Crítica | Aterrorizante (Terrifier, 2016)

Art, o palhaço assassino, está de volta no surpreendente slasher 'Aterrorizante', do diretor e roteirista Damien Leone


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David Howard Thornton e Catherine Corcoran em imagem do filme 'Aterrorizante', de Damien Leone


O diretor e roteirista Damien Leone parece estar mesmo decidido a colocar seu personagem, Art, o Palhaço, em um lugar de destaque na seleta lista dos grandes vilões do cinema de terror. Art foi apresentado em 2008 no curta The 9th Circle. Em 2011 ele reapareceu em outro curta-metragem, Terrifier, e em 2013 fez uma participação na antologia de terror All Hallows' Eve.

Agora o palhaço assassino ganha seu próprio filme, também batizado de Terrifier. No Brasil, o longa estrelado por Jenna Kanell e Catherine Corcoran ganhou o título de Aterrorizante. Confesso que assisti com a expectativa baixa. Quando terminei, não apenas estava impressionado, mas convencido de que Art é um dos personagens mais assustadores do cinema de terror atual.

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Aterrorizante começa com uma entrevista entre uma âncora de notícias e uma mulher desfigurada que, logo descobrimos, é a única sobrevivente de um massacre na noite de Halloween. A entrevista termina de maneira horrível e, após os créditos, somos apresentados às protagonistas do filme: a jovem Tara e sua amiga muito bêbada, Dawn.

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Matt McAllister e Jenna Kanell em imagem do filme 'Aterrorizante', de Damien Leone


Tara e Dawn estão voltando para casa depois de uma festa de Halloween, e acabam tendo um encontro casual com o palhaço Art. Durante uma parada rápida em uma lanchonete, o trio se reencontra. Logo fica claro que Art está obcecado pelas duas. Tem início uma perseguição violenta, e quem for pego no fogo cruzado terá uma morte horrível.

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O público acostumado com os slashers comportados que vêm sendo lançados recentemente ficará provavelmente chocado com a brutalidade dos ataques de Art. E se as primeiras cenas já impressionam, convém alertar que as coisas pioram conforme o filme avança. É seguro dizer que Leone entrega algumas das cenas mais viscerais já vistas em um filme de terror nos últimos anos, um feito que se torna ainda mais impressionante quando consideramos que ele trabalhou com um orçamento apertado.

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Jenna Kanell em imagem do filme 'Aterrorizante', de Damien Leone


Jenna Kanell (Nunca Diga Seu Nome) manda bem como a protagonista, que se mantém fiel ao modelo da final girl clássica, mas ocasionalmente subverte as expectativas do público. O intenso jogo de gato e rato e os confrontos sangrentos entre sua personagem e o palhaço infernal estão entre os melhores momentos do filme.

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Catherine Corcoran entrega momentos divertidos no papel da amiga bêbada e sem noção do perigo, que se arrisca até mesmo em tirar uma selfie com Art. A personagem de Corcoran ainda está presente na cena mais medonha do filme que, diga-se de passagem, tem potencial para impressionar até mesmo os fãs de slashers nível hard das décadas de 1970 e 1980.

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Samantha Scaffidi em imagem do filme 'Aterrorizante', de Damien Leone


David Howard Thornton, que substitui Mike Giannelli no papel do vilão, dá um show à parte. Sua fisicalidade animalesca, seus visual e seu comportamento imprevisível contribuem para transformar Art em um personagem marcante, incômodo e, principalmente, arrepiante. Com tantos elementos funcionando em harmonia, a primeira metade de Aterrorizante flui sem problemas.

Já na metade final, Leone segue por um caminho que comprometeu minha diversão. Estranhamente, o que mais me incomodou não foi o ritmo, que desacelera bastante, e sim a decisão de introduzir novos personagens na história. Há inclusive uma nova candidata a final girl, Victoria (Samantha Scaffidi, de De Repente Ela), que não tem a mesma presença da anterior.

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Jenna Kanell em imagem do filme 'Aterrorizante', de Damien Leone


Felizmente, Aterrorizante volta a pegar embalo nos minutos finais. A última batalha é sangrenta, e as cenas finais acenam para a possibilidade de que forças sobrenaturais estejam envolvidas na história. Uma sequência já foi anunciada, e Leone promete um filme ainda mais brutal. Que venha logo, pois mesmo com seus ocasionais problemas, Aterrorizante é um slasher acima da média.

