Crítica | Satânico (Satanic, 2016)

Longa de estréia do diretor Jeffrey Hunt acompanha jovens perseguidos por forças sobrenaturais depois de participar de ritual misterioso

Imagem do filme de terror 'Satânico'

Por Ed Walter

A caminho do festival de Coachella, na Califórnia, quatro jovens decidem dar uma paradinha em Los Angeles para realizar o que eles chamam de turismo satânico: um tour por lugares famosos que já foram palco de assassinatos, rituais e outros eventos macabros. Seth e Elise (Justin Chon e Clara Mamet) são o casal gótico que lidera o passeio. Chloe e David (Sarah Hyland e Steven Krueger) os acompanham. E todos terão problemas depois de bisbilhotar os rituais secretos de uma seita satânica que, aparentemente, guarda a chave que abre os portões do inferno.

Satânico é o primeiro longa-metragem do diretor Jeffrey Hunt, que no entanto já tem experiência na direção de episódios de séries de TV como Gotham, The Vampire Diaries e Fringe. O primeiro ato funciona como um pequeno documentário. Assistimos a um vídeo que mostra um ritual de casamento celebrado por Anton LaVey, o fundador da Igreja de Satã. Visitamos lojas de ocultismo. Conhecemos a casa onde Sharon Tate foi assassinada pelos seguidores de Charles Manson. Infelizmente, para cada local visitado também somos obrigados a aguentar os comentários inconvenientes dos personagens. Não é culpa dos atores, que até fazem um bom trabalho. São os diálogos que os tornam chatos.

Imagem do filme de terror 'Satânico'

O roteiro de Anthony Jaswinski —  que escreveu o bom Águas Rasas — é problemático. Ele sabe onde quer chegar, mas nos enrola o mais que pode antes de mostrar a que veio. Também faz com que os personagens comecem a tomar decisões idiotas, dificultando para o público a tarefa de se identificar com qualquer um deles. A coisa só melhora um pouquinho quando entra em cena a jovem e enigmática Alice, interpretada pela atriz Sophie Dallah. Não que a história progrida. Pelo contrário, ela continua se movendo a passos de tartaruga. Mas pelo menos Alice é imprevisível o suficiente para entregar momentos inesperados que afastam um pouco nosso tédio.

A resolução da história não convence. Não há sustos e nem sequer a ambientação de terror necessária pra nos envolver. A certa altura Alice diz que o inferno não é um lugar, e sim uma grande confusão. A frase pode ser aplicada ao filme também.

__________

O melhor: Alice e seu comportamento imprevisível.
O pior: A história parece que nunca sai do lugar.

Título original: Satanic.
Gênero: Terror.
Produção: 2016.
Lançamento: 2016.
País: Estados Unidos.
Duração: 85 minutos.
Roteiro: Anthony Jaswinski.
Direção: Jeffrey G. Hunt.
Elenco: Sarah Hyland, Steven Krueger, Justin Chon, Clara Mamet, Sophie Dalah, Anthony Carrigan.
 

Ed Walter

Criador da 'Sangue Tipo B' e escritor na comunidade de filmes de terror desde 2017. Apaixonado por filmes de terror dos anos 70 e 80. Joga 'Skyrim' até hoje.

1 Comentários

Antes de serem publicados, os comentários serão revisados.

Postagem Anterior Próxima Postagem