteiro: Fritz Böhm e Florian Eder.

Direção: Fritz Böhm.

Elenco: Liv Tyler, Bel Powley, Brad Douriff, Collin Kelly-Sordelet, James Le Gros.