Nota: 7/10

Título Original: Terrifier.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2018.
País: Estados Unidos.
Duração: 82 minutos.
Roteiro: Damien Leone.
Direção: Damien Leone.
Elenco: Jenna Kanell, Samantha Scaffidi, David Howard Thornton, Catherine Corcoran, Pooya Mohseni, Matt McAllister, Katie Maguire, Gino Cafarelli, Cory DuVal, Michael Leavy, Erick Zamora, Clifton Dunn, Xiomi Frans-Cuber, Julie Asriyan, Margaret Reed, Alan Hasnas, Jason Leavy, Steven Della Salla, Ursula Anderman, Daniel Rodas, Dean Briscoe, Phil Falcone, Gloria Jung.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

11 Comentários

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  1. Pra mim é o Melhor filme até o momento de 2018 !

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  2. Tem site que diz que ele é de 2016, outros dizem que é de 2017... Agora estou na dúvida!

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  3. Às vezes essas datas confundem a gente. É que elas levam em conta o ano em que o filme foi produzido. Por exemplo, tem filme que foi produzido em 2015, foi apresentado em festivais em 2017, mas o lançamento oficial no cinema só aconteceu em 2018.

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  4. Não, não é por causa da atris dá primeira metade do filme, eu tambem achei que houve uma derrapada depois que o elenco muda, nem é questão de clichês do gênero pq no filme inteiro tem isso aos montes mas entendi que o idealizador do filme usou os clichês para homenagear outros diretores clássicos do terror e com isso em mente acaba que não incomoda tanto ( mas ainda incomoda um pouco. ) tem uma cena que realmente me pegou quando a mocinha dá primeira parte do filme esta acabando com o palhaço na paulada e ai quando esta vencendo em vez de dar o golpe final chama o palhaço e o provoca á voltar a briga, isso é um clichê contemporâneo e se ficasse nisso ia ser só mais uma cena mas, a forma como o palhaço revida é tão unica e inesperada que faz com que essa cena seja memorável, agora, teve muito cena do tipo WTF, tipo burrices obvias demais e na segunda parte do filme fica demais a burrice dos personagens e é ai que os clichês que não incomodavam começam a incomodar mas, o filme como um todo é bom e até gostei do lance ´´sobrenatural´´ do fim, só queria que eles explicassem melhor aquela primeira cena no começo no fim do filme mas não é nada super necessário, só ia ser legal pq sem a explicação ficou só tipo fez por fazer!.

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  5. Esse filme eh baseado em dois curtas desse diretor, acho que um dos curtas fez parte de um daqueles filmes de dias das bruxas junto com vários outros, e me impressionou muito, pois era o melhor entre todos. A diferença do curta para o filme eh que no curta o palhaço já eh meio que posto como um ser com poderes sobrenatural e nesse filme ele se passa 99% do tempo como psicopata comum, sendo derrubado e tal ate sendo bem humano e “roubando nas regras em dado momento” ( quando ele roubar nas regras você vai intender do que eu falo). Como curta metragem foi bem interessante, ate por que nos curtas não da pra elaborar muito mesmo, mas como longa peca em muita coisa. Não ha um minimo de desenvolvimento de personagem, nada mesmo, tipo sabemos o básico e foda-se. O filme eh bem gore, mas um gore borrachudo limitado pelo orçamento, o palhaço ate que eh um psicopata interessante, ele aparece do nada, mas sem aqueles sustos com barulho (eu sei o nome da técnica, jump foda-se, mas to com preguiça de pesquisar no google e colar certinho aqui), ele eh melhor que muitos psicopatas de filmes mais caros. O pior desse filme são os cliches. 1) Celular que não funciona quando eh preciso, 2) Nocautear o agressor,e parar, serio tem umas 3 vezes em que o palhaço eh derrubado e suas vitimas simplesmente deixam ele se recuperar. Em resumo para um filme de baixo orçamento ele ate que se sai bem, louvável para um diretor que transformou seu curta em um longa, infelizmente não fugiu nada dos cliches de sempre (alias no curta tinha menos cliche, pois o palhaço meio criava uma realidade alternativa, onde brincava com suas vitimas, mas aqui não ele prefere ficar no galpão dando uma de cruza de Jason com Bozo.

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  6. Achei um lixo e a parte da Serra é vergonhosamente mau atuada pela vítima, chamar isso de filme B é muito elogio.

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  7. Filme muito bom, bem assustador e sinistro... palhaço mais assustador que já assisti

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  8. filme muito bom mas infelizmente nao esta dublado tnc

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