No suspense psicossexual 'Compulsion', de Craig Goodwill, Analeigh Tipton é escritora que se envolve em jogo perigoso
Arte do filme 'Compulsion', de Craig Goodwill |
Compulsion é um suspense psicossexual sobre uma escritora que se envolve em um jogo perigoso depois de um encontro casual com um ex-namorado. É o novo trabalho do diretor Craig Goodwill, realizador de Patch Town (2014). Analeigh Tipton (Meu Namorado é um Zumbi), Jakob Cedergren (Almas Penadas) e Marta Gastini (Evil Things) estrelam o longa, também conhecido pelo título de Sadie.
A trama segue Sadie Glass (Tipton), uma autora de livros eróticos de renome mundial que conheceu os aspectos mais sombrios do sexo e sobreviveu para contar a história. Literalmente, já que ela usa as experiências da realidade para escrever seus contos. Durante uma turnê pela Europa, Sadie tromba com Alex (Cedergren), uma ex-paixão que serviu como inspiração para ela escrever parte de seu novo livro.
Jakob Cedergren como Alex e Analeigh Tipton como Sadie em imagem do filme 'Compulsion', de Craig Goodwill |
Alex convida Sadie para passar um final de semana em um castelo na Itália. Sexualmente insatisfeita com seu atual namorado Thierry (Valentin Merlet, de O Sentido do Amor), nossa heroína embarca na aventura. Ela acaba sendo confrontada pelos demônios de seu passado e, ao lado da enigmática dançarina Francesca (Gastini), inicia uma jornada de descobertas morais e sexuais que poderão custar sua vida.
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O passeio de Sadie pelo mundo do sadomasoquismo de alta classe é marcado por festas estranhas, gente esquisita, momentos surreais e muito sexo. Gostei das performances corajosas de Tipton e Gastini, que se esforçam para dar credibilidade à escritora de mente aberta e à dançarina ousada que quer explorar os limites do prazer. Amei os cenários e figurinos elegantes, além da fotografia classuda de David Ungaro.
Marta Gastini como Francesca e Analeigh Tipton como Sadie em imagem do filme 'Compulsion', de Craig Goodwill |
Infelizmente, nada disso impede que Compulsion seja um filme enfadonho. Como Sadie e os outros convidados frequentemente ingerem alucinógenos, muitas cenas se revelam alucinações ou sonhos. O diretor deixa aberta a possibilidade de que talvez alguns eventos sejam reais. Mas tanto faz, porque a sensação de perigo é quase nula e, na maior parte do tempo, a história parece não sair do lugar.
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Penso que a experiência seria melhor se Goodwill não esticasse tanto uma história que poderia muito bem ter sido contada em uma hora. Ou se o roteiro do novato Brian Clark entregasse menos diálogos confusos e se aprofundasse um pouco mais nos traumas e nas motivações dos personagens. Bem, talvez ele se aprofunde e eu não consegui ler as entrelinhas.
Analeigh Tipton como Sadie em imagem do filme 'Compulsion', de Craig Goodwill |
Compulsion só pega um certo embalo no último ato, quando o diretor abraça elementos de terror. É uma mudança bem-vinda, mas um pouco tardia, pois acredito que a essa altura muitos já terão perdido o interesse pela história. Comparações com De Olhos Bem Fechados, thriller de Stanley Kubrick estrelado por Tom Cruise e Nicole Kidman, serão inevitáveis. Mas penso que Compulsion está mais para um Cinquenta Tons de Cinza, mais cabeça e certamente mais confuso.
Nota: 4/10
Título Original: Compulsion / Sadie.
Gênero: Drama, fantasia, terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2018.
País: Reino Unidos, Canadá, Itália.
Duração: 1h 24min.
Roteiro: Brian Clark.
Direção: Craig Goodwill.
Elenco: Analeigh Tipton, Marta Gastini, Jakob Cedergren, Anita Kravos, James Khanlarian, Jan Bijvoet, Magdalena Grochowska, Nina Senicar, Pietro Giunti, Eleonora Haerens, James Khanlarian, Giorgio Muraro.