Crítica | Os Escravos de Satanás (Pengabdi Setan, 2017)

Joko Anwar dirige o remake/prequel do cult indonésio de 1982, sobre irmãos atormentados por eventos sobrenaturais


Imagem do filme 'Os Escravos de Satanás'
Imagem do filme 'Os Escravos de Satanás', de Joko Anwar


Os Escravos de Satanás é o remake/prequel de Pengabdi Setan, cult indonésio de 1982 dirigido por Sisworo Gautama Putra. A nova versão é dirigida por Joko Anwar, responsável por A Copy of My Mind e Modus Anomali. Anwar também assina o roteiro do filme, estrelado por Tara Basro (O Mestre Guerreiro).

Rina (Basro) é uma jovem de 22 anos que deixou o colégio para cuidar de seus três irmãos depois que uma doença misteriosa debilitou sua mãe. O falecimento da matriarca desestabiliza a família. E a situação piora quando eles começam a ser atormentados por fenômenos sobrenaturais.

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Enquanto Rina tenta solucionar um mistério que envolve rituais de fertilidade, seitas sombrias, fantasmas e zumbis, o diretor e roteirista cuida de fazer uma série de mudanças no material original. Há novos personagens, um enfoque ligeiramente menor nos aspectos religiosos e a inclusão de várias cenas que destacam como era o convívio da família antes da tragédia.

Imagem do filme 'Os Escravos de Satanás'
Imagem do filme 'Os Escravos de Satanás', de Joko Anwar


A maquiagem extravagante das aparições fantasmagóricas do filme original é substituída por um visual que lembra as assombrações de O Chamado e O Grito. Aliás, temos até o velho poço assombrado habitado por uma mulher cabeluda, que parece uma prima distante de Samara Morgan.

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As cenas de terror não são muito empolgantes. Eventualmente você vai acabar levando um susto, como aconteceu comigo na cena do quadro. Mas na maior parte do tempo, os jump scares não vêm acompanhados de consequências para os personagens. Estes, por sua vez, têm um certo carisma. Mas seus dramas são meio forçados e eu acabei não me importando com nenhum deles.

Imagem do filme 'Os Escravos de Satanás'
Imagem do filme 'Os Escravos de Satanás', de Joko Anwar


Os Escravos de Satanás vale uma espiada pelo visual bem cuidado e por algumas cenas de humor involuntário, como aquelas em que Rina e seu irmão discutem sobre o conteúdo de uma revista de ocultismo. Vale pela cena do atropelamento, que me surpreendeu mais do que qualquer coisa no filme. E, é claro, vale pelos minutos finais, quando os mortos-vivos finalmente aparecem para animar um pouco a festa.

★★★★★★

Título original: Pengabdi Setan.
Gênero: Drama, terror.
Produção: 2017.
Lançamento: 2018.
País: Indonésia.
Duração: 107 minutos.
Roteiro: Joko Anwar.
Direção: Joko Anwar.
Elenco: Tara Basro, Bront Palarae, Endy Arfian, Dimas Aditya, Nasar Annuz, M. Adhiyat, Ayu Laksni.

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

6 Comentários

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  1. Oi, eu não entendi o final do filme quando a mulher explica o pq de levar comida, as sementes e blá blá blá....
    Poderia me explicar??
    Procurei pela internet e não achei...

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    1. Ana, a cena final faz uma ligação com o filme original, de 1982. A história é um remake, mas ao mesmo tempo se passa antes dos acontecimentos do primeiro filme. A última cena dá a entender que aquela mulher que fala sobre a comida é Darminah, a vilã do filme original.

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  2. também fiquei em dúvida nessa parte... então precisa conhecer o filme original para entender? hehe, que chato rsrs

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  3. Eu gostei do filme achei muito legal
    ... e levei alguns sustos bens legais

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  4. Eu acabei de assistir e gostei bastante. Me deixou tensa em muitas partes, como as dos meninos mais novos. A maquiagem fantasmagórica não me desapontou tanto, apesar de ser thrash, foi bem usada, sutil e conseguiu deixar aquele incomodo de "arg, que coisa feia...".
    O final foi muito "wtf?", pois eu nem fazia ideia de que era um remake, como provavelmente a maioria das pessoas que assistiram.
    A cena do véu, lençol, sei lá, que a Rina se debate por não sei, 20 min? Foi meio engraçado, como também foi citado o dos irmãos falando sobre o artigo.
    Achei o filme muito bom, apesar de algumas coisas, mas fez o seu dever de conseguir me dar uns sustos. :)

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