Por Ed Walter
Um vírus conhecido como Maze se espalhou pala Europa, transformando os infectados em criaturas canibais. A maior parte do continente conseguiu controlar o contágio, mas a Irlanda foi devastada pelo vírus. Agora os cientistas encontraram uma cura, e os infectados estão sendo reintegrados à sociedade. Mas enquanto os sobreviventes começam a reconstruir suas vidas, uma onda de intolerância começa a crescer na população, ameaçando jogar o país novamente no caos.
Um vírus conhecido como Maze se espalhou pala Europa, transformando os infectados em criaturas canibais. A maior parte do continente conseguiu controlar o contágio, mas a Irlanda foi devastada pelo vírus. Agora os cientistas encontraram uma cura, e os infectados estão sendo reintegrados à sociedade. Mas enquanto os sobreviventes começam a reconstruir suas vidas, uma onda de intolerância começa a crescer na população, ameaçando jogar o país novamente no caos.
O filme marca o debut em longas do diretor David Freyne, que antes havia dirigido apenas curtas-metragens e um documentário para a TV. Aqui ele constrói um drama com elementos de terror e também oferece espaço para que o público faça uma leitura metafórica de sua obra. Há muitas interpretações possíveis, e mesmo que a premissa do zumbi reabilitado não seja original (esse tema já foi abordado com muito mais competência na série In the Flesh, da BBC), a princípio a história consegue despertar nosso interesse.
Além de sofrer com um efeito colateral da cura — que faz com que se lembrem de todas as atrocidades que cometeram enquanto estavam sob os efeitos do vírus —, os "curados" também precisam lidar com o desprezo de seus entes queridos, que os culpam pelos atos do passado. O filme se concentra em um dos ex-zumbis, Senan (Sam Keeley, de No Coração do Mar) que é acolhido na residência de sua cunhada Abble (Ellen Page, de Além da Morte). Mas um segredo sombrio ameaça destruir a relação de amizade dos dois.
Boa parte da história se sustenta em cima desse segredo. Há também uma trama sócio política, uma história de amor entre uma cientista e uma infectada, e até um vilão com planos grandiosos. Mas esses plots demoram demais para engrenar e suas consequências para a história são quase nulas. Isso quando geram consequências. A direção de Freyne extrai pouca intensidade dos momentos dramáticos. E como eles ocupam a maior parte do filme, a experiência é um pouco monótona.
Os raros momentos de terror se manifestam através das lembranças dos infectados, onde o filme tenta apelar para jumpscares. Nenhum deles funciona. No conflito final o diretor nos entrega um pouco de caos para quebrar o tédio. Mas são cenas tardias, não têm grandes atrativos e dificilmente vão agradar os fãs do gênero.
Arrastado como drama e sem nada que o destaque como um bom filme de terror, resta a Os Curados se apoiar no bom trabalho de seus atores. Que, sem muito material para brilhar, acabam não fazendo muita diferença.
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Título original: The Cured.
Arrastado como drama e sem nada que o destaque como um bom filme de terror, resta a Os Curados se apoiar no bom trabalho de seus atores. Que, sem muito material para brilhar, acabam não fazendo muita diferença.
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Título original: The Cured.
Gênero: Drama, terror. Lançamento: 2018.
País: Irlanda. Duração: 95 minutos.
Direção e roteiro: David Freyne.
Elenco: Ellen Page, Sam Keeley, Tom Vaughan-Lawlor, Stuart Graham, Paula Malcomson, Natalia Kostrzewa.
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