Vampiro (ou algo parecido) aterroriza jovens em armazém no terror de Izidore K. Musallam
Por Ed Walter
O Conde Drácula conta com uma longa lista de filmes que o coloca no posto de um dos personagens fictícios mais representados da história do cinema. Do primeiro filme estrelado por Bela Lugosi em 1931, passando pelos clássicos da produtora Hammer estrelados por Christopher Lee até chegar à versão definitiva com Gary Oldman em 1992, a história já rendeu muita coisa boa. Mas também já rendeu bobagens, como é o caso desse Dracula in Love, tosqueira dirigida por Izidore K. Musallam que coloca o vampiro tentando ressuscitar na época atual enquanto aterroriza um grupo de jovens em um armazém.
Stuart (Alan K. Sapp) é o vigia do tal armazém. Ele tem uma crise de tosse e pede ao sobrinho Nash (Eyal Simko) que o substitua por uma noite no trabalho. Nash aproveita a oportunidade para convidar seu amigo David (Josh Maltin) para ir até lá fazer uma festinha. David leva sua namorada Nancy (Amy Cruichshank). E Nancy leva sua amiga Leila (Cailey Muise). A noite de sexo, drogas e rock & roll é interrompida quando uma figura misteriosa — que alegadamente está dormindo em um caixa num canto do armazém pelos últimos 200 anos — começa a influenciar o comportamento de Leila, dando início a eventos mortais.
O roteiro não faz muito sentido. Na maior parte do tempo acompanhamos apenas os personagens conversando. Mas como os diálogos são pavorosos e as atuações são limitadas, o resultado não é dos melhores. No resto do tempo os personagens brigam. Ou tiram a roupa. Aliás, o sexo é o que desencadeia todas as situações "dramáticas" da trama. Uma das personagens não quer fazer sexo. Depois ela quer. Depois não quer mais. Há traições. Os personagens saem no tapa. Há tentativas de assassinato. E também de estupros. Contei pelo menos três delas. E toda essa bizarrice partindo dos personagens que, na teoria, deveriam ser os heróis da história.
A certa altura parei de tentar encontrar sentido nas situações sem pé nem cabeça e comecei a me concentrar em um único desejo: Drácula, ressuscite logo e mate essas criaturas desagradáveis. Infelizmente, o vilão também não é o que eu esperava. Na verdade ele é até fofinho: parece uma mistura do Corcunda de Notre Dame com o tio Fester da Família Addams. Mesmo assim, um dos personagens o vê uma única vez e não tem dúvidas em afirmar: "Ele é um vampiro!". Ok, então.
Nos minutos finais, quando os planos malignos do morto-vivo — que, obviamente, também tem relação com sexo — finalmente começam a ser executados, pensei: "Agora assim o filme vai ficar bom". Mas não. A chatice permanece até a última cena. Salvam-se algumas raras cenas de humor involuntário, principalmente aquelas dedicadas às hilárias dancinhas da personagem Leila. E eu acho que é só.
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O melhor: Leila e suas dancinhas hilárias.
O pior: Todo o resto.
Título original: Dracula in Love.
Gênero: Fantasia, Terror.
Produção: 2018.
Lançamento: 2018.
Pais: Canadá.
Duração: 83 minutos.
Roteiro: Izidore K. Musallam.
Direção: Izidore K. Musallam.
Elenco: Cailey Muise, Amy Cruichshank, Eyal Simko, Youssef Abed-Alnour, Josh Maltin, Andre Luis Oliveira, Alan K. Sapp.