Crítica | Desolation (2018)

Alyshia Ochse, Toby Nichols e Jaimi Paige em imagem do filme "Desolation"

Jaimi Paige interpreta Abby, uma mulher que viaja até uma floresta com um objetivo solene: seu marido faleceu recentemente e ela quer espalhar suas cinzas em sua montanha favorita. Abby está acompanhada de seu filho de 13 anos, Sam (Toby Nichols) e de sua melhor amiga Jen (Alyshia Oschse). Mas a viagem é interrompida pela presença de um homem misterioso (Claude Duhamel), que aos poucos se revela uma ameaça mortal.

O roteiro de Matt Anderson e Michael Larson-Kangas se propõe a ser um thriller de horror acompanhado de um drama sobre perda, luto, amizade e reconciliação. Os diálogos são simples mas carregados de sensibilidade, e as atrizes Jaimi Paige e Alyshia Oschse fazem bom uso deles, entregando ótimas atuações. A interação entre as duas é espontânea, nos faz acreditar que estamos realmente acompanhando duas amigas que se conhecem a muitos anos. O garoto Toby Nichols também faz um trabalho competente. Mas não tem jeito, porque o show é das meninas.

Imagem do drama de terror "Desolation"

A direção é de Sam Patton, que embora seja conhecido pelos curtas-metragens Don't Be a Baby (2012) e The Terms of Service (2015), também já atuou nos bastidores de filmes de terror como Uma Noite de Crime (2013), A Escuridão (2016) e Dominação (2016). Esperava-se que ele já tivesse uma certa afinidade com o gênero. Mas, curiosamente, é quando Desolation precisa entregar seus elementos mais sombrios que o diretor começa a perder o controle do filme.

Seu trabalho em momento algum consegue criar a tensão suficiente para nos envolver. Não há ritmo, as situações logo começam a ficar repetitivas. E não demora muito para que o tédio comece a nos fazer companhia. Quando tem a chance de nos impressionar com cenas mais ousadas, sua direção é tímida. Patton até obtém êxito ao resgatar um certo clima das produções dos anos 70. Mas o resultado ainda fica abaixo do esperado.

Alyshia Ochse e Jaimi Paige em imagem do filme "Desolation"

Sem nada que o torne especial, o vilão acaba funcionando apenas como um mecanismo abstrato para que mãe e filho possam se conectar novamente. Outros filmes já usaram metáforas parecidas, como o recente Um Monstro no Caminho. A diferença é que aquele filme era assustador e tinha um vilão assustador. Desolation, embora tenha várias qualidades, não entrega nem uma coisa nem outra.

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Título original: Desolation.
Gênero: Drama, terror. Lançamento: 2018.
País: Estados Unidos. Duração: 78 minutos.
Direção: Sam Patton.
Roteiro: Matt Anderson, Michael Larson-Kangas.
Elenco: Jaimi Paige, Alyshia Ochse, Toby Nichols, Claude Duhamel.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

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